Estes dias dei por mim a pensar em
várias coisas. (Como se nunca o tivesse feito antes…ahah) Entre elas, e sobre a
qual reflito muitas vezes é sobre a infância, sobre o poder e influência que
ela tem nas nossas vidas.
A infância é assim, aquela fase mais
importante da nossa vida. É durante a infância que adquirimos conhecimento
sobre as coisas básicas do mundo, que começamos a adquirir uma postura face ao
mesmo. A infância é tão genuína e ingénua, que durante esse período todas as experiências
se traduzirão em pensamentos e comportamentos que nos acompanharão para
sempre!!
E, quem contribui para que a nossa
infância seja mais ou menos enriquecedora? Nós mesmos, pais, responsáveis pelas
nossas crianças. Penso tantas vezes nisto. Somos nós, com o que fazemos, com o
exemplo que damos, com aquilo que mostramos, com aquilo que os levamos a fazer.
É a nossa postura, influenciada pela nossa infância, que nos faz ser tal como
somos.
Às vezes (muitas vezes) dizem-me que sou
uma mãe galinha, e eu sei que o sou. Não tenho qualquer problema em assumir,
mesmo que isso seja apontado, algumas vezes, como algo negativo. Mas, não me
importo. Se ninguém é de ninguém, e nem mesmo os filhos o são. Eu quero
aproveitar todo o tempo que ainda posso para agir como se eles fossem meus por
direito, para sempre. Mesmo sabendo que vai chegar o dia em que eles irão virar
as costas sem olhar para trás. Mas, é também sobre essa segurança que os
devemos ensinar. Demos-lhe a vida, não temos nunca o direito de a querer tirar.
A vida é deles, nós apenas somos os seus condutores na primeira fase dela. E,
por isso, um dia posso não ter nada para lhes deixar. Apenas quero, quando esse
dia chegar, saber que lhes deixei o melhor de mim: o meu tempo, dedicação,
compreensão e amor durante a fase em que eles estavam lá para mim, à espera de
mim, à espera que eu lhes ensinasse o que isso é para que um dia eles também o
possam fazer com os seus filhos…
Posso, um dia, não ter dinheiro para
deixar aos meus filhos, mas quero deixar-lhes ferramentas para que eles tenham
o que é necessário para o ganhar.
Posso, um dia, não deixar um carro ou
uma casa para os meus filhos, mas quero deixar-lhes na memória os carros que
passaram por nós enquanto corríamos no parque, ou as casas diferentes que
conheceram durante as nossas viagens (mais ou menos longas, isso não importa). Quero
ensinar-lhes a apreciar as coisas, pequenas e grandes, para que um dia, eles saibam
que a nossa realidade não é a única.
Posso, um dia, não deixar ouro ou joias
para os meus filhos, mas quero ensinar-lhes que crescerem felizes torna-os mais
inquebráveis do que um diamante.
Posso, um dia, não deixar loiças
banhadas a ouro, mas quero que eles saibam que não é necessário uma mesa para
fazer a refeição. Basta uma manta no chão e um bocado de pão para ficar
saciado, porque o que sacia de verdade é a companhia e dois dedos de conversa.
Posso, um dia, não ser capaz de recordar
tantas viagens, como as que gostaria de fazer. Mas, quero que um dia eles
saibam que podemos ser felizes em qualquer sítio, independentemente da
distância ou história, a única história que importa é a nossa, e a de cada um
deles.
Posso, um dia, não ser capaz de deixar
nada. Apenas quero ter a certeza de que dei tudo. Tudo o que sou, o que tenho e
sei. E, se esse dia chegar, eu vou ficar tão agradecida e nesse dia, eu
saberei, que contribuí para a melhor herança de todas: a sua infância.
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