Hoje, todas as atenções estiveram
voltadas para o Dia Internacional da Mulher. Nestes 5 minutos que tive para
sentar-me ao computador, queria escrever algo inspirador. Um texto, um poema,
ou quem sabe, compor uma música. Mas, a inspiração não abunda em dias em que o
cansaço pesa mais do que o nosso próprio corpo. Por isso, deixo apenas um
pensamento (ou uma dúvida?), sem grande “reflexão”.
Pensar no que significa hoje, para mim,
o dia da mulher deixa-me confusa. Este dia surgiu numa altura em que a mulher não
possuía valor algum na sociedade. Era “refém”, num mundo em que os homens dominavam
o mundo do trabalho e lideravam os lares. Hoje em dia, a mulher tem tanto ou
mais valor do que o homem. Temos conseguido tanto reconhecimento, que, por
vezes, tenho receio que o nosso valor desvaneça e que as caraterísticas que nos
tornaram sempre tão especiais possam ser esquecidas.
Ao pensar em mim como mulher, repenso
sobre o que me torna diferente, neste mundo em que a luta pela igualdade está
cada vez maior… Penso e repenso, mas não sei se chego a uma conclusão. Talvez precisasse
debater sobre este tema, escutar opiniões…
Pesquisei. E, ao pesquisar sobre a
mulher, encontrei várias frases motivadoras, que nos colocam naquele pedestal
maravilhoso, no qual somos capazes de possuir a maior força e sensibilidade do
mundo. Nos mais belos poemas somos consideradas as musas da beleza, da
genuinidade, da paciência. Nas músicas de apaixonados somos consideradas
sensuais, meigas e audazes. Nas frases inspiradoras somos retratadas como as
mais persistentes e capazes. Nas fotografias retratam-nos como um ser perfeito,
inatingível… Em cada arte somos consideradas a verdadeira obra de arte.
Mas, ao pensar sobre isto, e agora que
tenho uma filha para criar, não posso deixar de ter enumerar alguns medos...
Receio que a mulher se torne demasiado
popular ao ponto de se tornar um ser comum. Receio que a igualdade que tanto
pretendemos nos torne demasiado iguais, ao ponto de não nos saberem distinguir
tais pormenores. Receio que queiramos tanto o reconhecimento de todo o mundo ao
ponto de deixarmos que aquele mistério que sempre nos tornou inatingíveis se
torne demasiado popular. Receio que nos tornemos demasiado amargas e oprimidas
e que percamos toda a nossa amabilidade e generosidade. Receio que nos tornemos
demasiado “senhoras do nosso nariz” e nos tornemos demasiado independentes e
solitárias… Receio que atinjamos tudo o que sempre ambicionamos e deixemos de
ser tão sonhadoras…
Receio que a Estrelinha cresça e não
seja capaz de perceber a diferença entre um homem e uma mulher. Receio que a Estrelinha
cresça sem compreender porque deve ser nobre, sonhadora e amável, e ao mesmo
tempo, ambiciosa e persistente. Receio que a Estrelinha cresça sem dar valor
aos seus atributos, aos mesmos atributos que nos tornam tão encantadoras em
obras de arte. Receio que a Estrelinha cresça sem desejar agradecer à vida pela
sorte que tem em ter nascido mulher…
Receio que a mulher queira demasiado
fazer e estar em toda a parte e esqueça de vez a nossa essência, a que nos
distingue de verdade dos homens…
Sou mulher. Fui menina. Tornei-me uma
jovem, com sonhos e ambições. Tornei-me mãe. E com essa realidade tornei-me
mais capaz. Mais consciente. Mais lutadora. Para mim, mais mulher. Apesar de
ter noção de que nem todas ansiamos a maternidade, é neste papel que revejo a
maior diferença entre nós e o sexo oposto. Podemos querer os mesmos lugares hierárquicos,
ambicionar a liderança, gerir patrimónios pessoais ou empresariais, ou tanta
coisa quanta vos lembrares… Podemos querer tudo o que os homens conseguiram
antes de nós. Mas, se há algo que faz de nós um ser único é esta capacidade que
temos de sermos mães. Ter a possibilidade de gerar, alimentar e criar um filho
é algo verdadeiramente único, que me deixa completamente realizada e feliz por
ter nascido mulher. Sei que nem todas conseguem passar por esta experiência,
mas sei ainda que terão igual capacidade de amar alguém do mesmo jeito. Porque ser
mulher é muito mais do que ser igual ou melhor. É ter a capacidade de amar
alguém de forma incondicional, mais do que a própria vida. Só nós sabemos a
felicidade que existe quando revemos em alguém a nossa própria essência, quando
carregamos no peito a preocupação e o amor que nos tiram noites de sono, mas
nos proporcionam os melhores momentos da nossa vida… Só nós somos capazes de
querer o mundo e, mesmo assim, abdicar dele, porque valores mais altos se
levantam. Só nós temos a capacidade de acreditar e persistir, de cuidar,
acarinhar, abraçar, sorrir quando a vontade é chorar, correr o mundo, dar a
vida…
Neste momento é isto que sinto que me
torna especial, por ser mulher…
Obrigada à vida, porque a natureza
deixou o melhor para nós…
[Apesar disto, são várias as Mulheres da minha vida que são demasiado especias, por serem delicadas, persistentes, sonhadoras, lutadoras, ambiciosas, capazes, mas acima de tudo, genuínas e sinceras. E, mesmo sem serem mães, sei que dariam o mundo por quem amam. E nisso, a amizade é também uma forma de amor. E, sou tão feliz por ser parte da vida delas.]
[Apesar disto, são várias as Mulheres da minha vida que são demasiado especias, por serem delicadas, persistentes, sonhadoras, lutadoras, ambiciosas, capazes, mas acima de tudo, genuínas e sinceras. E, mesmo sem serem mães, sei que dariam o mundo por quem amam. E nisso, a amizade é também uma forma de amor. E, sou tão feliz por ser parte da vida delas.]
FELIZ DIA DAS MULHERES!
PS: E vocês, mulheres? O que vos torna
diferentes? O que faz de vocês especiais?
E, para vocês, homens? São as mulheres verdadeiramente
especiais?
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