Durante
todos estes anos (os 10 que já partilhei
convosco, ou resumidamente, desde que fui mãe), tenho guardado todos os
meus sonhos e alguns projetos, na gaveta… Por entre várias tentativas de
arranque, a verdade é que pouco saíram do papel. Literalmente, estavam mesmo
guardados na gaveta (e em algumas caixas, vá). De há uns tempos para cá, -
talvez desde que percebi que o sonho de um trabalho estável, que me satisfaça
profissionalmente, não existe em Portugal - esses sonhos foram adquirido forma,
lentamente.
Hoje
foi um dia especial. Estive a remexer em todas as coisas que tenho guardadas, e
só posso dizer que dói demais. É como mexer numa ferida aberta, que nunca
cicatrizou, mas que também nunca levou pontos. Custa pensar que são tantos os
sonhos que continuam guardados… Quem me conhece de verdade sabe como sou.
Exigente, delicada, dedicada e apaixonada por tudo aquilo que faço. Gosto de
fazer as coisas de forma correta e consciente. Não gosto do show off que se cria
por algo que não existe. Gosto de construir os alicerces bem assentes no chão,
nos meus princípios e valores. Não consigo concretizar sem antes planear.
Mas,
mesmo com tantos projetos, tenho vivido em segundo plano. A maternidade
levou-me para um patamar que não é só meu.
Tenho
trabalhado em trabalhos temporários que, mais tarde ou mais cedo, acabam por
terminar. E, sempre que terminam, a minha deceção para com o mundo do trabalho aumenta.
Ao mesmo tempo, a minha vontade de lutar pelos meus sonhos, também. Nunca
imaginei estar numa situação profissional tão instável aos 32 anos. Nunca
defini planos no tempo, mas acho que tinha em mente até aos 30 ter estabilidade
profissional, num emprego que talvez pudesse ser para a vida.
Inconscientemente, talvez sonhasse realizar novos sonhos, a partir daí, em
família. A verdade é que as coisas não têm sido tão simples nem favoráveis.
Sei
que existem tantas outras pessoas na mesma situação. E, talvez por isso, apenas
por isso, partilhe convosco este texto tão pessoal. Não gosto muito de falar
sobre as minhas coisas de forma tão pormenorizada. Ainda existem pessoas más e
sem empatia a circular por aí. Mas, se neste momento tenho que me decidir
quanto ao futuro destes sonhos, a verdade é que há algum tempo decidi não mais
calar, e por isso, cá estou a deitar cá para fora, esta realidade que de nada
me orgulha.
Neste
momento, tenho uma decisão a tomar. Para além de todas as outras que implicam
diretamente a minha família, sei que eu preciso dar uma resposta a estas
dúvidas, a estes sonhos. Avançar ou abandonar?
Estes
dias, alguém muito especial, com muita experiência de vida, disse-me: “não
desista dos seus sonhos. Eu estive 15 anos para iniciar os meus.”
Tenho
abdicado de tanta coisa pelos filhos, tal como essa pessoa. Eles só são
crianças uma vez. E, um dia, não irão depender mais de mim. Sei que construir
algo que me satisfaça faz falta e sentido. Mas, ao mesmo tempo, quero ser uma
mãe sempre presente. Queria lutar por algo, sem deixar para segundo plano
aquilo que é a minha prioridade. Por isso, neste momento, estou numa fase de
repensar. Repensar sobre o que faço com tudo isto. Se tenho coragem para
desistir ou se ganho coragem para avançar. Nunca desisti de nada, nem nunca
avancei sem coragem…
E
vocês? Já desistiram de algum sonho? Ou arriscaram em algum? Como correu?
Força e segue o teu coração contra tudo e todos é assim que eles te vão recordar quando já não estiveres cá e vais-lhe ensinar tanto assim como vais aprender. FORÇA segue o teu coração.
ResponderExcluirNo inicio até pode estar tudo desfocado e pensares que não vais "estar" (entre aspas pq eles estão sempre connosco 😉) com eles, e haverá momentos q sim, q n vais estar com eles o tempo q querias, mas qd deres conta, qd menos esperares tudo fica claro.
FORÇA 💕