Fonte |
A Neisseria meningitidis,
bactéria que causa meningites e septicémias potencialmente graves, tem vários
serogrupos - A, B, C, Y e W. Em Portugal, os serogrupos mais frequentes são o B
e o C, sendo que tem havido nos últimos anos um aumento do serogrupo Y. O PNV
inclui, desde 2006, a vacina contra o serogrupo C, na altura o mais frequente
no nosso país. Desde a sua introdução, verificou-se uma descida expectável das
meningites causadas pelo serogrupo C (gráfico em baixo) e um maior predomínio
das meningites causadas pelo serogrupo B. É neste sentido que surge a vacina
contra o serogrupo B. A transmissão faz-se pessoa a pessoa
pelas secreções respiratórias de um portador são ou indivíduo doente.
Justificação
Nos últimos anos, a taxa de incidência de doença invasiva por
meningococo em Portugal tem sido próxima dos 16 por 100 000
lactentes. Segundo o relatório da doença meningocócica invasiva em Portugal
(disponível na íntegra aqui),
em 2011 cerca de 72% dos meningococos isolados eram do serogrupo B (gráfico
abaixo). A taxa de letalidade situa-se entre os 5% e os 14% sendo que 11
a 19% sobrevivem com alguma sequela a longo prazo. No gráfico de seguida é
mostrada a incidência (número de casos por ano, por cada mil habitantes) de
doença meningocócica dos vários grupos
Eficácia da vacina
A vacina atua em 3 proteínas da meningococo B
com funções importantes para a sobrevivência. Contudo,
o meningococo B possui uma grande diversidade genética pelo que a vacina
não é 100% eficaz. A cobertura estimada para a Europa é de 78% (CI:63-90),
variando nos países estudados de 69% em Espanha até 87% em Itália. As estirpes
portuguesas não foram testadas pelo que não é possível calcular com precisão a
cobertura estimada para Portugal.
Recomendações existentes
Sociedade de Infecciologia Pediátrica: "a
vacina de quatro componentes anti-meningocócica tipo B pode ser administrada a
todos os lactentes, crianças e adolescentes, nos esquemas recomendados, para
protecção da doença invasiva por N. meningitidis tipo B." Esta sociedade
acrescenta ainda que "Mesmo desconhecendo-se com precisão qual será a
percentagem das estirpes circulantes em Portugal cobertas pela vacina, ela é,
actualmente, a única forma de protecção contra a doença invasiva meningocócica
tipo B".
Bexsero (0,5 ml) será administrado à sua criança
ou a si por um médico ou enfermeiro. Será injetado num músculo, normalmente na
coxa dos lactentes ou no braço das crianças, adolescentes e adultos.
Fonte |
O que é o Meningococo tipo b
O
meningococo tipo b é uma bactéria que está presente no nariz e garganta de
algumas pessoas (adultos e crianças). Não se sabe bem porque em alguns
indivíduos causa a doença.
Doença
Esta
bactéria pode provocar meningite e este facto justifica o uso habitual do nome
“Vacina da Meningite”, ou sepsis (infeção generalizada do sangue/corpo).
Em
qualquer uma das doenças referidas pode provocar sequelas graves ou mesmo a
morte (10-15%). A evolução da doença é muito rápida.
Estima-se
que 10-20% das pessoas que sobrevivem fica com sequelas graves desde
amputações, paralisias, deficiências intelectuais, surdez, etc.
Como se transmite
O
contágio ocorre por via respiratória através das gotículas expelidas ao tossir
ou espirrar. Quanto mais próximo/íntimo for o contacto maior a probabilidade de
contágio.
Sintomas
O
período de incubação (desde que se “apanha” essa bactéria até inicio da doença)
varia de 3-7 dias. Alguns dos sintomas poderão ser febre, cefaleias, rigidez da
nuca/pescoço, vómitos, confusão, intolerância à luz e mialgias. Podem surgir
manchas escuras na pele, na maioria das vezes com evolução muito rápida. Cerca
de 5-20% manifesta-se como sépsis sem meningite (sem inflamação das membranas
que envolvem o cérebro- meninges).
Quem é mais afetado?
A
frequência desta infeção é maior nas crianças durante o 1º ano de vida e depois
volta a surgir um pico relevante entre 14-19 anos. Portadores de algumas
doenças como seja a ausência de baço têm maior risco de contrair a doença
Quando e quantas doses
A vacina contra a meningite B é administrada
na coxa dos bebés e no braço das crianças, adolescentes e adultos. Só se pode
tomar depois dos 2 meses. De acordo com a idade, as doses variam:
• 2 a 5 meses: 3 doses
+ 1 reforço.
• 6 a 11 meses: 2 doses + 1 reforço.
• 12 a 23 meses: 2 doses + 1 reforço.
• 2 a 10 anos: 2 doses.
• A partir dos 11 anos, inclusive adultos: 2 doses.
• 6 a 11 meses: 2 doses + 1 reforço.
• 12 a 23 meses: 2 doses + 1 reforço.
• 2 a 10 anos: 2 doses.
• A partir dos 11 anos, inclusive adultos: 2 doses.
Custo
Os
pediatras aconselham a toma da vacina que protege contra a meningite B.
Chama-se Bexsero® e não é comparticipada. Cada dose custa € 98,36 e podem ser
necessárias 2, 3 ou 4: depende da idade da criança.
Crianças
entre os 2 e os 10 anos de idade
Crianças
dos 2 aos 10 anos de idade As crianças entre os 2 e 10 anos de idade devem
receber duas injeções. - O intervalo entre cada injeção deve ser, no mínimo, 2
meses.
Efeitos
secundários possíveis:
Como
todas as vacinas, esta vacina pode causar efeitos secundários, embora estes não
se manifestem em todas as pessoas. Quando Bexsero for administrada à sua
criança ou a si, os efeitos secundários muito frequentes (podem ocorrer em mais
de 1 em 10 pessoas) que você ou a sua criança poderão ter (notificados para
todos os grupos etários) são:
-
dor/sensibilidade no local de injeção, vermelhidão da pele no local de injeção,
inchaço da pele no local de injeção, endurecimento da pele no local da injeção.
Os
seguintes efeitos secundários podem também ocorrer após receber esta vacina. Lactentes
e crianças (até aos 10 anos de idade)
Muito
frequentes (podem afetar mais de 1 em 10 pessoas)
-
febre (≥38ºC)
-
perda de apetite
-
sensibilidade ou desconforto no local de injeção (incluindo sensibilidade grave
no local de injeção, demonstrada ao chorar quando o membro injetado é
manipulado/ mexido)
-
dor nas articulações
-
erupção na pele (crianças entre os 12 e 23 meses de idade) (pouco frequente
após reforço)
-
sonolência
-
irritabilidade
-
choro invulgar
-
vómitos
-
diarreia
- dor de cabeça
Frequentes
(podem afetar até 1 em 10 pessoas)
- erupção na pele
(lactentes e crianças entre os 2 e 10 anos de idade)
Pouco
frequentes (podem afetar até 1 em 100 pessoas)
- febre alta (≥40°C)
- convulsões
(incluindo convulsões febris)
- vómitos (após
reforço)
- pele seca - palidez
(raro após reforço)
Raros
(podem afetar até 1 em 1.000 pessoas)
-
Doença de Kawasaki, podendo incluir sintomas como febre com duração superior a
cinco dias, associada a erupção na pele (manchas na pele) no tronco por vezes
seguida por descamação da pele das mãos e dedos, gânglios inchados no pescoço,
e olhos, lábios, garganta e língua vermelhos
-
Erupção na pele com ou sem comichão
Mais informações para ler em:
=> Doença meningocócica do serogrupo B(MenB) em Portugal: uma reflexão sobreestratégias de imunização=> Notícia DN
=> Meningite B - A vacina que é uma dor de cabeça
Fontes:
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