quinta-feira, setembro 6

A aceitação virou moda?!


Este texto foi escrito em pleno verão. Vamos começa-lo de uma forma crua, sem rodeios, porque às vezes temos mesmo que ir diretos ao assunto.
Agora toda a gente se aceita tal como é e até faz questão de lembrar que tem celulite e imperfeições. A internet está doida. Se até à pouco tempo, os programas de edição davam pano para mangas, hoje em dia, parece que os filtros estão um bocadinho fora de moda. Ah e tal, todas somos lindas, belas e maravilhosas, e agora até parece que toda a gente faz questão de lembrar que tem imperfeições.
Se estavam à espera que eu também aderisse a esta corrente e partilhasse uma foto minha, mostrando as partes mais delicadas do meu corpito, esqueçam! Já partilho convosco as minhas olheiras e isso basta. Com ou sem celulite, a roupa esconde. As olheiras, só um bom corretor e alguns minutos que não tenho de manhã, ajudariam a disfarçar.
Todas somos lindas e maravilhosas, é verdade. Mas, somos muito mais do que um corpo tonificado ou não. Todas somos lindas e maravilhosas, mas somos mais do que um bom par de mamas ou alguns pneus. Todas somos lindas e maravilhosas, desde que nos sintamos assim. E, é legítimo que não queiramos ser igual a todo o mundo. É legítimo que queiramos encontrar algo apenas para nós.
Nós, mulheres, só perdemos a beleza quando nos culpamos por tudo e mais alguma coisa, quando esquecemos que a mulher ao nosso lado também passa por desafios semelhantes aos nossos, também precisa de apoio, de algum respeito, de carinho ou simplesmente, de ficar na dela. Nós, mulheres, somos mais do que aquilo que mostramos. Somos aquilo que não se vê. Mas, que muitas vezes se esconde por detrás de oportunismo, de críticas ou de inveja. Não adianta querer ser ou mostrar que se é melhor (ou igual) quando agimos de forma completamente errada, quando somos injustas umas para com as outras, quando apontamos o dedo por coisas banais ou idealismos utópicos.
Esqueçam as modas, esqueçam o que os outros esperam de vós. Sejam simples, honestas e sinceras. Sejam mais amigas, estendam mais a mão. Ajudem-se. Apeiem-se. Ou, se não quiserem, apenas fiquem caladinhas e quietinhas, sem dar opinião, palpite ou sugestão.
Não é por “de um ano para o outro” toda a gente ter celulite que nos vai tornar mais próximas, mais reais ou mais humanas. Se andaram a malhar o ano inteiro, até é justo que queiram esconder aquela marca que não devia estar ali. É justo que escondam. Mas, se escondem, não critiquem quem o mostra.
Para tudo, é preciso um equilíbrio, um meio-termo. Sejamos mais humanos, de dentro para fora. Todos somos iguais. Mesmo que diferentes. Amem-se uns aos outros, tal como esperam que vos amem a vocês.

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