Este é
um assunto muito delicado. Do qual tenho consciência que já errei, também. No
entanto, como sou das primeiras pessoas no meu grupo a passar pelo nascimento
do 2º filho, os erros não foram assim tantos quanto isso.
Mas,
fica de alerta: por mais que queiram saber como correu o nascimento, como está
a bebé, por favor, lembrem-se, em primeiro lugar, do menino que me tornou mãe:
o Gabriel.
Ele
estará sensível, tal como eu. Aliás, ele já anda sensível. Ele sente todas as mudanças.
Ele sente que a atenção já não é só dele. Há mais alguém, aqui dentro, a quem
os papás dão atenção. Há mais alguém, aqui dentro, a quem as outras pessoas dão
atenção. Há mais alguém, aqui dentro, que chama a atenção em locais públicos.
Mais do que ele.
Por
isso, é normal que ele ande sensível. Ele teve toda a atenção só para ele,
durante 7 anos. Ele não sabia, nunca pediu ou imaginou que teria um outro ser
para dividir atenção. Pontualmente, pediu um companheiro, mas para brincar com
ele. Nunca pediria se imaginasse que a atenção seria para dividir, ou então, na
pior das hipóteses, nunca pediria se imaginasse ficar sem a atenção das pessoas
à sua volta…
Por
isso, é muito importante repensarmos sobre a nossa atitude em visitas a bebés
com irmãos.
O mano
mais velho lembrar-se-á de todas as visitas e telefonemas, ao contrário da mana.
Ele conhece-vos há tantos anos. E, possivelmente, foram poucas as vezes que vos
ouviu ligar ou visitá-lo apenas a ele… Não é justo que o façam por alguém que
não conhecem, que nunca viram. Não é justo.
O mano
mais velho lembrar-se-á de todos os presentes, miminhos, carinhos ou cartas que
lhe possam oferecer. A bebé não. Não terá o mesmo valor para ela.
O mano mais
velho continua a ter vida própria: continua a ter escola, amigos, atividades
extra. Continua a gostar de jogos e desenhos animados.
Cingir
as questões a perguntas como “Então, como está a mana?”, “Então, já mudaste a
fralda à mana?”, “Então, gostas da mana?” é cingir toda a vida dele a um novo
ser. Não o façam, por favor. Interessem-se por ele, pelas coisas dele. Ele
continuará a ser ele, com um papel extra, é certo. Mas, para ele, nesta fase da
sua vida, é muito mais empolgante conversar sobre o que ele fez na escola, nas
atividades ou no seu tempo de lazer.
Outra das
questões que gostaria que evitassem são as do tipo: “Tens ajudado a mãe e o
pai?”, “Tens cuidado da mana?”. Estas são questões que não são da
responsabilidade dele. Com o tempo, ele irá definir o seu papel de irmão mais
velho, de cuidador, de ajudante nisto ou naquilo. Mas, ele está contente por
ter uma mana, alguém para partilhar momentos. Não está preparado para ser
ajudante ou cuidador, antes de tudo o resto. Ele continua a ser criança. Apesar
de mais velho do que ela. Ele continua a querer brincar, a querer descansar, a
precisar do seu tempo e do seu ritmo.
Uma
última questão que é sensível é a “Precisam de ajuda com o Gabriel?”.
Raramente, foram as vezes que precisamos de ajuda. Já precisamos, sim.
Infelizmente, já houve momentos em que foi praticamente impossível conciliar
horários entre nós os dois e precisamos de ajuda. Mas, lá está, foi
pontualmente, muito raramente (felizmente!) e quando aconteceu, soubemos pedir
ajuda.
Por
isso, desta vez, não será diferente. Claro está, saberemos a quem pedir, quando
precisarmos. Não forcem ajuda na frente do Gabriel. Ele não o entenderá da
mesma forma que nós, e pode sentir que agora que tem uma mana, precisa de
cuidados de outras pessoas…
Não queremos isso, pois não?
mamã Lu
Não queremos isso, pois não?
mamã Lu
Olá ,
ResponderExcluirSem dúvida um texto que fará muito sentido.
Gostei de ler, mas não me encaixa ai, nunca fui mãe.
Mas de certo a sensibilidade para estas questões estão no topo, acho que até para quem não tem filhos é uma lição a aprender.
Obrigada pela partilha :)
Beijinhos da Carlota
http://a-carlota.blogspot.pt/
Eu não sou mãe , mas concordo plenamente em tudo o que disse ( não quer dizer que um dia não cometa esse erro ) , às vezes fazemos as coisas mesmo sem pensar ..
ResponderExcluirNunca tinha pensado nessa forma , sempre achei é normal darem mais atenção ao mais pequeno , é a "novidade", mas claro que o mais velho irá sempre sentir se a parte ..
enquanto que a mais pequena nem nota diferença para já ..
Adorei esta sua forma de dizer as coisas e pensar .. vou seguir o blog , é uma grande ajuda para as futuras mamãs :)
Um beijinho para si e para os dois pequenos .
está um post muito bom, eu também sou mãe de 2 meninos, no entanto e talvez pela diferença de idades ser grandes, 11 anos precisamente, e o Alexandre na altura ter 12 anos e ser imensamente independente e com uma mente adulta, já entendia a chegada do irmão não tanto como uma ameaça ao lugar, mas mais como companheiro novo a chegar, acho que o factor de serem do mesmo sexo também influencia pois o Alex partilha as brincadeiras e jogos com o irmão. o que eu sei é que nunca pensei que o elo entre eles fosse assim tão único e forte, o Gustavo tem total veneração pelo irmão mais velho e o Alexandre adora ensinar e educar o Gustavo, confesso que o Gustavo dá mais ouvidos ao mano que mim ou ao pai..
ResponderExcluirbeijinhos
Beleza De Mulher e Mãe
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Olá :)
ResponderExcluirGabriel é tão lindo :3
Dois deve ser o terror do amor ahahahah💕
Beijokitaz