sábado, dezembro 12

As tecnologias e as crianças: Benefício ou Malefício?

Hoje venho falar sobre o uso de tecnologias na infância. Este é um tema que gera bastante discussão entre os dois grandes grupos de pessoas: os que são a favor da utilização de tablets, internet e outros dispositivos, e os que são contra a sua utilização.
Para tudo tem que haver um meio-termo. Nem 8, nem 80.
Mas, será que conseguimos encontrar um equilíbrio?
Humm… Que resposta difícil. Nos dias que correm, com o aumento do horário de trabalho e a crescente exigência que a sociedade impõe para que estejamos o mais atualizados possível, torna-se difícil encontrar um meio-termo. Não acredito que haja alguém que consiga manter o equilíbrio todos os dias. Se houver alguém, que nunca fugiu da norma, que se acuse como exceção… ;)
Eu sou uma mãe bastante cuidadosa no que diz respeito ao uso de tecnologia. Mas, não sou extremista. Apesar de todo o cuidado, não somos robôs, e os nossos filhos também não. Existem aqueles dias, nos quais precisamos avaliar os danos de várias coisas ao mesmo tempo (tarefas, cansaço, falta de tempo), e provavelmente nesses dias, o uso e abuso do ecrã foi maior. O meu pequenote esteve tempo a mais do que deveria em frente ao ecrã. Mas, se há coisa que faço tempos a tempos é um refresh. Volta e meia, lá estou em volta de pesquisas, à procura de respostas a algumas dúvidas existenciais, que no papel de mãe, se levantam sobre mim, ahah.
Somos todas assim, não é verdade?
Desta vez, decidi investigar sobre o uso de tecnologia.
Apesar de considerar que existem benefícios na sua utilização regrada e supervisionada, na maior parte das pesquisas que encontrei apontam exatamente para o contrário. É assustadora a quantidade de informação negativa sobre este tema.
Talvez o uso descontrolado seja um alvo mais fácil de ser estudado, ou, talvez, existam poucas pessoas que conseguem cumprir um timming mais ou menos saudável para a sua utilização. Talvez… Não sei ao certo. O que sei é que existem inúmeros estudos que relacionam diferentes problemáticas com o uso de tecnologia. E, inclusive, encontrei notícias a referirem que a falta de estudos se deve à falta de prova científica de benefícios que as aplicações tenham para as crianças. Ou seja, apesar de existirem cada vez mais aplicações para tablet que se dizem educativas, não existem estudos que o comprovem. Irei falar sobre tablet, pois é o meio tecnológico mais acessível às crianças (dada a sua facilidade de transportar).

Vários profissionais de saúde, incluindo pediatras e psicólogos, apontam consequências muito negativas no contacto excessivo das crianças com as novas tecnologias.

É muito frequente a superexposição da criança à tecnologia estar relacionada com o défice de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade, agressividade, problemas em lidar com sentimentos como a raiva, obesidade, doença mental, privação do sono e o risco de dependência.




Para ver a imagem completa, clicar em:

Devido aos riscos reconhecidos, Cris Rowan, Dr. Andrew Doan e o Dr. Hilarie Cash, em colaboração com a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadiana de Pediatria, desenvolveram uma guideline para o uso de tecnologia nas crianças.



Eles defendem que as crianças até aos 2 anos de idade não devem ter contacto com nenhum meio tecnológico. Até os 5 anos, as crianças só devem ficar no máximo 1 hora diante dos ecrãs. O tempo aumenta para 2 horas para crianças de 6 a 12 anos e para 3 horas a partir dos 13 anos.

Mas, mesmo com tantas recomendações, muitos pais parecem não se preocupar com o assunto. Sob a justificativa de que hoje é importante saber trabalhar com as novas tecnologias desde cedo ou simplesmente para evitar aborrecimentos, os pais acabam deixando as crianças livres para usar os equipamentos da forma como quiserem, o que pode causar problemas não só aos pequenos, mas para toda a família.

Para 2016, são esperadas novas orientações da AAP (Academia Americana de Pediatria) sobre o tempo recomendado para crianças e adolescentes, em frente aos visores.

Atualmente, a sugestão é que crianças menores de 2 anos não devam ter nenhum contato com tecnologia e, acima dessa idade até a adolescência, duas horas por dia no máximo. A expectativa é de que as novas orientações flexibilizem a quantidade de tempo e acrescentem critérios qualitativos que vão além da quantidade de horas em frente aos aparelhos eletrônicos. 

3 comentários:

  1. Eu cá sou daquelas mães que considera que tudo tem o seu tempo. As crianças devem brincar, têm tempo de interagir com as tecnologias mais tarde! A minha filha de 2 anos, gosta de puzzles e livros. no tablet não mexe porque não deixo e a TV serve para ver o Ruca quando ela pede e na maioria das vezes está a fazer desenhos e a ouvir o ruca, ou seja nem sequer Está à olhar para a TV...

    Bom post! Assunto importante e a ter em conta!

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    1. Concordo ctg: Tudo tem o seu tempo... Tenho pena que exista quem não pense assim.
      Beijinho*

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  2. Antes de mais obrigada pelo teu comentário no meu blog... Aproveitei as insónias para vir espreitar o teu... E temos algumas coisas em comum :) com toda a certeza serei uma subscrita atenta do teu blog.
    Em relação a este post... Não podia estar mais de acordo! Tudo tem o seu tempo... De certo modo acho um pouco extremista a tabela acima... A tecnologia, com conta peso e medida pode ser bastante estimulante e desafiante para as crianças... Contudo, as novas gerações abusam. Ou melhor, não são as novas gerações, porque o tablet só aparece na mão da criança de 3 anos porque alguém o pôs lá... Mas a mim faz-me imensa confusão ver crianças sentadas à mesa que só conseguem comer a olhar para um tablet, ou vidradas na televisão... E fez-me ainda mais confusão quando este fim de semana fui a um Mc Donalds e me deparei com tablets em cima de todas as mesas de refeições cheios de jogos para os mais novos... Qual é a ideia?!
    Enfim... Excelente post!!! Adoro os assuntos que debates por aqui, irei voltar... Muitas vezes!
    Beijinhos*

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