segunda-feira, novembro 25

Afinal, qual é o teu propósito?


Segunda feira é sinónimo de textinho desabafo, onde "falo" abertamente sobre mim e sobre os meus dilemas. Aqui, partilho a minha opinião sobre o mundo, sobre a forma como o percepciono e questiono. 
Hoje, deixo alguns pensamentos que me ajudaram a definir o que quero para este cantinho e o motivo pelo qual continuo a partilhar tantas coisas publicamente. A internet tem evoluído e a forma como as pessoas acedem a ela, também. Durante esta evolução, já passei por várias fases, entre as quais, a de me questionar sobre o motivo pelo qual continuo a querer partilhar a minha visão sobre o mundo. Apesar de algumas coisas desagradáveis surgirem através da internet, defendo sempre todas as vantagens que ela traz. Por isso, coloco em questão tantas e tantas coisas, procurando, no fundo, uma resposta para mim e, quiçá. fazer-vos repensar comigo sobre tudo isto. Hoje, questiono-vos sobre o vosso propósito quando utilizam a internet, nomeadamente, quando utilizam as redes sociais?

Quanto a mim, aqui fica a resposta:
Eu não venho à internet para obter aprovação. Se eu quisesse aprovação, pedia um crédito ao banco ou inscrevia-me num novo ciclo de estudos.
Eu também não venho à internet para criticar alguém. Aliás, devo ser das pessoas que menos critica o outro. Para criticar já me tenho a mim. Talvez seja a única pessoa com real conhecimento de causa para o fazer sobre mim mesma.
Eu venho à internet partilhar pensamentos, fazer-vos pensar em pequenas partes do que penso sobre mim enquanto pessoa e sobre o mundo que me (nos) rodeia. Eu venho à internet para trocar ideias, partilhar experiências e crescer enquanto indivíduo.
Eu venho à internet para conhecer pessoas, realidades iguais ou diferentes da minha. Não venho à internet para provar que a minha realidade é a melhor.
Eu venho à internet para trocar opiniões, para dar a minha e compreender a vossa. Não venho à internet para impor a minha opinião, mas sim para a moldar de forma a albergar pontos de vista diferentes.
Eu venho à internet para me distrair, para sair da rotina, para “divagar”, para ver o mundo e ao mesmo tempo sentir que não vi nada.

Às vezes, sinto que falo demais, que dou opiniões em demasia. Nessas alturas, questiono-me sobre o porquê de o fazer. De igual forma, questiono-me sobre qual será o propósito de quem vem até cá só para partilhar isto ou aquilo, sem nexo ou fundamento, sem explicação, contextualização ou justificação. Consigo compreender isso nos jovens, conseguia compreender isso quando surgiram as redes sociais. Mas, ainda não consigo compreender isso agora, quando se trata de pessoas mais velhas. Será solidão? Há vários estudos, palpites e opiniões sobre a associação da solidão ao uso das redes sociais. Será necessidade de aprovação? Falta de ego? De objetivos de vida? De propósito? De trabalho? Tempo a mais? Ou falta de crítica? Será mero divertimento? Ou entretenimento? Ou pura inocência, ignorância ou até experiência? Não sei. Talvez já me tenha cruzado com pessoas assim, algumas compreendo o objetivo e algumas existem com as quais é possível ter conversas interessantes. Mas há outras que parecem a vitrina de uma montra. Que se mostram, mas não se pode tocar. Que não respondem, não dão opinião, parece que estão sempre ali, atentos a tudo e a todos, mas não viram nada para além delas mesmo. Humm… Não sei. Serei eu a utilizadora errada da internet? Será que a internet mudou de objetivos e cabe-me a mim regressar aos livros e às conversas de café? Será que a internet tornou-se um lugar onde todos temos que ser produtores de conteúdo, tornarmo-nos inspirações e pessoas famosas? Mas, até estas têm um percurso, mais ou menos sólido, mais ou menos consistente... Quando se expõe na internet já todos sabemos o que elas fazem ou até pensam. Será que utilizo tão mal a internet que não percebi de que forma o mundo digital evoluiu e deveria remeter-me ao silêncio e à minha ignorância? Será?
Ou será que o nosso mundo está tendencialmente cada vez mais desorientado e precisa que cada vez haja mais pessoas que o façam reconhecer as suas próprias falhas? Será que o mundo precisa de pessoas que o faça criticar as suas próprias atitudes?
Crescemos críticos, olhamos para os nossos antepassados e somos capazes de criticar tim tim por tim tim tudo o que fizeram de mal, tudo o que contribuiu para sermos assim ou assado. Mas não somos capazes de olhar para nós e para o mundo atual e perceber qual é o nosso papel? Que as gerações que se seguem precisam do nosso exemplo, da nossa crítica, do nosso conhecimento sobre o mundo para evoluir e ter a capacidade de levar o mundo para um lugar melhor?
Será que é assim tão mau ter opinião? Será assim tão mau fazer os outros pensar sobre si mesmos?
Não sei… Isto são apenas questões e dúvidas que passam pela minha cabeça.
Acredito que todos temos um propósito de vida. O meu passa por ajudar. A mim, aos meus e ao próximo. E se essa ajuda passar para a aumentar a crítica, a capacidade de análise, por contribuir para um mundo mais conhecedor de si mesmo, por aumentar a autocrítica em cada um e o seu conhecimento sobre si mesmo e sobre “este local que é de todos nós”, então terei cumprido o meu dever. E enquanto puder, defenderei com toda a minha força a verdade, a justiça e o direito à opinião. Todos temos uma, não é mesmo. Qual é a tua?


PS. Este texto foi escrito há algumas semanas. Partilho-o agora, no seguimento do evento no qual participei no Sábado passado (#bracarainfluencers). Lá ouvi falar sobre o propósito, sobre o que move cada um de nós, sobre o que nos dá prazer. E este texto foi escrito a pensar exatamente nisso: qual é o teu propósito? O que te faz feliz? Não é novidade para quem me acompanha com atenção, que ando em processo de mudança (sobretudo interna) há algum tempo. Acredito que nada acontece por acaso e tudo tem um tempo certo para acontecer. Acredito que há coisas que se vão encaixando aos poucos, e que a vida se vai resolvendo se nos permitirmos compreender melhor tudo o que nos faz agir de certa forma e tentarmos mudar o que não nos acresce valor. Partilho este texto porque hoje estou ciente do que quero, porque hoje exatamente qual que caminho que estou disposta a seguir. E só posso acreditar que O melhor está por vir!

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