Às
vezes, acho que sou do contra. Quando percebo “correntes” na internet, ou temas
que circulam de forma livre em vários locais, fico a pensar no que isso tem ou
não de verdade. Hoje em dia, vendem-se muitas ideias pela internet afora, muitas
das quais não são nada mais do que isso: ideias.
Para
contextualizar a minha opinião (e já sabem que quero saber a vossa): Quando o
Gabi nasceu (há quase 10 anos), não havia a quantidade de informação e partilha
de lifestyle como existe hoje, especialmente
em Portugal. Nos últimos anos, são cada vez mais as mães que aderem à internet
para partilhar a sua experiência na maternidade… O que é extraordinário! Quantas
mais partilhas de opiniões e ideias existir, mais facilmente compreenderemos
que a nossa realidade não é única.
No
entanto, por vezes, caímos na tendência de querer “vender ideias”. Entre todas
as que existem, as que mais me intrigam são as que nos transmitem o equilíbrio
e a perfeição.
Durante
os primeiros anos do Gabi, eu era uma jovem cheia de força e determinação, que
acreditava piamente que podia encontrar o equilíbrio e a perfeição em tudo, ao
mesmo tempo. Sou perfecionista por natureza e sempre julguei ser capaz de mais
e melhor, em tudo ao mesmo tempo. Aos poucos, fui percebendo que não era bem
assim a realidade. Não porque eu não o conseguisse alcançar, não porque eu
estava a agir de forma errada, mas sim porque esse equilíbrio e essa perfeição
não existem. Não existem pessoas completamente perfeitas em todas as áreas da
sua vida. Foi precisamente na internet, pelas partilhas extraordinárias de
outras mães que percebi que não há um mundo (APENAS) cor-de-rosa após a
maternidade. Não há. Não há forma de conseguirmos ter “tempo para tudo”, de
estarmos sempre felizes e radiantes com todas as partes que constituem o nosso dia-a-dia.
Assusta-me perceber que a necessidade de mostrar (ou provar) aos outros uma
realidade perfeita pode levar outras mães a buscarem por algo que não existe.
Não
se deixem enganar! Qual foi o dia em que conseguiram trabalhar 7 horas, tratar
da casa, dar atenção aos miúdos, ter vida social, namorar com o marido e ainda
cuidarem de vocês? Qual foi a semana em que isso aconteceu? Ouso ainda
questionar em que mês isso aconteceu, sem terem que recorrer a ajuda ou a
deixarem tarefas ou compromissos “para trás”?
O
dia tem 24 horas e é obrigatório descansar. Por isso, são ainda menos as horas
que ficam disponíveis para tudo o resto. Quem partilha “há sempre tempo para
tudo” está provavelmente a partilhar um dia em que sentiram-se felizes por sair
da rotina ou porque concentram a sua energia e dão prioridade a algo em
particular.
Por
isso, não há forma de “termos tempo para tudo”, estarmos sempre felizes e
radiantes a viver um equilíbrio perfeito entre todas as coisas.
Tudo,
na vida, é uma questão de perspetiva e prioridades. Nós sentimos felicidade em
coisas que nos dizem muito. Por essa razão e por outras que nem irei mencionar,
acabamos por sentir que o dia foi bom, mesmo que possamos sentir que “podia ter
sido melhor”. Mas, esse resultado não traduz um equilíbrio entre todas as
partes.
Espero
ter transmitido um bocadinho sobre o meu ponto de vista.
Isto
de escrever a meio da madrugada pode soar um bocadinho estranho.
E
vocês já sabem que não costumo reler. Contem-me a vossa opinião sobre isto. É
algo que gostaria imenso de saber…
Boa
Semana!
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