A
propósito da abertura das creches tenho apenas duas coisas a acrescentar que
não compreendo.
Primeiro,
porque já muitos falaram sobre isso e, segundo porque não tenho nenhuma medida
realista para sugerir:
Ponto
1:
Se
não se consegue manter o distanciamento social em plena praça pública (isenta
de barreiras arquitetónicas e constituída por pessoas, que à partida, seriam
capazes de controlar cada passo dado), como será possível “fazer” crianças (bebés)
cumprir uma distância de segurança de 2 metros entre outras crianças que NÃO
COMPREENDEM O QUE SE ESTÁ A PASSAR, em locais onde, talvez, só coubessem os
funcionários distribuídos pela distância imposta?
Ponto
2:
Se
não se consegue que, em estado de emergência, famílias se mantenham isoladas a quilómetros
de distância, havendo circulação de bens e alimentos entre casas tão distantes,
como conseguirão manter objetos (no caso brinquedos) afastados de crianças que
supostamente sentar-se-ão a 2 metros do colega mais próximo, sem barreiras que
as impeçam de desejar o que o colega tem? Se não se controlam vontades e
desejos em pessoas adultas, como será possível fazê-lo em seres tão pequeninos?
Estou
completamente indignada. Tenho um nó na garganta por cada família que terá que
passar por isto. Não há como compreender o objetivo destas medidas. Ainda estou
na esperança que tudo isto tenha sido apenas um “jogo de estado” e que, antes
do dia 18 seja decretado um “novo estado de emergência”.
Eu
sei que não há economia que aguente, mas haverá criança que resista?
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