É verdade, tu já foste pequenino e já
segurei em ti ao colo. E, mesmo abraçadinhos, ainda conseguia olhar por cima da
tua cabeça, ver o que se passava.
Tu já foste pequenino, e eu conseguia segurar-te no meu colo, tanto tempo quanto o desejássemos. O calor daquele abraço, o olhar e umas simples brincadeiras com a voz eram o suficiente para que ali ficássemos, agarradinhos, sem contar o tempo.
Tu já foste assim, tão pequenino, que o meu colo chegava para te agarrar, e tu encolhias ainda mais e eu abraçava-te da cabeça aos pés, como se abraçam os peluches, aqueles que mais gostamos.
Tu já foste assim, pequenino. E já consegui segurar em ti ao colo. Agora não consigo mais, pelo menos daquele jeito. Estás crescido. Muito
crescido! Claro que ainda cabes no meu colo. Caberás sempre. E nele, haverá sempre lugar
para ti. Nunca duvides disso. Mas agora segurar-te ao colo implica perder a visão do que está à tua
frente.
Como estás crescido, Gabriel. O meu colo será eternamente teu (e da mana). Tu foste o primeiro a ocupar o espaço que nos transmite a maior segurança do mundo. Podes regressar em qualquer fase de incerteza, podes trazer todos os medo do mundo, que eu ficarei sempre disponível para te aconchegar. Acredito que este colo, um dia, seja substituído por um abraço, por um ombro amigo... Mas não deixará de estar ali um colo disponível.
Lembraste quando eras pequenino e
encostavas a tua mão ao meu peito e dizias: “Já chego por aqui!”, todo
orgulhoso de estares quase da minha altura, quando no fundo, a tua mão é que
fazia batota porque levantas o braço o mais alto que podias? Lembraste? Afinal…
Esse dia chegou! Sem batota. Sem bicos de pés. Tu estás tão grande Gabriel! E
não tardará a chegares à minha altura. E, talvez aí, seja eu a dizer “olha,
agora sou eu que já só chego por aqui…”
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