Gabriel,
hoje quero pedir-te desculpa. Desculpa pelas vezes que exigi mais de ti do que
aquilo que foste capaz de dar.
Gabriel,
hoje só quero dizer-te que não precisas fazer tudo bem à primeira. Na verdade, não
o precisas de fazer nem à segunda, terceira ou quarta vez.
Hoje
senti-me arrependida por todas as vezes que, consciente ou inconscientemente,
pedi para “fazeres bem”.
Tenho-me
deparado com tantas crianças que não querem sequer tentar algo novo, porque
sentem que devem fazer algo perfeito, que parei para repensar sobre isto.
Meu
filho, não precisas fazer tudo perfeito. Talvez hajam coisas que nunca farás
bem, ou da forma que a idealizei para ti. Não existem pessoas nem coisas
perfeitas e, por isso, não deves sentir-te na obrigação de o ser, muito menos à
primeira, quando tudo é ainda novidade.
Mas,
não posso deixar de dizer que sempre apoiarei e dar-te-ei tudo o que puder para
que consigas dar apenas o teu melhor. E o teu melhor hoje não será o teu melhor
de amanhã. E, por muito que tentes, existirão dias em que, simplesmente, as coisas
não fluirão da mesma forma e poderão parecer um bocadinho mais difíceis. Mas,
quero dizer-te, nestes momentos, que não deves desistir. Não precisas ser
perfeito. Basta que dês o melhor que conseguires, quiseres ou puderes dar. Faz
do teu jeito, à tua maneira, porque o que é personalizado por nós tem sempre
muito mais valor.
Gabriel,
quando te pedirem algo, não tenhas receio de o fazer. Se o fizeres “mal” ou
achares que não ficou como idealizaste, lembra-te que terás outras
oportunidades para fazer de novo, se assim o desejares. Gabriel, nesta vida,
tão curta e incerta, nada vale mais do que o nosso bem-estar. E, a cada nova
experiência, só quero que te sintas bem, tranquilo e feliz.
Meu
filho, prometo não exigir mais de ti. Prometo que tentarei repensar nas
consequências que este tipo de exigências pode trazer. E, se algum dia, tiveres
algo novo para experimentar, vai, sem medo. Sem medo de ser feliz. E, no final,
apenas irei pedir que me contes o que sentiste, o que aprendeste, o que
viveste. Não quererei saber se foi o melhor trabalho da tua vida, a tua melhor
criação, o jogo em que obtiveste mais pontuação. Não. Nada disso importa. Porque
se estiveres feliz, nada estará mais perfeito.
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