O facto de ter sido mãe nova ensinou-me
muita coisa. Fui mãe numa altura em que nenhuma outra amiga o era. Aliás, as
minhas amigas têm filhos mais próximos da Estrela do que do Gabriel. Por isso,
fui mãe durante muito tempo sem poder partilhar experiências com as minhas
amigas de longa data … Em contrapartida, fiz amizades por ser mãe. E isso é
maravilhoso. Mas, até isso acontecer andei uns tempos perdida, sem noção de
como seria a realidade de outras mães…
Os meus inícios como mãe foram lindos,
mas foram muitas as inseguranças, dúvidas, medos e incertezas que passavam por
mim…
A amamentação, os dentes, a entrada na creche, as primeiras papas,
a mudança de quarto, as primeiras palavras, a retirada da fralda… Todas aquelas etapas iniciais, das
quais qualquer mãe de primeira viagem tem receio, eu passei-as sem ter uma
amiga para partilhar experiências, sem ter uma amiga que me orientasse, ou
apenas dissesse “tudo tem um jeito natural de acontecer”. Não lamento que isso
tenha acontecido. Estou apenas a constatar um facto. Felizmente, sempre tive uma
forte rede de suporte junto de mim e, nos momentos em que mais precisei, eles
estiveram lá, para me apoiar.
Mas, não posso deixar de dizer que senti falta de ter alguém a quem confiar, a quem escutar, ou simplesmente alguém a quem
possamos contar os nossos medos, mesmo que esse alguém se ria na nossa cara. Tudo
isso faz falta e faz parte de um processo natural…
Mas, como fiz tudo ao
contrário (ao contrário do que a maioria faz), muitas foram as vezes em que tive que aguentar as consequências dessas
alterações de percurso. Ao mesmo tempo, foi também isso que me fortaleceu e
contribuiu ainda mais para uma visão simplista das coisas… Não há segredo para
viver a maternidade sem peso na consciência. Há apenas que a viver, olhando
para as coisas da forma mais natural possível. A forma como encaramos cada
situação será um ensinamento para os nossos filhos. E, o que para nós é
natural, para eles também o será. Afinal, é assim que estão a aprender. Se nos
tivessem ensinado que o verde é azul, não iriamos jurá-lo e defende-lo para o
resto da vida? É mais ou menos a mesma coisa… (mais ou menos, vá).
Se encararmos cada etapa como
algo simples, natural e positivo, eles irão aprender que realmente é assim. E,
de facto, não faz sentido que seja de outra forma. Vai doer? Vai. Vamos chorar?
Vamos. Vamos ficar muitas horas acordadas? Claro que vamos. Mas, se olharmos para
todas elas com gratidão, veremos que afinal não foi assim tão difícil...
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