Hoje
venho falar sobre o uso de tecnologias na infância. Este é um tema que gera
bastante discussão entre os dois grandes grupos de pessoas: os que são a favor
da utilização de tablets, internet e outros dispositivos, e os que são contra a
sua utilização.
Para
tudo tem que haver um meio-termo. Nem 8, nem 80.
Mas,
será que conseguimos encontrar um equilíbrio?
Humm…
Que resposta difícil. Nos dias que correm, com o aumento do horário de trabalho
e a crescente exigência que a sociedade impõe para que estejamos o mais
atualizados possível, torna-se difícil encontrar um meio-termo. Não acredito
que haja alguém que consiga manter o equilíbrio todos os dias. Se houver alguém,
que nunca fugiu da norma, que se acuse como exceção… ;)
Eu sou
uma mãe bastante cuidadosa no que diz respeito ao uso de tecnologia. Mas, não
sou extremista. Apesar de todo o cuidado, não somos robôs, e os nossos filhos
também não. Existem aqueles dias, nos quais precisamos avaliar os danos de
várias coisas ao mesmo tempo (tarefas, cansaço, falta de tempo), e
provavelmente nesses dias, o uso e abuso do ecrã foi maior. O meu pequenote esteve
tempo a mais do que deveria em frente ao ecrã. Mas, se há coisa que faço tempos
a tempos é um refresh. Volta e meia,
lá estou em volta de pesquisas, à procura de respostas a algumas dúvidas
existenciais, que no papel de mãe, se levantam sobre mim, ahah.
Somos
todas assim, não é verdade?
Desta
vez, decidi investigar sobre o uso de tecnologia.
Apesar
de considerar que existem benefícios na sua utilização regrada e supervisionada,
na maior parte das pesquisas que encontrei apontam exatamente para o contrário.
É assustadora a quantidade de informação negativa sobre este tema.
Talvez
o uso descontrolado seja um alvo mais fácil de ser estudado, ou, talvez, existam
poucas pessoas que conseguem cumprir um timming
mais ou menos saudável para a sua utilização. Talvez… Não sei ao certo. O que
sei é que existem inúmeros estudos que relacionam diferentes problemáticas com
o uso de tecnologia. E, inclusive, encontrei notícias a referirem que a falta
de estudos se deve à falta de prova científica de benefícios que as aplicações tenham
para as crianças. Ou seja, apesar de existirem cada vez mais aplicações para tablet que se dizem educativas, não
existem estudos que o comprovem. Irei falar sobre tablet, pois é o meio
tecnológico mais acessível às crianças (dada a sua facilidade de transportar).
Vários profissionais de saúde, incluindo pediatras e
psicólogos, apontam consequências muito negativas no contacto excessivo das
crianças com as novas tecnologias.
É
muito frequente a superexposição da criança à tecnologia estar relacionada com
o défice de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem,
impulsividade, agressividade, problemas em lidar com sentimentos como a raiva,
obesidade, doença mental, privação do sono e o risco de dependência.
Para ver a imagem completa, clicar em:
Devido
aos riscos reconhecidos, Cris Rowan, Dr. Andrew Doan e o Dr. Hilarie Cash, em
colaboração com a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadiana de
Pediatria, desenvolveram uma guideline para o uso de tecnologia nas crianças.
Eles
defendem que as crianças até aos 2 anos de idade não devem ter contacto com
nenhum meio tecnológico. Até os 5 anos, as crianças só devem ficar no máximo 1
hora diante dos ecrãs. O tempo aumenta para 2 horas para crianças de 6 a 12
anos e para 3 horas a partir dos 13 anos.
Mas,
mesmo com tantas recomendações, muitos pais parecem não se preocupar com o
assunto. Sob a justificativa de que hoje é importante saber trabalhar com as
novas tecnologias desde cedo ou simplesmente para evitar aborrecimentos, os
pais acabam deixando as crianças livres para usar os equipamentos da forma como
quiserem, o que pode causar problemas não só aos pequenos, mas para toda a
família.
Para
2016, são esperadas novas orientações da AAP (Academia Americana de Pediatria)
sobre o tempo recomendado para crianças e adolescentes, em frente aos visores.
Atualmente,
a sugestão é que crianças menores de 2 anos não devam ter nenhum contato com
tecnologia e, acima dessa idade até a adolescência, duas horas por dia no
máximo. A expectativa é de que as novas orientações flexibilizem a quantidade
de tempo e acrescentem critérios qualitativos que vão além da quantidade de
horas em frente aos aparelhos eletrônicos.