quarta-feira, fevereiro 6

E se, um dia, eu me esquecer de tudo?


Tenho andado tão cansada, que por vezes, dou por mim a pensar que não serei capaz de guardar memórias destes anos.
Volta e meia, revejo fotos deste tempo e sinto que não me lembro de quase nada. Quer dizer, recordo-me de cada momento, mas não sou capaz de retratar os sentimentos que ali estiveram presentes. E isso deixa-me tão triste, com um vazio tão grande dentro de mim…
Vocês que já me conhecem sabem que sou lamechas, que vibro com tudo aquilo que somos capazes de sentir. Não sou pessoa de manter imagens bonitas ou aparências perfeitas só para mostrar isto ou aquilo que não sou nem vivi. Gosto do que está por detrás de uma foto ou vídeo. Gosto de sentir o que senti. De relembrar cada momento de forma completa.
O cansaço e a falta de tempo para escrever têm implicação direta na memória. Mas, não gosto nada disso.
Tenho medo de não ser capaz de recordar histórias e momentos de forma completa, de relatar o início da história de vida da Estrela, o nosso reinício de história, a quatro…. Mas, não quero. Preciso combater isso, encontrando no meio de toda esta rotina acelerada, tempo para mim. Preciso parar, respirar e escrever o que sinto. Preciso de o fazer mais vezes e não apenas em momentos em que o piloto automático se apoderou de mim. Só assim serei capaz de relatar tudo, novamente, aos meus amores mais novos.
Quero reiniciar uma nova página na nossa história, mesmo que sinta que as duas anteriores ficaram meio perdidas nestes registos.
É por isto que digo sempre que são incríveis e fascinantes os dois primeiros anos da nossa vida, mas ao mesmo tempo, é injusto que sejam os anos mais desgastantes.
Estes dias li alguns registos de quando o Gabi era pequenino e algumas histórias minhas. Ser capaz de relembrar tudo aquilo, porque um dia o escrevi, deixa-me imensamente grata. É delicioso demais poder registar e recordar histórias através da escrita…
Senti ainda mais que preciso disso para mim.





Nenhum comentário:

Postar um comentário