domingo, agosto 30

Desligar para reconectar

 Aos fins de semana, ficamos mais livres para partilhar ideias, trocar opiniões e viajar pelo mundo fora sem sair do ecrã. 

De há uns bons meses para cá, opto por aproveitar esse bocadinho para desligar. O pouco tempo que temos deve ser dirigido ao mais importante para nós. 

Para mim, o mais importante é reconectar comigo mesma para ser capaz de estar mais presente e disponível para os meus.

Por isso, na maioria das vezes, desligo e apenas vou.

E hoje, será isso que irei fazer novamente. 

Desejo-vos um ótimo dia!

Até logo.

quarta-feira, agosto 26

Até um dia, Portugal.

Raramente vou direta ao assunto. Gosto sempre de contextualizar e justificar cada palavra. Mas desta vez irei poupar nas palavras:

Às vezes precisamos de arriscar.

Já tantos o fizeram antes de nós e muitos hão-de continuar a fazê-lo.

Este ano, chegou a nossa vez.

Portugal tornou-se pequenino demais para os nossos sonhos e fomos à procura de um local melhor para viver.

Fomos à descoberta. E cá estamos, a descobrir o que é possível perante um cenário de pandemia.


P.S: Tenho falado várias vezes sobre mudanças. Esta é a maior de todas. Sou do tipo de pessoa que não gosta de suspense (detesto na realidade), mas aprendi a viver, a calar e só depois a falar. E está na hora de incluir isto na lista de assuntos a partilhar ;)




quinta-feira, agosto 13

Aos olhos de uma criança...

 Já pararam para pensar sobre a forma como as crianças observam o mundo?

Já pararam para pensar na capacidade que elas têm para imaginar, criar, sonhar?

Ontem aconteceu uma coisa muito curiosa cá em casa. Tinha que vos contar.

A foto não é a mais bonita, mas é a que representa o que aconteceu.

A toalha da mesa ficou manchada com o café pós almoço. Na hora do lanche, a marca ainda lá estava (sim, porque não sou obrigada a ter sempre tudo limpo e arrumado, vocês são?:p).

Ao sentar naquele lugar, a Estrela olha para a mancha e exclama "UM DINOSSAURO!!"

Eu olhei para ela, sorri e, olhando para a imagem que ela vira, com o mesmo olhar com que ela olhou para aquela mancha de café, também eu, fui capaz de ver um dinossauro.

Como é curiosa a forma como as crianças olham para as coisas. Uma simples mancha, feia e com 3 horas de vida tornou-se num dinossauro, dando asas à sua fértil imaginação. Ela conseguiu ver as pernas, os braços e a cabeça de um dinossauro. Ela conseguiu ver algo completamente atraente aos seus olhos.

Isto para vos dizer que a capacidade de uma criança para ver o mundo de forma mágica é realmente incrível.

Já vos aconteceu alguma situação semelhante? Contem-me tudo, vou gostar muito de saber.



quarta-feira, agosto 12

Nem só de um corpo vive o pós-parto!

 

Quando se fala no pós-parto, mais propriamente sobre a nova mãe (quando ainda alguém se lembra que ela continua a existir) é comum que todas as atenções se dirijam ao seu corpo.

As frases chave que nos fazem quando acabamos de dar à luz prendem-se a coisas tão banais como “estás ótima”, “acabaste de ter um filho”, e surgem acrescentos de perguntas como “quantos quilos engordaste na gravidez?”, “quanto tempo demoraste a voltar ao “sítio””?

Nem imaginam o quão revoltante isto é para uma mãe em pós parto.

Mas, deixando os meus sentimentos sobre isto para depois, vamos focar no que importa:

MÃES, MULHERES, VIZINHAS, AMIGAS, PRIMAS, OUTRAS MÃES:

O pós parto não se resume a ter ou não o mesmo corpo de antigamente. Até porque ele nunca será igual. Esqueçam! Não queiram voltar à forma de antes, porque o corpo muda. Os ossos alargam para suportar um novo ser, para não falar da quantidade de coisas que alteram e nunca conseguiremos ver. Por isso, não esperem que em 15 dias eles voltem à sua forma original. O peso que se perde, ou se ganha vai muito mais para além de massa gorda ou muscular.

Depois do parto TODAS ganhamos peso. Ganhamos o peso da responsabilidade por um novo ser, frágil e dependente de nós. Ganhamos novos afazeres, desde a muda de fraldas à quantidade de roupa que surge para lavar, desde as sopas que demoram horas a serem planeadas e confecionadas porque tudo é novo e não queremos “fazer nada mal”… Surge o peso de um novo corpo que passa a viver ao colo ou colado a nós todo o tempo. Ganhamos o peso de uma nova gestão de horários, de rotinas, de coisas que precisam ser asseguradas, porque afinal de contas, não passamos a cuidar apenas de nós, passamos a cuidar de um novo corpo, bem mais importante do que o nosso.

O pós parto é um misto de sentimentos, combinados com todas as hormonas que se multiplicam e com todas as outras que deixam de saber ao certo qual o seu lugar. De repente, tudo é lindo e maravilhoso, como no instante seguinte tudo é extenuante e doloroso.

E as pessoas continuam a querer saber se recuperamos o peso de antigamente, como se nada mais houvesse para cuidar.

Quantos kilos perdeste? Estás gorda, estás magra, estás com tantas olheiras, estás fantástica para quem foi mãe.

Não se iludam com os pós partos. O melhor de um pós parto é receber um filho nos braços, mas as maiores mudanças não são as externas, as que toda a gente pode ver. Quem se preocupa verdadeiramente connosco quando não temos a casa arrumada, nem o banho tomado nem sabemos ao certo quando o bebé ficará melhor? Quem se preocupa connosco quando acordamos 20 vezes por noite e só nos apetece chorar? Quem se preocupa verdadeiramente connosco quando dizemos que estamos cansadas e nos respondem com um “é normal, não dormes a noite inteira”.

Tudo será de fachada enquanto continuarmos a perpetuar coisas destas. Dar à luz e vir para o mundo partilhar felicidade por podermos sair da maternidade com as roupas de antigamente em nada contribui para que a sociedade se foque em coisas bem mais essenciais do que o peso ou a aparência exterior.

O peso faz parte, claro que sim, fará sempre. É o nosso corpo que está em jogo, é o nosso bem-estar, a nossa auto-estima que passam por mudanças tão grandes como a de engravidar e dar à luz. Mas não é só. O pós-parto nunca será apenas um corpo que deu à luz. É o pensamento, a preocupação, a responsabilidade e o amor que se ganha quando nasce um novo ser.

Se estás no pós-parto, o melhor exercício que podes dar a ti mesma é o exercício do “desligar”. Quando ouvires, leres ou presenciares coisas destas apenas desliga, coloca o botão em off e continua a tua jornada, longe das opiniões alheias.

Cada mãe precisa do seu próprio tempo para se reajustar.

Sejam fortes e apenas foquem no essencial: nesse novo ser que vos preenche e vos faz compreender o que é o amor de verdade!


terça-feira, agosto 11

De vez em quando, o meu mundo pára, só para os contemplar.

 De vez em quando, o meu mundo pára, só para os contemplar.

Fico ali com cara de boba a observar. Esqueço o tempo e os afazeres e observo-os com todo o carinho e dedicação.

Adoro escutar o riso do Gabi e as gargalhadas da Estrela quando brincam juntos. Adoro escutá-los a dividirem trechos de frases que eles próprios inventam, e para as quais acham a maior piada.

Adoro olhar para eles e ver em cada um deles o amor e o carinho que sentem um pelo outro. Os olhos do Gabi transbordam amor e proteção, os da Estrela carinho e uma enorme admiração!

Há dias em que se cansam, é normal. Mas todos os dias dão um sinal de amor pelo outro. Todos os dias são felizes por fazerem parte da vida do outro.

E eu fico tão, mas tão feliz por sentir nas suas ações esse amor.

Eles são companheiros. Hoje dividem as brincadeiras e as asneiras.

Podem cansar um do outro, precisar de um bocadinho a sós. Mas, nenhum dos dois pode ver o outro triste. O Gabi vai logo a correr, dar o colo e um brinquedo. A Estrela vai logo a correr, fazer miminhos e dar beijinhos.

É linda esta relação. Tem ocorrido de forma muito natural.

Se há algo que a quarentena deu a todos nós foi a possibilidade de compartilhar mais e mais momentos assim, foi a possibilidade de amadurecerem e alimentarem esta relação sem pressas ou corridas matinais. Deu-nos a possibilidade de dias e dias de pequenos-almoços demorados, de segredos e corridas que só eles compreendem.

E a nós, a possibilidade de os contemplar uma e outra vez, dias e dias seguidos.

Se há coisas que poderei agradecer a esta quarentena, esta será uma delas. Sem dúvida. Obrigada vida por mais esta oportunidade.



segunda-feira, agosto 10

Tinha 21 anos...

Tinha 21 anos quando engravidei pela primeira vez.

Tinha acabado de sair de casa para lutar por tudo aquilo que acreditava. Levava na bagagem a experiência de vida, a resiliência, a esperança e a força de viver. Levava na bagagem o amor, os sonhos e a fé de que com amor somos capazes de conquistar o mundo.

Levava a dúvida e o medo do amanhã, mas a esperança de viver uma vida sem imposições, de descobrir o verdadeiro significado da palavra “viver”.

Mas, sábia como é a vida, pouco tempo depois, engravidei. E foi aí, que pela primeira vez, percebi que nada acontece por acaso. Que em cada acaso há uma lição. E, nesse momento, eu percebi que nunca seria livre de verdade. Mas foi precisamente nesse momento que comecei a aprender, de verdade, o que é viver.

Percebi que o sonho ou a ilusão de viver uma vida longe de imposições, sem horários ou restrições nunca chegaria. Percebi que a minha missão de vida começara ali. Seria mãe e, mais do que em qualquer outro momento da minha vida, eu precisava de me reajustar, de me adaptar e entregar a algo novo. Teria em mãos alguém ainda mais importante do que eu para cuidar, para amar, para depositar tudo aquilo em que acreditava.

O Gabriel nasceu para me dar uma família. O Gabriel nasceu para me fazer ser o pilar de uma. Quando me tornei mãe, pude sentir na pele o que é isto de cuidar de alguém. E foi tão bom. Pela primeira vez na vida tive a confirmação de que nunca tinha estado errada. Pela primeira vez na vida, a vida deu-me razão.

Se, por um lado, a ilusão outrora perdida, de ser “livre” neste mundo caiu por terra; por outro, ganhei a minha própria família. A vida deu-me como presente alguém para que nunca me sentisse sozinha.

Foi das aprendizagens mais especiais de todas. Acredito que nada acontece por acaso, que tudo tem o tempo certo para acontecer. E o Gabriel não podia ter vindo numa altura melhor.

Dizem, por aí, que os melhores planos surgem sem planos. Talvez tenham razão… 



domingo, agosto 9

Portal do Inferno

Hoje trago-vos algo que raramente partilho: locais a visitar.

Uma das coisas que mais gostamos de fazer é sair em descoberta de novos locais. Em Portugal, visitamos muitas coisas e locais diferentes.

Por norma, o GPS cá de casa é o maridão que descobre sempre os melhores locais.

Gostamos de todo o tipo de espaços, desde os mais citadinos aos mais naturais. Gostamos de descobrir um bocadinho da história e da origem do nosso mundo. Portugal tem tantas e tantas coisas bonitas.

Um dos sítios que mais nos fascinou foi, sem dúvida, o Portal do Inferno.

Só o nome assusta. Mas tem tanto de assustador como de belo. Este é um trajeto repleto de paisagens incríveis, onde a natureza se apresenta no seu estado mais puro. O Portal do Inferno contempla um percurso íngreme, onde a vista sobre a Serra é fabulosa e arrepiante.




"O Portal do Inferno situa-se em pleno coração do Maciço da Gralheira, a cerca de 1000 metros de altitude, sobre rochas metassedimentares ante-ordovícicas, moldadas pelos agentes de geodinâmica externa, que incutem à paisagem um aspeto escarpado." (fonte)

Existem várias opções para visitarem esta região. Se acederem ao site oficial descobrem o tanto de coisas maravilhosas que podem visitar:

http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/geodiversidade/geossitios/portal-do-inferno-e-garra/






Se passarem por lá, contem-me se não foi uma experiência muito especial ;)


Bom domingo!

sexta-feira, agosto 7

Atividade do dia: Jogo das Emoções

Quem já tinha saudades da rubrica "Atividade do Dia"?
Hoje trago-vos uma atividade do dia antiga, mas com uma temática sempre atual: as emoções.

Este é um jogo particularmente especial, baseado num dos filmes que assistimos com o Gabi e dos quais ele mais gostou.
É baseado no filme "Inside Out" da Disney, em português "Divertidamente".

Deixo as fotos para que possam ver o jogo impresso. Ele está disponível em versão pdf no website www.733blog.com




E, como nada acontece por acaso. Infelizmente, não consegui aceder ao website e, por isso, não consigo deixar o link direto para o download aqui.

Mas, como não gosto de "roubar" direitos de autor a ninguém, deixo o link para referência, caso consigam abrir.

De qualquer das formas, se tiverem interesse, tenho o pdf gravado e posso enviar-vos com a salvaguarda de que foi retirado deste website (acima mencionado). Não deve ser utilizado para fins comerciais, apenas uso pessoal.



PS: Como nada acontece por acaso e há algum tempo que vos queria falar sobre direitos de autor, aproveito para deixar um desabafo/apelo a este tipo de situação. Com a facilidade de partilha de conteúdo que a internet nos permite, com a facilidade de acesso a jogos, atividades e imagens, é muito fácil e de alguma forma atrativo utilizar o que encontramos e partilhar com a nossa "comunidade".
Mas, como criadora de uma marca registada e como alguém que também já sofreu de plágio, peço-vos para terem em atenção este tipo de situações. Não utilizem coisas que não são vossas. Há websites com imagens gratuitas e websites onde poderão registar-se para terem possibilidade de utilização de imagens. Nunca é agradável ver o nosso conteúdo replicado sem autorização. Fica só o desabafo/apelo. Prefiram menos mas com a certeza de que estão a respeitar a vossa dignidade e o trabalho dos outros. Por favor. Por vocês. E pelas pessoas que depositam confiança em vocês.

quinta-feira, agosto 6

Amamentar dói?

Esta semana comemora-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno e queria trazer o assunto até vós. Apesar de, neste momento, não amamentar (falaremos sobre isto em breve) tive a oportunidade de amamentar durante mais de 3 anos.

Amamentar é uma experiência incrível. Os seus benefícios começam a ser do conhecimento de todos mas as suas implicações no dia-a-dia de uma mãe, talvez ainda não.

Amamentei porque queria, porque desejei mais do que tudo que essa seria uma experiência pela qual deveria passar. Queria ter e dar a oportunidade de experimentar algo que não tive oportunidade com o Gabi.

O Gabriel foi amamentado até aos 4 meses. Na altura, introduzimos o leite adaptado e gradualmente deixei de produzir leite para lhe dar. Não sabia nada de nada sobre o assunto. Não tinha apoio nem conselhos para que a amamentação pudesse continuar. Encarei de forma natural. Mas quando descobri o motivo pelo qual ficara sem leite, foi como que um choque. Foi injusto. Foi cruel para ambos, porque eu tinha tanto leite e de repente perdi tudo. Tinha perdido a oportunidade de nutrir o Gabi, de lhe poder dar alimento por mais tempo e não soube de nada.

Com a Estrela comecei a ler sobre o assunto, a pedir informações e decidi que seria diferente. E assim foi. Foi uma experiência maravilhosa, incrível.

Apesar de guardar a experiência como muito valiosa, não foi um mar de rosas. Houve fases espetaculares, e houve fases bem desgastantes, durante as quais questionei se faria ou não sentido continuar.

Na memória ficam, maioritariamente, as coisas boas. Mas, recordo algumas dificuldades como as maiores de todas.

- Nos primeiros dias, os meus peitos ficaram em ferida e muito sensíveis. Doíam tanto mas tanto, que eu contorcia-me e fechava os olhos para tentar apaziguar a dor. Não memorizei a dor, mas lembro-me disto e do quão difícil foi para o meu marido ver-me assim, a sofrer pela dor. Mas eu sabia que seriam apenas uns dias e tudo ficaria bem. Claro que, nos primeiros dias, amamentava em livre demanda, o que talvez chegasse a cerca de 10-12 mamadas diárias (?). Entre 10 a 12 vezes por dia eu via o céu a ficar escuro, respirava fundo e passava. Apenas as primeiras puxadas fazem doer. Depois tudo estabiliza.

- Nos primeiros meses, ui, os primeiros meses. O pânico que eu tinha das pesagem. Tinha um medo tão grande que a Estrelinha não aumentasse de peso. Tive este medo muito presente até aos 4 meses. Inconscientemente, por muito que me tentasse e me tentassem convencer de que a Estrela estava bem, eu tinha receio de perder o leite. Com o Gabi deixei de amamentar aos 4 meses e sabia que, chegando lá, tinha tudo para dar certo. Era aquela meta que não tinha sido ultrapassada pela primeira vez. Apesar da Estrela estar a engordar tão mas tão bem que, coitada, mal se via o pescoço, eu tinha mesmo medo.

- Depois dos 4 meses, eu sabia que seria capaz de chegar mais longe. Chegamos aos 6 meses com facilidade. Mas, condicionadas porque entretanto adoecera. Obriguei-me a não fazer medicação e, mais tarde, a aceitar apenas medicações que fossem compatíveis com a amamentação.

- A última dificuldade que recordo foram as fases de privação de sono. Aquela necessidade de me manter em vigília, de cuidar de duas crianças, de tentar trabalhar, de tentar dar conta de tudo a que me impunha foram, talvez, a única sensação que irei guardar para sempre.

- Mas, com muitas histórias pelo meio (um dia destes conto tudo), chegamos aos 3 anos de maminha. A pediatra tinha dito uma vez, em tom de brincadeira, que quem amamenta até aos 2 está preparada porque vai amamentar até aos 3. E verdade seja dita, assim foi.

- Passei por 2 trabalhos diferentes entre o 1 e o 3 ano de vida da Estrela. E lá nos fomos tentando organizar. À medida que o tempo corre, vamos encontrando um jeito de tornar as coisas mais simples para todos.

Mas, mães, se vocês também amamentaram (ou ainda amamentam), sejamos sinceras: amamentar é maravilhoso, mas há fases que doem. E doem mais na alma do que no próprio corpo. Talvez doam mais pelo cansaço mental e pela ansiedade que nos gera do que propriamente pelo facto de estarmos a amamentar. Porque isso é inexplicavelmente maravilhoso. Mas aquela dicotomia que se prende entre a vontade gigante de continuar e ao mesmo tempo pelo medo de colapsar é terrível.

Se vocês estão a amamentar e, por vezes, sentem-se cansadas ou exaustas; se pensam em desistir; se acham não serem capazes, só vos posso deixar um conselho: alinhem o coração ao pensamento e tomem a melhor decisão para ambos. Deixar de amamentar é daquelas decisões que só se toma uma vez. Por isso, façam-no com consciência para que possam ficar bem resolvidas com essa decisão. A maternidade é toda ela complexa. Nada melhor do que mantermos a consciência tranquila de que fizemos o nosso melhor.

E vocês, qual foram as maiores dificuldades que sentiram durante a amamentação? Quais as coisas que aconteceram para as quais não estavam preparadas?




quarta-feira, agosto 5

Quando te tornas mãe…

Quando te tornas mãe percebes uma quantidade gigantesca de coisas.

Uma delas é sobre o verdadeiro significado da vida. Ao receber o teu bebé no colo, percebes e contemplas o teu poder, pela primeira vez. O teu poder enquanto mulher.

Percebes que o teu poder vai muito além de seres “alguém” dentro de uma empresa, de seres reconhecida, de ouvires elogios aqui ou ali. O teu poder está na capacidade de gerar uma vida! Uma vida, do nada! Haverá poder maior do que este?

Aos poucos, vais percebendo que o teu poder reside, também, na capacidade intrínseca de amar alguém muito mais do que alguma vez julgaste ser possível. Reside na capacidade que tens para cuidar de alguém muito melhor do que de ti mesma. Reside na capacidade imensurável de querer o melhor a alguém que ainda agora viste e tocaste pela primeira vez.

Ao seres mãe, percebes que nada é mais poderoso do que o amor, do que o aconchego. Percebes que tens mais valor do que alguma vez tiveste. Que és importante, pela primeira vez. És a pessoa mais importante na vida de alguém. De verdade. E para sempre. Já pensaste sobre isso?

Ao seres mãe, percebes que as coisas mais belas da vida não se compram, não se veem. Existem num simples sorriso, numa gargalhada, num abraço oubeijo, numa palavra de amor, num adoro-te ou até num simples obrigada…

Ao seres mãe, percebes que és feliz mesmo quando abdicas de algo que nunca imaginaste ser capaz. Percebes que a tua felicidade se completa quando consegues contribuir para a felicidade do teu pequenino ser.

Ao seres mãe, aprendes tanto e tanto sobre viver, que darias o mundo só para fazer o teu pequenino ser, feliz.

Ao seres mãe… Tantas mudanças surgem. Tantas experiências novas acontecem.

Ao seres mãe… Não queiras ser mais nada. Embora possas continuar a sonhar com tantas outras coisas, ao seres mãe, apenas desfruta. Aproveita cada momento do vosso dia para lhe mostrares qual mãe gostarias que ele recordasse, quando crescesse. Esquece o resto e foca-te no que é importante para vocês.

Ao seres mãe, sê apenas mãe. Porque ser mãe, desse jeito, com tanta entrega, será apenas uma fase. Ao seres mãe, aceita-te como a pessoa mais importante na vida de alguém e age para que sejas capaz de a amar, compreender, respeitar, aceitar e apoiar todos os dias da tua vida.

PS: Ao seres mãe, sê apenas mãe: desliga o telemóvel, desliga as preocupações e desfruta. Absorve a paz que te é emitida e transmite o amor que há dentro de ti, em palavras e ações. Todos os dias, o melhor que fores capaz.



terça-feira, agosto 4

Nem sempre a vida corre sobre rodas…

Meu filho,

Já começaste a perceber que, nem sempre, a vida corre sobre rodas.

Por vezes, as rodas descarrilam. Outras vezes, podes perder um pneu. Outras ainda, podes precisar de insuflar ar, remendar aqui ou ali e continuar.

A vida nem sempre corre sobre rodas. O caminho é teu, mas a estrada é de todos. Por vezes, cruzas as tuas rodas com rodas maiores, mais novas, mais bonitas. Por vezes, desejas umas rodas diferentes das tuas. Algumas parecem andar melhor. Algumas parecem não ter tanto atrito ou dificuldade em deslizar. Mas tu conheces as tuas, sabes de que são feitas. Sabes que não foram adulteradas nem roubadas. São tuas. Têm o teu valor.

A vida, nem sempre, corre sobre rodas. Às vezes precisas de as trocar por outras, colocar correntes, trocar as da frente pelas de trás. As mudanças de direção acarretam, muitas vezes, a necessidade de substituição. É necessário adaptar cada roda à estrada que pisas. E as estradas são tão diferentes. Umas serão mais estreitas, outras mais largas. Umas serão mais irregulares, outras mais macias. Numas estradas encontrarás lombas gigantes, vais subir e descer de forma abrupta sem tempo para reação. Outras estradas serão a subir e terás que puxar pelas rodas porque elas poderão perder a força. Encontrarás ainda outras a descer, mais fáceis. Nessas, carrega no travão para apreciar a vista. Aprecia cada conquista e cada facilidade da mesma forma que apreciarás as dificuldades. Isso permitirá que nunca percas a tua essência. Quando chegares ao fim, saberás que não atropelaste ninguém pelo caminho e que te mantiveste fiel a ti mesmo. Assim manterás a cautela e a prudência, do mesmo jeito.

Meu filho…

Talvez já tenhas começado a perceber que, nem sempre, a vida corre sobre rodas.

Mas acredita, todos os remendos te farão crescer. Para isso, cuida de cada um deles melhor do que cuidavas das rodas quando ainda eram novas. Cuida deles com respeito, carinho e admiração. São esses remendos que te darão conhecimento sobre todas as estradas da vida que terás que percorrer. Mas és tu que escolhes o caminho! Vai e volta, sem pressa ou medo. Vai e volta, eu terei sempre a minha caixa de ferramentas pronta para te ajudar.




segunda-feira, agosto 3

A maior mudança de todas aconteceu! Mudou TUDO!

Mudança? Mais uma? Mas mudou tudo? Como assim?

É mesmo isso. Mudou TUDO!

E vocês poderão acompanhar um bocadinho de cada uma dessas coisas, se continuarem por aí.

Não quero fazer disto um mistério, nem causar suspense. Apesar de, por vezes, achar que a minha vida dava um filme, não é com suspense nem drama que a quero retratar. É com normalidade. Tal como ela é, para mim. Nada acontece por acaso. E tudo acontece no momento certo. Tudo surge para nos ensinar algo e nos permitir mudar. Para nos tornar disponíveis e capazes de continuar a acreditar e a sonhar…

Por isso, no mês de julho surgiram novas mudanças, boas mudanças. Mas vamos com calma, porque há tanta coisa para relatar.

Para já, posso dizer-vos que o tempo que estive ausente foi propositado. Há bastante tempo que planeava parar. Aproveitei mais uma mudança na nossa vida para o fazer. Já vos disse que a única constante na nossa vida tem sido a mudança?

Pois é, já vivemos tantas e tantas mudanças… Em cada uma delas, desligo do mundo para as viver com toda a intensidade que merecem e merecemos. E foi mesmo isso que fiz mais uma vez. O blog é um cantinho gigante, que ocupa o único bocadinho que tenho a sós. E quando se trata de mudanças, até esse tempo é necessário.

Ao mesmo tempo, eu precisava de me reorganizar. Era urgente redefinir algumas coisas e responder a algumas dúvidas. E foi um sucesso! Consegui encontrar todas as respostas e mais algumas. Fico tão feliz por isso. Foi um tempo muito bom! Foi algum tempo longe da internet, mas na realidade nem dei pelo tempo passar. Na internet, surge muitas vezes a ideia de que, ao parar, ao deixar de partilhar algo, estamos a “perder tempo e ritmo em relação aos outros”, estamos a “ficar para trás, a cair no esquecimento”… Mas, o que é isto minha gente? O ficar para trás só porque deixas de estar presente? Qual o sentido disso? Qual o sentido de procurar presença na vida de alguém que possivelmente até viveria melhor sem nós? Qual o sentido de querer marcar presença na vida das pessoas, quando nem na vida das tuas pessoas consegues marcar essa presença diária que tentas criar na internet?

Aproveita o teu tempo, desliga quando e as vezes que precisares. Muda, constrói, vive. Sem dar conhecimento ao resto do mundo. As maiores e mais importantes mudanças surgem dentro de nós. Não se veem, não se tocam, mas sentem-se. É urgente alinhar o pensamento com o coração. E ninguém melhor do que tu para cuidares disso, por ti e para ti.

Um beijinho enorme e Sejam Felizes!

Lu



domingo, agosto 2

Viver é agora!

Vive, agora!
Vai ser ainda mais feliz!

Liberta-te!
Corre, canta e dança. Sempre que te apetecer.
O mundo está à tua espera.
Vai e descobre-o!
Vai e descobre-te a ti.

Vive, agora. Vive, hoje.
Vai sem medo, eu ficarei aqui.
Para te ver chegar.
Para te abraçar.
Para te escutar.
Para te apoiar.
Para te ver feliz.

Vai, não percas tempo. Vive, hoje.
Porque viver é agora!


Lu