No
outro dia, no parque, enquanto o meu pequenote se divertia, estive a apreciar atitudes
de alguns pais. É sempre bom repararmos no que os outros fazem para melhorarmos
ou excluirmos comportamentos da nossa vida.
Uma
coisa que sempre me meteu uma certa confusão é a forma como as pessoas
conseguem CRIAR uma birra! Sim, digo CRIAR, porque há birras que podem muito
facilmente ser EVITADAS!
Não
acredito que todas as birras possam ser evitadas, porque a birra é a forma mais
fácil das crianças se manifestarem, quando não conseguem expressar os seus
sentimentos por palavras.
O
meu pequenote nunca foi uma criança de muitas birras. Fez birras sim, mas tão
poucas e curtas que não sou capaz de relatar uma. E acredito que isso deve-se a
alguns aspetos importantes, que muitas vezes ficam esquecidos.
Em
primeiro lugar, nunca nos podemos esquecer que as crianças têm um “cérebro” à
espera de ser preenchido, por isso cabe-nos a nós ensiná-las em TUDO!
E
como crianças que são, quando começam a querer ter a sua “independência”, continuam
a precisar de apoio, atenção e ensinamentos.
1º Fale devagar e utilize frases curtas
A
velocidade de processamento de informação da criança, bem como a informação que
ela reconhece, não é tão grande como a nossa. Por isso, para quê desatar a
reclamar com ela, com frases enormes, se quando chegar a meio ela já se perdeu
pelo caminho?! CALMA! Se quer controlar uma birra, fale devagar e pouco! Seja sucinto, utilize palavras de fácil compreensão, e fale d-e-v-a-g-a-r.
2º OIhe a criança nos Olhos!
Nada
é mais terrível do que um pai que dá uma ordem para o ar. Não nos irrita quando
falamos e eles não olham para nós? Sim! E muito! Então, porque falar para a
criança sem olhar para ela? É assim que a ensinamos a importância de olhar nos
olhos?
Isto
foi outra das coisas que presenciei: a mãe alerta a filha “vamos para casa” no
parque, mas nem olha para ela. Claro… Não demonstrando interesse no que lhe
está a dizer, a criança não vai querer ter interesse.
3º Entenda-a! Sempre! Mesmo nas birras!
As
birras são o procedimento mais simples de manifestação. Por isso, seja você a
entender que a criança não sabe fazê-lo de outra forma. Olhe-a nos olhos, fale
devagar e pouco, mas diga-lhe que sabe que ela gostaria de ficar mais tempo no
parque, que também já foi criança, e também gostava muito de o fazer. Mas,
naquele momento não será possível brincar muito mais. Mas o parque não sai
dali, e poderão regressar noutro dia.
4º Dê-lhe margem de manobra:
Dizer
a uma criança: “Sai do parque, vamos para casa JÁ!” É muito difícil. Imagine-se
no seu passatempo preferido, a ler um livro, a fazer um jogo, e alguém lhe diz:
“Pára ISSO IMEDIATAMENTE!” Como se sente? Consegue parar?! Aposto que não. Há
sempre o “deixa-me só terminar esta frase, este jogo, …” Verdade? Bem me
parecia. Então, porque o faz com a criança? Dê-lhe tempo. Diga-lhe tudo (da
forma que falamos acima), mas continue: “Quantas voltas quer dar mais?” E antes
que ela diga 100! Dê-lhe a escolher: “3 ou 4?” Ela vai preferir o 4, mas saberá
que depois não há mais negociações. Este tempo também irá permitir que a
criança se acalme antes de irem embora.
5º Seja coerente!
Utilize
sempre a mesma forma de proceder. Se lhe deu atenção, compreendeu, deu margem
de manobra. Faça-o sempre da mesma forma. Assim, ela saberá que está a falar da
forma certa e não haverá espaço para reclamações.
O
meu pequenote (para já) não me tem deixado mal. Agora, basta dizer: “vamos ao
parque, mas quando eu chamar é para vir embora”, ele já sabe que depois de lhe
dar a margem de manobra (essa existe sempre) não vale a pena questionar, é
mesmo para vir.
Tudo
é uma questão de “treino”, persistência e calma!
São
crianças, apenas!
Adorei amiga. Uso sempre com o meu Rafinha e só assim dá resultado. Por vezes erramos ao subvalorizar as crianças, não lhes concedemos as competências que possuem, só que elas, apesar de imaturas, estão lá em desenvolvimento. E nada melhor de que ajudar a que elas tenham o desenvolvimento correto. Se não gostamos que gritem connosco porque vamos faze-lo com eles???
ResponderExcluirOh.. Obrigada pelo comentário Lenita :D
ExcluirÉ mesmo, se não gostamos que nos gritem, porque ensinamos os nossos filhos a fazê-lo? De vez em quando apetece-me intervir com alguns pais... Mas lá me tento conter ;)
Um beijinho enorme para ti e para o Rafinha (que está enorme) Como o tempo voa :)
Oxalá ajudem alguns pais ;)
ResponderExcluirObrigada pelo comentário Isabel Sá
Beijinho, Lu