segunda-feira, setembro 13

What is your why?

 Boa Semana!

Todos precisamos de uma razão. Vocês questionam-se sobre os vossos motivos?

Num mundo tendencialmente comandado por modas, por tendências, é muito importante manter-mo-nos fieis a nós mesmos.

Pensar sobre o que nos move, repensar sobre o porquê de fazermos isto ou aquilo leva-nos a um maior entendimento sobre nós mesmos. Dessa forma, somos mais capazes de manter-mo-nos fiéis a quem somos.

Qual é o vosso porquê?


quarta-feira, setembro 8

Novo ano escolar: como os podemos preparar?

Vai e descobre o mundo. Vai e descobre o mundo por ti.

Ver um filho entrar para a escola primária é algo muito forte. Sentimos tanta coisa ao mesmo tempo que, muitas vezes, é difícil de exprimir.

Ver um filho entrar para uma escola num país que não é o seu é ainda mais "difícil" de exprimir.
O ano passado, o Gabi entrou para a escola aqui. Um local novo, uma cultura diferente, um método de ensino que ele desconhecia. Uma língua nova com tantas coisas para aprender.

Podemos, felizmente, dizer que correu tudo bem. Melhor do que o esperado.

Acredito que parte do sucesso deve-se à preparação.
Como assim, preparação?

Para cada uma das fases, o Gabi foi preparado da mesma forma:
Com a realidade. Não com a verdade, porque essa não conhecemos (nunca estivemos lá), não com a fantasia nem com o medo. Apenas com a realidade.
Em cada uma das fases, ele sabia que iria encontrar de tudo.

Isso inclui bons e maus professores, bons e maus alunos, bons e maus colegas,...
Ele foi preparado para experienciar bons e maus momentos e estava alertado para a dificuldade acrescida que podia enfrentar. As pessoas são diferentes, a forma de agir e pensar é diferente.
Nunca, em nenhuma situação lhe dissemos "Vai correr tudo bem". Nunca, em nenhuma situação, fantasiamos o que gostaríamos que ele experienciasse, dizendo que ele será capaz, porque nem tudo depende dele.

Preparamo-lo para desejar que corresse bem, mas prepara-mo-lo para dificuldade, para que as expetativas fossem mais fáceis de superar.
Não amedrontamos, dizendo que seria muito difícil, mas normalizamos tudo com a realidade: é assim em qualquer lugar.

A adaptação depende muito da criança, depende muito da sorte de encontrar um bom ou mau professor (infelizmente a sorte é necessária) e da coincidência de encontrar colegas mais semelhantes a si.
Não podemos prometer nada do que acontece em cada ano, mas podemos prepará-los para o que der e vier. Sem criar falsas expetativas, sem fantasiar, mas sem valorizar demasiado os medos, apenas normalizando.

Uma parte da adaptação deles também passa por nós, pela forma como os conseguimos, "mentalmente", preparar.

Como tem corrido por aí? De que forma prepararam os vossos?




segunda-feira, setembro 6

Quando um filho entra na escola, uma parte de nós regressa lá.

Quando um filho entra na escola, uma parte de nós regressa lá.

Revivemos todos uma espécie de recomeço, com uma intensidade diferente, mas talvez com uma nostalgia cada vez maior.

Recordamos o nosso trajeto enquanto estudantes, os melhores momentos e sentimos um aperto no peito a cada parte da história que se revelou como mais desafiante.

De forma mais ou menos consciente, revivemos o nosso processo escolar ao mesmo tempo que acompanhamos o dos nossos filhos.

Recordamos as nossas emoções e tantas vezes as nossas sensações.

Vocês sabiam que os nossos sentidos também guardam memórias?


O nosso sistema visual reaviva-nos memórias das imagens dos novos materiais, da nossa mochila mais ou menos colorida, das imagens que escolhíamos para a capa de cada disciplina, dos rostos dos professores,…

O olfativo remonta-nos a memórias tão doces como a do cheiro das canetas multicoloridas ou o cheiro dos livros abertos pela primeira vez… Quem se recorda daquele cheiro a folha nova, a página nunca antes folheada?

O sistema tátil remonta-nos a memórias macias como eram as folhas dos cadernos, sem marcas ou “orelhas”, lisos e perfeitos para serem embelezados de todas as cores…

O auditivo, por sua vez, presenteia-nos com memórias das melhores gargalhadas, partilhadas pelos corredores, ou com memórias de choro ou gritos que se dispersavam, tantas vezes, aquando do toque da campainha escolar…

O sistema proprioceptivo marca-nos com memórias mais próximas, como o abraço apertado da saudade dos amigos que não se viram nem falaram durante o verão inteiro, o aperto de mão da professora ou ainda do toque nas costas do colega na fila de trás… Também carrega memórias mais desafiantes como jogos de recreio. Quem se recorda do peso que era carregar colegas às costas, um após o outro, intervalados pelo aviso do “Aqui vai aço”?

O sistema vestibular lembra-nos muitas das peripécias que vivíamos no recreio… São disso exemplo o jogo do elástico ou da corda, ou o jogo do rodopio, onde agarrados às mãos uns dos outros rodávamos sem parar.

E o paladar? Esse será a gosto. Dizem que gostos não se discutem, mas acredito que muitos de nós nos recordemos do sabor do leite da escola… Ou do pão com queijo ou fiambre que chegava, tantas vezes, amassado ao recreio escolar. E ainda… Quem nunca espreitou a ementa e desejou “aquela” comida especial para aquele dia em que teria aulas o dia todo?

 

Se é verdade que as emoções nos marcam, é também verdade que os sentidos nos tatuam. Penetram na nossa memória de uma forma profunda e, muitas vezes, difícil de apagar.

 

Neste novo início de ano, já tinham parado para recordar todas estas emoções? Quais as sensações que mais vos marcaram?

Quanto a nós, façamos todos este exercício para recordarmos sentidos e memórias dos nossos tempos de escola.

Reorganizando as nossas memórias, seremos mais capazes e estaremos mais disponíveis para ajudar os nossos filhos a criarem as suas próprias memórias.

É tão bom apreciar cada sentido e guardar, com amor e nostalgia, tudo o que eles nos proporcionaram.

Que seja um ano repleto de boas memórias e que os sentidos possam ser todos bem estimulados!

 


 

sábado, setembro 4

Eles.

É impossível falar dos filhos sem falarmos, em primeiro lugar, de nós mesmos.


Olhamos para eles com os nossos olhos, carregando expetativas, sonhos e ambições que estão na nossa história.

Queremos dar isto ou aquilo que também recebemos, e não dar de todo uma ou outra coisa que não nos fez bem.

É muito importante parar uns segundos entre cada pensamento e refletir sobre o que estamos, de facto, a depositar neles. Se estamos a passar-lhes apenas o que é nosso ou se estamos oferecer-lhes o que eles também querem.

À medida que o tempo passa e a idade avança, cada vez mais acredito que isto é fundamental.

Não somos apenas os amigos, que alinhamos em tudo, mas não somos apenas os pais que "impõe regras". Somos a complexa combinação de tudo isto. E se é verdade que precisamos de ensinar-lhe sobre a vida, também é verdade que precisamos, acima de tudo, de compreender o que eles esperam dela.

Só assim conseguiremos, de forma mais ajustada, equilibrar expetativas e tornar toda esta experiência mais saudável, agradável e feliz para todos.



quinta-feira, setembro 2

E se a vossa criança fosse “especial”?

Para este novo ano, deixo uma reflexão diferente, a pensar em todos aqueles que passam por inquietações talvez um "bocadinho" diferentes das nossas...


E se a vossa criança fosse “especial”?

Todas são, na realidade. Todas as crianças são especiais, cada uma à sua maneira. Mas, não encontrando uma outra forma de descrever aquelas cujas necessidades básicas requerem um suporte extra, decidi chamá-las assim “especiais”. Porque é assim que a sua vida é: diferente, mas muito muito especial. Focada no que realmente é essencial.

Mas, introduções à parte, já pensaram como se sentiriam se as vossas crianças precisassem de um auxílio extra neste novo início de escola?

A cada novo começo de escola focamo-nos em como os nossos filhos “sobreviverão” dentro de uma sala de aula, em como se “aguentarão” longe do seu conforto ou ninho… Questionamo-nos se serão ou não capazes de pedir ajuda, de reclamar atenção, de fazer amigos, de responder à professora e de interagir com a comunidade escolar.

Mas, há uma parte das crianças, igual ou diferente das nossas, que requerem um especial cuidado, que requerem uma atenção redobrada, que precisam que conversem com elas, mesmo que não sejam capazes de o fazer.

E neste grupo de crianças encontramos os seus pais, os seus cuidadores e os seus responsáveis, que talvez não saibam ao certo o que é sentir os mesmos desconfortos e inquetações que tanto preocupam muitos de nós.

Estes pais estarão focados em inquietações muito maiores, mais delicadas e, talvez mais difíceis de satisfazer.

Muitos destes pais partem do princípio que as suas crianças não serão capazes de comunicar, de se manifestar, de reclamar atenção, de criar contactos e de construir relações por si próprias. Talvez estes pais questionem-se sobre se existirá alguém para apoiar as suas crianças, se essa pessoa estará disponível para conversar com elas, para lhes mostrar o contexto escolar numa outra dimensão.

Muitas destas crianças requerem um cuidado diferente, e os pais questionar-se-ão como será pertencer a uma escola, tantas e tantas vezes não adaptada e ajustada às suas necessidades.

Não deve ser fácil gerir todas as inquietações inerentes, partindo do princípio que as suas crianças não são capazes de comunicar, outras nem sequer de se manifestarem e outras que não são sequer capazes de abrir o seu próprio lanche e de o conseguirem saborear.

Não será fácil gerir tantas inquietações inerentes ao receio de como será o novo ano escolar, quando se parte do princípio que existe um entrave ao brincar e ao construir relações de amizade.

Depois de mais de um ano em pandemia, que o nosso foco seja ligeiramente diferente. Que possamos olhar mais para além dos nossos, e de alguma forma, os possamos preparar para todas as realidades que eles poderão encontrar. Que sejamos capazes de acolher e respeitar que nem todos sentimos o mesmo e que as inquietações de cada um podem mudar, dependendo do foco de cada um.

Para este ano, que estejamos mais preparados para explicar aos nossos a diversidade que cada um deles poderá encontrar e, ao mesmo tempo, as dificuldades que o outro pode atravessar.

Se prepararmos as novas gerações para a diferença, se lhes treinarmos desde cedo a empatia, talvez possamos mais depressa chegar a um mundo onde todos nos olhemos de forma igual.

Que este novo ano letivo possamos abrir os olhos, os nossos e os dos nossos filhos, e sejamos todos capazes de aceitar, integrar e apoiar as crianças que mesmo sendo diferentes são como as outras, todas iguais.

 


@blogdamamalu

quarta-feira, setembro 1

Hoje seria dia de tentar de novo... E será!

Demorei bastante tempo até tomar a decisão de afastar-me das redes sociais. A vida não é perfeita e eu vivo no limbo entre parar para tentar consertar algumas coisas e continuar, tentando manter um equilíbrio que seja, a meu ver, mais ou menos funcional.

Cheguei à conclusão de que teria que parar. Uma conclusão dolorida porque não é a primeira vez que o faço. E, de cada vez, custa-me um bocadinho mais. Porque no fundo eu sei o porquê de o fazer, mas a maioria das vezes não quero admitir.

Estes dias entrei em profunda reflexão. Hoje é um dia muito especial para mim, um dos dias mais importantes de todas as transições. Começar o mês de Setembro sem recomeçar de novo, sem tentar um novo caminho dentro de mim é sentir-me avançar com um vazio e sem propósito. E se há coisas que tenho são propósitos e objetivos para alcançar.

Refleti muito e refleti sobre o que deveria trazer ou não até aqui. É inevitável não pensar que desse lado estão pessoas, que desse lado estão vocês. E eu sei que há de tudo um pouco: os que vêm por gosto, os que vêm por inveja e os que vêm sem saberem ao certo porquê.

E eu não sou imune a tudo o que os outros dizem, eu não sou (ainda) capaz de ignorar tudo o que tentam fazer de mim. Mas há uma coisa que eu sei: se deixar de me desafiar, nesse dia serei incapaz de evoluir. E para mim, parar é como morrer. Já estive parada tempo demais na tentativa de tentar ser diferente. Já tentei e não consegui. Eu sou assim. Talvez seja defeito, talvez seja apenas feitio, mas eu não consigo estar parada. E não volto a fazê-lo, pelo menos por agora.

Se todos precisamos de amigos, a escrita é o meu (corrijo, felizmente, um dos, mas talvez o mais antigo).



(Este é mais um dos textos escritos sem revisão ou correção, por isso perdoem-me qualquer erro gramatical ou falta de conexão).