Poderia escrever
todos os dias sobre eles e mesmo com um texto por dia, não seria suficiente
para enumerar o quanto eu gosto deles.
Eles são o melhor da
minha vida, são o melhor que a vida me deu.
Há quem olhe para os
filhos como seres perfeitos, imaculados, que não veja neles os defeitos e
procure sempre apontar o dedo ao outro por algo que talvez seja seu. Há quem os
olhe como imperfeitos que são e os condene, que os julgue por errarem, por não
serem capazes de mais. E depois há as mães (e pais) como eu, que os olho como
seres imperfeitos que são, e veja que é aí que reside a sua perfeição.
De olhos postos nos
seus gestos, atitudes e palavras, consigo encontrar o reflexo do meu eu. De
olhos atentos consigo compreender que, uma grande parte de tudo isso é meu. E é
também por isso que eles se tornam perfeitos. Porque me mostram, sem que
percebam, que eu sou imperfeita (mais do que desejaria, muitas vezes), dando-me
assim a oportunidade perfeita para que eu possa melhorar. Ensinam-me ainda que
o mais importante no ser humano não é o “não errar”. O problema começa quando cegamos
ao ponto de atribuir todos os erros e falhas a eles, não as assumindo, em primeiro
lugar como algo que vem de nós mesmos.
Os meus filhos são
perfeitos. Não porque fazem tudo como seria “socialmente” correto, expetável ou
desejado. Não são perfeitos porque são lindos (ninguém escolhe nascer “feio”),
não são perfeitos porque sabem isto ou aquilo. São perfeitos porque, para além
de me ensinarem tanto, mais do que alguém algum dia seria capaz, ainda têm a
extensa capacidade de aprender, também. São perfeitos porque estão dispostos a
conhecer mais, a evoluir, e porque conseguem encontrar em si mesmo a motivação
para continuar. São perfeitos porque são genuínos e verdadeiros, porque não
escondem como são. São perfeitos porque são como eles, não tentem ser como mais
ninguém. São perfeitos porque são capazes de apreciar o mais pequenino detalhe
e olhar para ele como o maior tesouro do mundo.
Poderei sempre anotar
e conversar com eles sobre o que gostaria que melhorassem, que fizessem mais ou
melhor, mas não permitirei que seja esse o meu foco. Gosto deles como são. Sem
tirar nem acrescentar.
São perfeitos não
porque se encaixam naquele conceito irreal de perfeição, mas porque tornam toda
a minha vida em algo mágico e perfeito, e mesmo assim continua a ser real.
Os meus filhos são
perfeitos e os teus?
Nenhum comentário:
Postar um comentário