terça-feira, janeiro 25

Carta ao filho... Sobre a vida...

 

Meu filho… desculpa se às vezes sou chata e falo mais do que devia sobre coisas aleatórias da vida.

Só quero que aprendas, meu amor, mais depressa do que muitas pessoas sobre o valor da vida e o quão bonita ela pode ser. Só quero ensinar-te o pouco que ainda sei, que se fores capaz de focar o olhar naquilo que é essencial tu conseguirás reconhecer o que te faz feliz e ignorar o que te faz mal.

Quero que tenhas interesse em aprender sobre o mundo, é realmente importante; mas quero que reconheças que o conhecimento sobre a vida é ainda mais impactante.

Quero que aprendas tudo o que precisas de aprender na escola, mas que saibas pegar em cada matéria dada e aplica-la no mundo cá fora.

Quero que sejas bom a geografia, mas que mais do que identificar todos os continentes do mundo, que sejas capaz de identificar o que vives dentro do teu próprio mundo.

Quero que reconheças e saibas enumerar todos os países e respetivas capitais, mas que acima de tudo sejas capaz de reconhecer as emoções que sentes e distinguir, entre todas, as que sentiste mais.

Quero que aprendas muito sobre matemática, que possas fazer todas aquelas contas difíceis com letras e equações, mas que saibas antes de mais, que a equação da vida só será bem-sucedida se lhe somares coisas que amas fazer, lhe diminuíres as que te fazem mal, se multiplicares as tuas paixões e dividires com pessoas que te amam de verdade.

Quero que aprendas várias línguas, mas que sejas capaz de compreender que a comunicação não é feita apenas da linguagem, mas também pela capacidade de interpretá-las.

Quero que saibas correr, saltar, jogar basquetebol e até futebol, mas acima de tudo que compreendas que o desporto faz bem, às vezes, o vício do jogo é que não.

Quero que aprendas a programar, que sejas capaz de construir um qualquer programa teu. Mas acima de tudo, quero ensinar-te que a maior programação que terás em mãos será a de atualizares constantemente o cérebro que é só teu.

Meu filho aprende sobre tudo, descobre o mundo, mas nunca levantes os pés a uma altura que deixes de sentir o chão e nunca largues das mãos o que tens de melhor: o toque com que tocas o mundo e que to permite descobrir com todas as sensações.

Podes saber um milhão de coisas e ao mesmo tempo não saberes nada. Porque não há conhecimento maior do que aprender a viver da melhor forma esta que é a tua jornada. Por isso, não te incomodes com este meu papel. Porque tu ficaste com a melhor parte: A ti cabe-te apenas viver. A mim, cabe-me esta parte mais chata.




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