quinta-feira, outubro 1

Essa fase já passou.

O tempo escasseia por cá. Os dias passam a correr e eu a correr com eles. Mas eu preciso de parar. E sei que isto é o melhor que tenho para me alinhar. Estes minutos de pausa, em que me abstraio do dia a dia, de todas as tarefas e preocupações são tão reconfortantes. Eu preciso disto. Desculpem-me se, às vezes, esperavam mais, se às vezes gostariam de saber mais sobre isto ou aquilo, se queriam ideias ou respostas. Mas, às vezes não dá. Por muito planeamento que tente fazer (vá, grande parte das vezes mentalmente), nem sempre consigo parar 5 minutos que sejam. E quando digo parar não é aquele parar em que já desligamos, é o parar ainda com o cérebro a funcionar.
Por uns tempos, por uns longos tempos, tinha vergonha de cá vir. É ridículo sentir vergonha de algo assim. Mas, vocês que já me conhecem um bocadinho, sabem o quanto pesa a minha consciência. E, durante muito tempo, deixei de cá vir, de tirar uns minutos para mim, porque sentia que falhava em tantas coisas, que não deveria dar-me "ao luxo" de ter um tempinho só meu. Ao mesmo tempo, sentia que, se deixava algo pendente com alguém, e lhe dizia que não tive tempo, também não podia vir até cá, porque quem sabe essa pessoa não visse e achasse que eu estava a mentir? Sei lá...
Mas, aos poucos, sobretudo ao longo dos últimos anos, fui "deixando para lá" e pensando de forma diferente sobre a forma como utilizamos o nosso tempo. E eu não posso utilizar o meu apenas para cuidar dos outros, da casa e do trabalho. Eu preciso de utilizar o meu tempo para cuidar de mim. Os últimos anos foram realmente exigentes e precisei redefinir tantas e tantas formas de pensar.
Sei que há pessoas que me julgam, que "acham que passo a vida na internet", "que vivo das redes sociais". E não haveria mal algum se o fizesse. Mas não. A minha vida é tão corrida que o hobbie que decidi manter é este. E, se o meu passatempo é algo que pode ser visto por alguém, faz parte do que escolhi. Quem vai para o ginásio e toma um banho conjunto também é visto pelos outros não é? Todos somos vistos de alguma forma. Não posso esconder-me só porque isto pode ser visto a qualquer momento, em qualquer lugar.
Ao longo do tempo percebi que ninguém poderá culpar-me pelos meus minutos (poucos e inconstantes) de lazer. Há muitas formas de nos "abstrairmos" do mundo. Eu encontrei a minha aqui. Não cobro a ninguém, mesmo a quem me falha, o seu tempo em frente à televisão, no sofá, a ler um livro, ou o que quer que seja que a pessoa faça no seu tempo livre.
Eu decidi que o meu (pouco, repito) tempo é aqui que deve ser aplicado.

Por isso, nem venham dizer-me que estive na internet e não disse nada, ou que estive na interenet mas não enviei um email... Essa fase de culpa já passou. :)

Este mês, tentarei de verdade vir até cá mais vezes. Este mês começamos mais uma fase nova por cá e espero conseguir uns bocadinhos de silêncio para repensar e reorganizar tudo o que anda meio bagunçado cá dentro. Não farei ainda um plano, como gostaria, mas vamos andando ao sabor da maré.

Espero-vos desse lado?

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