Em 2012, depois de algum tempo distante do blog, alterei o seu nome para (Im)Perfeição.
Na altura, o Gabi teria 3 anos. E eu cerca de 4 na minha nova vida. Terminara o curso, tinha trabalhado e ficado desempregada. Mudara de casa pela primeira vez e tinha sob a minha responsabilidade tudo o que faz parte da vida de um "adulto". Durante esses 3 anos lutei contra a imperfeição. Dava tudo de mim, culpava-me quando falhava. Queria ser perfeita. Queria ser a esposa ideal, a mãe perfeita, a amiga sempre presente, a dona de casa exemplar, cuidar de mim emocional e fisicamente. Mas não deu. Não fui capaz. Senti-me tão impotente. Senti que não estava preparada para tudo. Senti que algo estava errado, que deveria existir uma forma ou solução para o conseguir. Mas não. Demorei para perceber que ninguém é perfeito. Porque eu queria muito ser. Não queria falhar. Não me ensinaram que ninguém é tudo. Os professores ensinaram-me a ser a melhor profissional, na maternidade disseram para eu ser a melhor mãe, na vida aprendi que deveria ser a melhor pessoa, os amigos previsavam que eu fosse a melhor amiga, o marido que fosse a esposa ideal, e a casa precisava de mim que tão pouco sabia sobre governar uma casa. E eu.. exigia o auto cuidado que achava merecer. Apesar de se ter passado muito tempo, aprendi que um bom profissional talvez não esteja sempre presente na família, que uma boa dona de casa talvez não se cuide assim tanto, que uma boa esposa talvez não passe tanto tempo com os filhos, e uma boa mãe talvez não seja a melhor profissional. Ponderei tudo. Fiz o balanço. E decidi que a única coisa que não podia adiar era a maternidade. Tudo o resto, mais cedo ou mais tarde, teria um rumo melhor. Engoli o perfecionismo, e assinei o blog como (im)perfeição. Foi uma ajuda olhar para esse nome e lembrar-me que nunca poderia esquecer que ninguém é perfeito. Que não podia exigir de mim o que não é possível para ninguém.
Ainda hoje me recordo de tudo isto e ainda hoje luto para ser melhor. Mas eu sei que quando a energia falha ou o tempo escasseia, tudo pode esperar, mas os meus filhos não.
Não quero ser perfeita. Mas quero estar presente. Hoje e sempre. E tu, o que queres?
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