segunda-feira, fevereiro 5

Simples assim...

Simples assim. O olhos refletem o cansaço, mas também a felicidade de quem vive a vida de forma simples, que valoriza as pequenas grandes coisas, os pequenos grandes momentos, passados com as pessoas mais importantes e especiais.
Hoje parei um bocadinho e observei-me numa fotografia. No meu dia-a-dia, não mascaro a minha aparência, nem a minha alma. Não uso maquilhagem, secador nem verniz. Acordo, lavo o rosto e visto a pele de mãe, a mesma pele com que passei a noite… Hoje, ao olhar para essa fotografia, imaginei o que imaginarão os demais, de mim, da minha aparência, pálida e cansada. E, porque as aparências nos enganam, iludem ou desiludem, resolvi escrever o que me vai na alma, porque isso, não há espelho nenhum que reflita, e também não há aparência alguma que consiga transmitir o que vai na mente e no coração de cada um de nós.
Quem me vê na rua, no supermercado ou até numa fila de trânsito vê uma pessoa cansada, com o rosto pálido, as olheiras enormes, o olhar parado no tempo. Quem me vê lá fora, não faz ideia da quantidade de coisas que se passam dentro da minha cabeça. Vê um olhar vazio, talvez distante, mas um pensamento atolado de momentos maravilhosos. Quem me vê na rua, talvez imagine uma pessoa triste, pela postura curva, o cabelo atado à toa, sem grandes penteados. Mas, não imagina as cores que o meu coração tem. Quem me vê lá fora, talvez imagine uma pessoa triste, que deambula sem sentido nas estradas da rua. Mas, quem me vê na rua, vê apenas o exterior, porque o interior o corpo não reflete. Quem me vê na rua não imagina a quantidade de amor que existe dentro do meu pequeno coração. Quem me vê na rua, talvez imagine uma pessoa sem grande vontade de se arranjar, a julgar pelas roupas, fora de moda, casuais, simples e práticas. Mas, quem me vê na rua não imagina a quantidade de beleza que os meus dias têm, nem sequer faz ideia de que não há moda maior do que dar amor a um filho (ou dois…).

Muitas são as vezes em que, por sermos apenas nós mesmos, ficamos com receio de sair à rua. Muitas são as vezes, que por imposição da sociedade nos queremos mascarar, vestir a melhor roupa, colocar o melhor batom. Eu também já o quis. E continuarei a querer, apenas quando me apetecer. Que sejamos capazes de nos despir de preconceitos, e assumir os nossos valores, sem camuflagem nem acessórios. Que sejamos corajosos para nos mostrar ao mundo e esperançosos para acreditar que o mundo estará disponível para olhar para nós, como seres humanos, para além do que aparentamos ser. Eu sou mãe, e terei sempre o rosto cansado. Que este cansaço seja proporcional à minha dedicação. Agradeço cada olheira por serem resultado de muita entrega, com saúde. Agradeço cada ruga, por serem resultado de muita dedicação, observação e crescimento. Ser mãe dá-nos a possibilidade de renascermos, de voltarmos a reviver o nosso passado e a selecionar o melhor que a vida nos deu, para o transmitirmos como ensinamentos, aos nossos maiores tesouros.

Obrigada vida, por tudo o que me ensinas e colocas no meu caminho. Obrigada vida, por todas as montanhas que sou obrigada a trepar. Obrigada vida, por todos os desertos em que sou obrigada a caminhar. Obrigada vida, por todos os oceanos com que me vejo perdida, a navegar sem rumo, destino ou direção. Obrigada vida, por todas as viagens, aquelas que percorro de forma intencional e as que colocas na minha bagagem, de forma espontânea. Todos os momentos enchem a minha história de aprendizagens, sabedoria e mais valor. Todos os desafios tornam-me uma pessoa mais capaz de aproveitar cada nova oportunidade, da forma mais maravilhosa e responsável possível.

Poderia escrever muito mais, reler e desenvolver estes pensamentos. Mas, vou dar prioridade a quem chama por mim e, neste momento, valores mais altos esperam por mim…

Boa Semana para todos vocês! Sejam livres, vivam a vossa vida, sem pensar nos olhares alheios. A aparência ilude, mas o coração não.

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