Durante as férias, dei por mim a pensar
de forma muito séria sobre um assunto que gostava de partilhar convosco…
Quando temos um segundo filho, por
exemplo, queixamo-nos porque a qualquer lado que vamos, toda a gente olha,
sorri e fala para o bebé, muitas vezes, como se o mais velho não estivesse ali.
É revoltante quando isso acontece, porque acontece vezes sem conta, tantas que,
para nos afetar, nem quero imaginar como se sentirão os nossos mais velhos…
Estes dias dei por mim a reparar que
sofremos do mesmo mal. Em casa, na rua, ou em qualquer outro lugar, dou por mim
a pedir ao Gabriel para “olhar pela Estrela”. Muitas vezes, utilizo expressões
como “olha a mana, por favor…” E, quando falo dele para ela: “Olha o mano,
Estrela…” Assim de repente, nem parece muito díspar esta forma de tratamento.
Mas, no final das contas, são tantas as vezes que acabo por lhe pedir um
“auxílio” sem dar conta, que quando caio na realidade, sinto-me demasiadamente mal
por o ter feito.
“Gabi,
olha a Estrela. Gabi, brincas com a Estrela, por favor? Gabi, seguras na
Estrela, por favor? Gabi, cuidado que ela é bebé.” Gabi, Gabi, Gabi…
E tantas outras expressões, que somadas
e multiplicadas não fazem qualquer sentido. Por vezes, começo e não termino as
frases, dizendo apenas: “Deixa, não era
nada. A mamã vai.” Porque, na realidade ele não é obrigado a responder a
tantas solicitações, mas a verdade é que ter um filho que dá um olhinho de vez
em quando para poder ir à casa de banho, ajuda.
Mas, repensar sobre tudo isto também nos
ajuda a melhorar e a diminuir as “consequências” que o filho mais velho sente
com a chegada do mais novo…
Quem tem mais do que um filho, já
pensaram nisto assim?
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