Hoje
tinha que me pronunciar sobre isto: o cancro.
Que
palavra tão dura, tão cruel, tão feia!
Vi
o vídeo da Sofia Ribeiro. Chorei. Chorei por ela. Chorei por quem passa pelo
mesmo. Chorei pelos meus. Chorei por mim. No fundo, acho que chorei por medo, pela
incerteza. Chorei pela probabilidade, pelo sofrimento, pela dor. Chorei pela luta
e por todo o processo que isso implica.
É
a Sofia Ribeiro. Mas não é só. É o vizinho, o tio, o primo, o irmão, o marido,
o filho, sou eu. És tu, é ele, é ela. É qualquer um. Esta doença ataca, sem que
ninguém se aperceba. E fica, quando quer. E, infelizmente, vence mais do que deveria
vencer. Vence os fortes, os fracos, vence o pobre e o rico. Não distingue
classes sociais, não distingue boas e más pessoas.
Sei
bem que nada é nosso. Mas, o medo de perder é tão grande. Custa-me falar sobre
ele. Custa-me pensar sequer nele.
Mas,
custa-me, da mesma forma, ver que existem pessoas que não entendem isto da
mesma forma que eu. E, talvez por isso, vivem a vida como se fossem os donos do
mundo. Mas, porquê? Para quê? Ponham os olhos nos exemplos dos outros. Ponham
os olhos e observem a efemeridade que a vida tem.
Mete-me
tanta confusão! Não esperem por momentos como estes para se redimirem da
maldade, da pressa, da exigência. Vivam, vivam mais, com mais amor, com mais
amizade.
Este
é um assunto que me revolta imenso (acho que dá para notar). Já sofri várias
vezes por conviver de perto com pessoas assim… tão maléficas. Estas pessoas não
são felizes. No fundo, têm todo o direito de o não ser. A vida é delas. Mas,
não têm o direito de tentar fazer da vida dos outros, da paz dos outros, o
inferno que sentem nas suas vidas.
Amem-se
uns aos outros! Sejam melhores a cada dia. Entreguem-se. Não esperem
experiências como a do cancro para mudar. Olhem para as experiências dos
outros, e que essas mesmas vos sirva de exemplo!
Deixem
para trás tudo aquilo que vos faz mal. Deixem-se de coisas que fazem mal aos
outros. Vivam. Sejam felizes com o que têm. Se vos adiantar, pensem, que há
sempre alguém numa situação pior.
Quanto
vale viver?
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