Este
texto foi escrito em pleno verão. Vamos começa-lo de uma forma crua, sem
rodeios, porque às vezes temos mesmo que ir diretos ao assunto.
Agora
toda a gente se aceita tal como é e até faz questão de lembrar que tem celulite
e imperfeições. A internet está doida. Se até à pouco tempo, os programas de
edição davam pano para mangas, hoje em dia, parece que os filtros estão um
bocadinho fora de moda. Ah e tal, todas somos lindas, belas e maravilhosas, e
agora até parece que toda a gente faz questão de lembrar que tem imperfeições.
Se
estavam à espera que eu também aderisse a esta corrente e partilhasse uma foto
minha, mostrando as partes mais delicadas do meu corpito, esqueçam! Já partilho
convosco as minhas olheiras e isso basta. Com ou sem celulite, a roupa esconde.
As olheiras, só um bom corretor e alguns minutos que não tenho de manhã,
ajudariam a disfarçar.
Todas
somos lindas e maravilhosas, é verdade. Mas, somos muito mais do que um corpo
tonificado ou não. Todas somos lindas e maravilhosas, mas somos mais do que um
bom par de mamas ou alguns pneus. Todas somos lindas e maravilhosas, desde que
nos sintamos assim. E, é legítimo que não queiramos ser igual a todo o mundo. É
legítimo que queiramos encontrar algo apenas para nós.
Nós,
mulheres, só perdemos a beleza quando nos culpamos por tudo e mais alguma
coisa, quando esquecemos que a mulher ao nosso lado também passa por desafios
semelhantes aos nossos, também precisa de apoio, de algum respeito, de carinho
ou simplesmente, de ficar na dela. Nós, mulheres, somos mais do que aquilo que
mostramos. Somos aquilo que não se vê. Mas, que muitas vezes se esconde por detrás
de oportunismo, de críticas ou de inveja. Não adianta querer ser ou mostrar que
se é melhor (ou igual) quando agimos de forma completamente errada, quando
somos injustas umas para com as outras, quando apontamos o dedo por coisas
banais ou idealismos utópicos.
Esqueçam
as modas, esqueçam o que os outros esperam de vós. Sejam simples, honestas e
sinceras. Sejam mais amigas, estendam mais a mão. Ajudem-se. Apeiem-se. Ou, se
não quiserem, apenas fiquem caladinhas e quietinhas, sem dar opinião, palpite
ou sugestão.
Não
é por “de um ano para o outro” toda a gente ter celulite que nos vai tornar
mais próximas, mais reais ou mais humanas. Se andaram a malhar o ano inteiro, até
é justo que queiram esconder aquela marca que não devia estar ali. É justo que
escondam. Mas, se escondem, não critiquem quem o mostra.
Para
tudo, é preciso um equilíbrio, um meio-termo. Sejamos mais humanos, de dentro
para fora. Todos somos iguais. Mesmo que diferentes. Amem-se uns aos outros,
tal como esperam que vos amem a vocês.
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