segunda-feira, janeiro 31

A auto estima começa dentro de ti!


Hoje trago um post sobre auto estima. Não um post científico ou baseado na literacia sobre o tema, mas um relato pessoal.

Comecemos de forma crua, direta e resumida. Sempre fui uma pessoa com baixa auto estima. Acreditava que todos eram melhores do que eu. Afinal, tantas vezes o disseram mesmo à minha frente. Eu sempre fui aquela que passava despercebida e que nunca se destacou em coisa alguma. Cresci a sentir-me inferior. E como qualquer jovem que se preze (brincadeira claro), o que via ao espelho não me agradava. A primeira coisa a detestar foram as pernas, os joelhos marcados de cicatrizes (escuzam de reparar), depois foram as ancas, que a meu ver cresciam mais do que deviam (nunca entendi muito bem as curvas das mulheres), depois as mamas, menos volumosas do que as das outras raparigas. Depois o rosto. Tinha a boca pequena, os dentes tortos, enfim. Toda eu era feia. Não que agora seja bonita. Mas a perspectiva mudou. E é sobre ela que vamos falar.

Na imagem apresento duas fotos. Tendencialmente, a sociedade faz-nos acreditar que a foto da direita corresponde a alguém feliz, mais confiante, com uma auto estima maior. E eu acreditava nisso, também. Acreditava que precisava estar sempre bem, parecer sempre "bonita", para que a minha auto estima pudesse aumentar. Quanta barbaridade!
Porque foi precisamente quando me passei a aceitar tal e qual estou na foto da esquerda que o meu trabalho com a minha auto estima começou.

Depois da Estrela nascer (não é novidade aqui, já o contei várias vezes) passei por muitos desafios. Estava na fase mais feliz da minha vida, mas a vida lá está, sabe o que faz (diz-nos a Catarina Beato e bem), e decidiu quis trazer-me algumas lições. Colocou-me dificuldades para que eu pudesse parar e trabalhar uma parte que estava a faltar.

Conseguia compreender e valorizar o mundo inteiro mas não era capaz de o fazer comigo. Queria mais, queria estar sempre bem. Queria parecer bem, talvez, mesmo que inconsientemente, porque fora assim que outrora a sociedade me ensinou. Tinha que ser tudo e mesmo assim estar impecável porque senão não seria ninguém e quem não se apruma não tem auto estima alguma (ainda dizem por aí).
Com os desafios fui aprendendo que não é uma roupa ou maquilhagem que me irão acrescentar valor. O que fazia ou faço com o que sou e sei, o que sou e faço para com os outros é que me fazem ter mais ou menos valor.

A auto estima começa aí. Começa no momento em que aprendemos a olhar para dentro e a perceber que temos valor para além do que a sociedade impõe como "mulher auto confiante". Perdi anos a aprender sobre maquilhagem, a tentar escolher o melhor outfit (e nunca cheguei a aprender de verdade) porque nada me satisfazia por completo. A auto estima e a confiança que nos faz gostar do que vemos ao espelho não está à venda... Está dentro de nós.

Dizem que os três pilares da auto estima são o auto conceito, o amor próprio e a auto confiança. Quando teremos os três presentes dentro de nós?
Quando nos maquilhamos? Quando nos vestimos bem? Quando usamos acessórios da moda? Ou quando somos capazes de olhar para o que somos ao invés do que aparentamos ser?

A sociedade tem ainda um longo caminho a percorrer neste sentido. A sociedade tirou, a tantas de nós, a auto estima necessária para seguir em frente. Porque foi a sociedade que nos induziu o conceito errado. A moda, a televisão e sim, também agora as redes sociais, lançaram ideias que ainda hoje se perpetuam. Julgamos uma pessoa com base na sua aparência e relacionamo-nos com ela a partir desse julgamento.
Mas existem tantas mulheres que quando lavam o rosto choram amargamente por falta de auto estima, de amor próprio, de confiança em si mesmas. E há outras tantas que não precisam de maquilhagem nenhuma para arrasar e chegarem onde querem chegar.

A auto estima não está no que eu e tu vemos. A auto estima pode até ser camuflada, mas quem não a trabalha sofre sozinha porque não tem coragem de assumir que tudo o que mostra é de fachada.

A auto estima trabalha-se. Como quase tudo na vida, é possível construí-la.
Não esperem que os outros julgem a vossa auto estima e o vosso valor com base no que está à vista. Aprendam a reconhecê-la no que ninguém vê. Porque quando o fizerem passarão a ser capazes de ignorar os julgamentos alheios e tudo ficará mais leve.

Eu ainda não sou a pessoa com uma auto estima solidificada, mas estou a trabalhar para isso como sempre o fiz. O primeiro passo é sair da zona de conforto e questionar PORQUÊ?

Porque eu quero sentir-me melhor. E vocês?
Sempre foram pessoas com uma grande auto estima ou também a estão a trabalhar para ela?



2 comentários:

  1. Aí Lu, aos 46anos a criar uma filha sozinha há cinco anos, estou a conseguir olhar para mim, para a minha essência de hoje,o que faço pelos outros,e sim como diz é tudo um caminho, uma construção e sinto que há uma solidez no ser humano que sou,e todos os dias e às vezes várias vezes ao dia tenho consciência dos meus atos com amor para com os outros,e essa sim é a nossa grande beleza.😘😘❤️

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  2. Bem Haja Lu por ser uma mulher tão bela, com uma voz tão doce 🤗

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