segunda-feira, fevereiro 22

Desabafo...

Há 2 anos decidi nunca mais deixar as redes sociais, mas às vezes dá-me vontade de sumir.

Hoje trago-vos uma partilha bem sincera, sem planeamento, como tantas outras onde abro o meu coração.

Ando há semanas a tentar gravar um vídeo para conversar convosco sobre isto, mas o tempo e a energia têm caminhos inversos e não se têm encontrado nos últimos tempos. Oxalá estejam apenas a prevenir a propagação do covid e um dia destes voltem a dar sinal, juntos e em boa forma (ahah).

Mas, vamos lá sem rodeios ao que importa.

Ando pelo mundo dos blogs há anos. A incerteza profissional tornou a minha rotina muito incerta e sem estabilidade a longo prazo. A cada novo trabalho, largava tudo o que ainda podia para tentar ter mais tempo “livre” para me dedicar àquilo que era a minha prioridade e obrigação: fazer o melhor que podia.

Sou exigente enquanto profissional e gosto de estar à altura de cada desafio. Por isso, tantas e tantas vezes, conciliar a casa, a família com tudo o resto que faz parte das nossas vidas, tornou-se impossível de gerir e o blog lá ficava esquecido, a um canto.

As minhas atividades de lazer eram substituídas por tarefas e exigências que a profissão e o dia-a-dia me impunham.

Mas… Nós crescemos, iludimo-nos e desiludimo-nos vezes suficientes até percebermos que não podemos passar a vida a abdicar de um bocadinho “só nosso”.

Há 2 anos, já com uma mentalidade diferente e uma rotina bem exigente decidi que estava na hora de algo mudar. Na altura, percorria cerca de 1000 km por semana, tomava conta da casa e dos meninos sozinha (praticamente sozinha durante 24 horas por dia, 7 dias por semana). Não me restava tempo para nada. Aproveitava os 5 minutos entre sessões e a pausa de almoço para resolver alguns assuntos importantes e pouco mais.

E nessa altura percebi que estava a entrar, novamente, na mesma espiral. Que o “meu tempo” estava a deixar de existir. Então, para contrariar, decidi nunca mais parar de cá vir. Este é, tantas e tantas vezes, o único bocadinho que tenho a “sós”. Ninguém me pode cobrar pelos 5, 10 ou 20 minutos que “perco” ao vir aqui. Porque para mim é tempo ganho. Ou era…

Nos últimos tempos, tenho a confessar, ando um bocadinho desanimada com as redes sociais.

E tenho-me questionado tantas e tantas vezes qual o rumo que devo seguir.

Ainda não sei ao certo. Tenho alguns projetos para desenvolver por aqui. Mas, apesar de ser um objetivo andar por cá, não é uma prioridade manter-me por aqui. Por isso, há dias onde me irrito, desiludo, chateio e frusto o suficiente para achar que isto já “não é o que era” e “já não me faz bem”.

Mas… Volto àquele momento, de há 2 anos atrás e volto a tantos outros onde deixei isto de lado. E tenho saudades. Saudades porque eu gosto mesmo de vir aqui, de escrever, de contar histórias minhas e nossas, de partilhar experiências e de levar comigo coisas iguais…

E por isso, nunca decidi abandonar.

Nos últimos anos me afastei um bocadinho do propósito inicial do blog e quero muito retomar algumas partilhas que foram ficando paradas pelo tempo.

Mas, não sei… Não sei se quero de verdade, não sei de que forma. Não sei.

Mas há algo que eu sei: independentemente de me manter por cá ou não, de continuar tudo igual ou não, há algo que nunca irá mudar: a minha honestidade para com tudo isto, a minha verdade.

Serei sempre igual a mim mesma, a “Luísa sendo Luísa”, como costuma dizer o meu marido.

Estou aberta a sugestões, a dicas, a opiniões. Não prometo que vá fazer algo com elas neste preciso momento, porque preciso de mais tempo para repensar.

Um dia destes, quem sabe, terei a resposta. Sei que nas redes sociais tudo acontece à velocidade da luz. Mas eu prefiro manter as coisas com calma, ao meu ritmo, aquele em que acredito fazer-me bem.

Depois disto, só me resta pedir desculpa por todas as oscilações. Desculpem-me se esperam ver algo mais, algo diferente, desculpem-me se frustro as vossas expetativas, desculpem-me se deixei de mostrar o que vos trouxe aqui. E obrigada a quem continua, por continuar. Continuaremos ao sabor do vento por mais uns tempos. Prefiro sempre as paragens para amadurecer ideias do que a propagação de ideias mal pensadas.

 

Com carinho,

Lu

 


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