terça-feira, novembro 30

Não são apenas as memórias que importam.

 

Não são apenas as memórias que importam. São as memórias que construímos em conjunto. A forma como as vivemos, a forma como nos entregamos e dedicamos a elas.

Não são tanto as coisas que fazemos com eles que importam. Mas a forma como nos envolvemos em cada uma. A forma como as saboreamos em conjunto.

Não são apenas as experiências que experimentamos com eles que importam. Mas a forma como as exploramos com eles. Como exemplo e modelo, somos nós os responsáveis por passar a mensagem e ensinar como se desfruta de todas as coisas que vivemos, como aproveitar o momento, como ser grato pelas experiências, como ser capaz de olhar e apreciar as mais pequeninas coisas. Como exemplo e modelo, somos nós os responsáveis por mostrar o que importa, relativizar o que não tem valor e focar a nossa atenção no que vale a pena guardar.

No Natal, mas durante todo o ano também, recordemos este nosso “poder” e dediquemos parte do nosso tempo a ser o seu melhor modelo, a ser o seu exemplo. E não se preocupem se falharem. Porque todos os dias nasce uma nova oportunidade para tentar de novo.




7 Calendários do Advento para IMPRIMIR [Natal 2021]

 

O Natal está a chegar! E, com ele, acende-se a chama da vontade que nos leva a querer proporcionar experiências novas e manter tradições.

O Calendário de Atividades do Advento é algo bastante usado em várias famílias. E na nossa, também.

 

Já partilhei que adapto sempre o nosso calendário à fase que estamos a viver. O ano passado listei as atividades que queria desenvolver com os meninos e fomos riscando à medida que iam sendo realizadas. Este ano, coloquei a lista de atividades numa caixinha e vamos realizando consoante nos for possível. Defendo que tudo deve ser ajustado e adaptado ao nosso dia a dia, com o mínimo de esforço possível. Em fases como as que temos vivido, de muitas mudanças à mistura, prefiro não criar expetativas e deixar a flexibilidade prevalecer.

Para mim, é importante criar boas memórias, estimular algumas competências, entre elas a orientação temporal. Para isso, a Estrela, utilizará o calendário mensal como é habitual, com a diferença de que nele sinalizei todas as atividades e ocorrências importantes para ela e para nós antes do mês de Dezembro começar. Isto é algo que fazemos o ano inteiro, mas nesta fase funciona, também, como um modelo de calendário do Advento que nos permite contar os dias que faltam para o Natal. O Gabi utilizará o mesmo calendário do ano passado, que ficará colocado no seu quarto.

Este é o modelo que o Gabi utilizará. Ainda não aprendi a adicionar ao blog para partilhar. Mas se quiserem obter uma cópia, enviem msg ou email e terei todo o gosto em partilhar convosco.

Como fascinada pelo Natal e por toda a preparação que isso implica, este ano resolvi partilhar convosco alguns calendários do advento que podem ser impressos. Alguns exigem montagem adicional (simples), outros podem ser utilizados de forma mais direta e sem grande manipulação. Mas, como digo sempre, tudo pode ser adaptado, basta usar a imaginação. Estes calendários são uma outra forma de realizar a contagem decrescente para o Natal e, ao mesmo tempo, incluir atividades relacionadas com o tema.

Selecionei os que mais gostei. Nos mais simples, podem fazer o countdown de diferentes formas: riscando, ou cortando e colando as imagens num desenho como por exemplo, o molde de uma árvore de Natal.

 

Os seguintes modelos podem ser impressos e adaptados à vossa realidade:

 

1. Cartões com atividades do Advento (Fonte @driennyloureiro)

Clicar para Download - 01 


2. Cartões da Casa com Amor (casacomamor.com) que podem imprimir e colocar a mensagem ou sugestão de atividade:

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3. O Calendário do Advento em Casinhas (Fonte: http://del4yo.squarespace.com/)

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4. Calendário a preto e branco para colorir (Fonte: https://christmas.lovetoknow.com/)


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5. Calendário com 24 imagens de Natal para imprimir (Fonte: https://teachingmama.org)

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6. Calendário de Advento em caixinhas. Aqui encontram 24 caixinhas para imprimir, colorirem se preferirem e montarem. Não guardei a imagem do calendário montado, mas é lindo. Adorei este modelo pela simplicidade.

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7. Calendário em forma de Árvore de Natal para imprimir e montar (Fonte: PowerfullMothering.com)

O modelo final fica assim:


É um calendário extremamente bonito, mas este ano não tive oportunidade para construir. Ficará guardado para experimentar um dia, com toda a certeza.

 

Podem fazer o download aqui: 

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Espero que este post possa ser útil para vocês. Partilhem com aquela amiga que está sem grande tempo para construir e inventar um calendário de advento completamente do zero. J

segunda-feira, novembro 29

Almost 25 (#maisdezdeexperiencia) - Parte 1


Inspirei-me. Escrevi quase 3 páginas de texto. Mas sabem que mais? Nem disse tudo. ahah. A uma semaa  dos meus 35 (medooo!!) deixo uma reflexão. Ou várias. Mas dividi em duas partes para vos dar tempo para ler :)


"Quem olha para nós não saberá nunca do que somos capazes. Não, pelo menos enquanto, não mostrarmos que talvez sejamos mais capazes do que imaginam.

Quem olha para nós vê o que transmitimos e o que os seus olhos querem ver. Somos julgados pelo aspeto exterior e condenados, a bem ou a mal, por aquilo que julgam sobre nós. Os teus olhos vêm nos outros o reflexo das tuas experiências, não das do outro.

Apesar deste ar sereno, aparentemente tranquilo de quem parece ter tido uma vida perfeita e imaculada, sem problemas e sempre despreocupada, está alguém que já passou por muito. Hoje sou capaz de falar sobre isto sem um peso qualquer às costas, como se nem isso eu pudesse afirmar. Mas durante muito tempo não o fui. Escondia-me de tudo, sobretudo das qualidades que os outros referiam. Hoje, não o digo para me vangloriar, digo-o apenas porque prometi não calar.

Por detrás de uma aparência tranquila estão histórias, por vezes, macabras, de alguém que temeu de perto a morte, a sua e a dos seus. Está a história de alguém que fugiu e se escondeu. Que deixou tudo para trás e foi obrigada a aceitar que nada mais voltaria a ser seu. Está alguém que teve que começar de novo, e que pelo caminho abraçou alguém que apareceu para ser seu. Está a história de alguém que foi julgada, criticada e difamada por atos que nunca cometeu. Mas nunca, em momento algum, tentou difamar quem lhe fez mal e nunca a compreendeu. Desde sempre, prometi defender e viver apenas da verdade, para mim e para os que se tornaram os meus. Ignorei e afastei-me de tudo o que pudesse destruir ainda mais a paz que queria viver.

Os anos passaram e depois de saradas as feridas do passado, de colocadas as pedras em tudo o que nunca mais poderia ser recuperado, surgiram mais desafios. Os desafios comuns às mães que tentam estar presentes e que vivem a maternidade como uma missão. Não por capricho, mas porque defendem que os seus terão melhores armas e competências para impor os seus limites e para lutarem por aquilo que defendem, sem medo. Que defendem que na infância adquirimos as melhores ferramentas e que sem elas a vida futura será bem mais difícil. Mas, por detrás de uma mãe presente, que tenta superar os seus medos e desafiar-se em todos os seus dilemas, está uma pessoa que não dorme, que às vezes nem sabe o que come e que às vezes, porque o cansaço e a frustração são maiores, também se esconde. Esconde de si mesma, para que ninguém a veja e possa, em silêncio, trabalhar as suas dificuldades. Porque essa mãe quer ser capaz de dar o melhor aos seus. Quer ser capaz de compreender onde pode melhorar e quer, ainda ser capaz de dar o que teve de bom e ser capaz de não transmitir o que não foi tão bom. Por detrás de uma pessoa que parece ter nascido para ser mãe está uma jovem que cresceu à força, e que começou a maternidade sem nunca se ter preparado para isso, com o suporte e a ajuda da nova família que a acolheu. Por detrás de uma mãe que parece ter sempre um conselho para dar está uma pessoa que teve que se reinventar sozinha, com dois filhos para cuidar, uma casa e dois trabalhos pelo meio. Está uma pessoa que, engolindo muito choro percebeu, que as teorias só são bonitas nos livros, que a maternidade não é essa história de encantar. O difícil está em aplicar dia após dia o que defendemos, doando-nos aos outros sem interrupção, para que no final da história possam existir seres humanos que receberam colo, carinho e compreensão."



Continua...

Atividades para o Advento [Natal 2021]

 

Para esta nova semana trago um dos posts mais guardados, um post com sugestões de atividades para o Advento.

Aqui encontram 1 atividade por dia, que podem desenvolver em vossas casas (ou apenas retirar algumas sugestões para juntarem às vossas atividades habituais).

Esta é a nossa lista de base. Acrescentamos ou retiramos consoante as necessidades (sejam elas em termos de tempo, dinheiro ou energia… coisas da vida, ahah).

 

Preparados para começar mais um advento?






domingo, novembro 28

Ter uma família é bom, mas viver e ser parte de uma família feliz é muito melhor!

 

Às vezes tenho a sensação de que romantizam-se as famílias. Claro que nenhuma gosta de transparecer os problemas que vivem. O que acontece dentro da família deve, tanto quanto possível, ficar dentro dela. A não ser que algo extrapole o limite do aceitável…

Ter uma família é difícil. Tem dias que é extremamente difícil. Manter uma família de pé, de forma decente e tranquila tem muito que se lhe diga. E, à medida que os filhos crescem, e a sua opinião ganha mais volume e posição, mais difícil se torna. São cada vez mais seres a precisarem de espaço e tempo, de valorização, aceitação e compreensão; e, por vezes, a debater ideias cada vez mais divergentes.

 

A minha experiência mostrou-me que, muito mais facilmente do que julgamos, as famílias podem entrar em saturação. Existem ciclos que, se não forem quebrados e trabalhados convenientemente, podem ganhar tanto peso que serão capazes de destruir a paz familiar e, por sua vez, acabar com a família.

Aprendi que, como pilares de uma família, devemos ajustar e reajustar constantemente todas as variáveis que vão surgindo. A família não é algo estável, que se constrói e permanece assim para sempre, ela está em constante mutação, tal como elementos que a constituem. Como tal, se nos desleixarmos poderemos entrar, facilmente, em decadência. Acredito e defendo que, enquanto pilar de uma família, devemos fazer todos os esforços possíveis para promover a ordem, o respeito e a paz dentro dela. Defendo que a família é importante e que é muito bom fazer parte de uma. Mas defendo, ao mesmo tempo que, a partir do momento que na família alguém deixa de ter espaço e lugar para existir também como ser individual, o conceito de família deve ser repensado. Defendo que ninguém deve impor a forma como o outro quer viver. Defendo que ninguém deve querer, de forma rígida, construir leis para os outros elementos viverem de uma forma que só faz sentido para essa pessoa. Defendo que a família é o local que melhor nos deve acolher e compreender. E defendo, ao mesmo tempo, que quando tudo isso se perde, então talvez a família não exista mais.

Criar e manter uma família unida, saudável e feliz tem muito que se lhe diga. Tem mais do que eu conheço até e, por isso, nem entrarei em detalhes. Nunca tive a família perfeita. E continuo a não ter. Nem a família perfeita, nem a ideal, nem a que irradia paz e felicidade a toda a hora. Nem tampouco sei se ela durará para sempre. Mas uma coisa eu sei: sei que tento de tudo para que, enquanto pilar, possa contribuir para a melhorar um bocadinho mais a cada dia. E se um dia ela acabar, irei olhar para trás e perceber que tentei dar o melhor que soube e fui capaz.

 

Que neste final de ano as famílias possam acolherem-se mais uns aos outros, aceitarem melhor as diferenças e apoiarem mais as “maluqueiras” uns dos outros (mesmo que não faça sentido algum para quem está ao lado, se fizer para a outra pessoa, o sentido virá pela presença, disponibilidade e carinho que se vive quando alguém se sente acolhido). Que neste final de ano, deixemos de olhar tão forçadamente para nós e passemos a escutar e admirar um bocadinho mais quem está connosco durante todo o ano, sejam eles parceiros, filhos, netos ou até mesmo os sogros (pois há famílias que vivem com membros da sua família alargada e se não forem acolhidos de igual forma, poderão contribuir para a destruição dessa família também). Que neste final de ano, cuidemos de quem cuida de nós, escutemos com mais atenção e encontremos magia e força nesta forma de união.

Ter uma família é bom, mas viver e ser parte de uma família feliz é muito melhor!




quinta-feira, novembro 25

Hoje, 25 de novembro, que sejamos a Voz destas e de todas as outras mulheres!

 

Nem tudo é um mar de rosas. Nem todas as vidas que transcendem perfeição são, de facto, perfeitas. Existem muitos problemas que ainda não têm solução. Existem muitos problemas que ainda não impactam da forma que deveriam e ficam, tantas e tantas vezes, esquecidos e outras quantas disfarçados.

Hoje, dia 25 de Novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres falemos sobre Violência.

A Violência Contra as Mulheres ocorre com mais frequência do que julgamos ser possível. Ocorre mais perto do que queremos acreditar. Ocorre sobre mais formas do que as que tendemos a relatar.

Durante a pandemia, muitas foram as mulheres que se sujeitaram a uma vida ainda mais difícil, eu diria até lamentável. Muitas foram as mulheres que ficaram presas junto com o agressor, muitas vezes, sem ter sequer forma de comunicar ou pedir ajuda.

Infelizmente, a nossa sociedade ainda fecha os olhos e compactua com situações destas. São muitas as pessoas que conhecem realidades de violência e, mesmo assim, dão razão ao agressor. São muitos os colegas e amigos que vêm nas palavras e atitudes do agressor uma forma de masculinidade e amor. São muitas as mulheres que subjugam outras mulheres porque “se fosse com elas” nada seria igual, “sairiam da situação sem pestanejar”.

A verdade é que não é assim. Muitas mulheres são abusadas psicologicamente, porque são “umas PTS”, porque “são umas vagabundas, miseráveis e não merecem sequer viver”. Outras sofrem violência física porque “eu bato-te porque gosto de ti”, “quero que aprendas que quem manda sou eu”. Outras sofrem violência sexual porque “estavam a pedi-las”, porque eles “não são de ferro”. Outras tantas sofrem violência patrimonial, porque “eu quero posso e mando em tudo e tu dependerás sempre de mim”. Outras mulheres sofrem violência moral e, umas tantas vezes, para além de agressão são julgadas como não tendo sequer razão, são difamadas por atos que nem lhes passaram pela cabeça.

A violência contra as mulheres existe. E existe tanto que chega a doer. E quanto mais conhecemos esta realidade mais triste se torna, mais difícil de aceitar. PORQUÊ? Porque é que existem pessoas que compactuam com este tipo de agressão? Porque é que ainda se culpa a vítima e o agressor continua com a razão?

Hoje, mais do que em qualquer outro dia, mas em todos os outros também, sejamos mais corajosos e cuidemos mais dos direitos das mulheres. Dos nossos direitos, mulheres. Dos direitos das nossas amigas, das familiares próximas ou distantes que vivem tão amedrontadas que não têm sequer força para levantar a mão e pedir ajuda.

A violência é crime! Seja ela de que forma for. E as marcas ficam para sempre. Não são apenas as marcas nos olhos manchados e pisados que ficam. Essas talvez até desmoronem. Mas ficam gravadas todas as marcas de atentado à dignidade humana, de respeito pelo outro, de liberdade.

Ajudemos a dar voz a esta luta. Ajudemos a calar os agressores. Ajudemos as mulheres a saírem destas vidas e a começarem caminhos novos. Ajudemos a mudar o paradigma e a mentalidade sobre o poder masculino e a inferioridade da mulher.

A luta é nossa. Lutemos hoje para que as nossas filhas não precisem de lutar e passar por isto depois.

Que possamos contribuir para dar luz a este túnel!




Quantas memórias cabem nesta época do ano, na época que antecede o Natal?

 

Parte do que somos e a nossa ligação ao Natal começa, com toda a certeza, antes do dia 24 de Dezembro. Muitos de nós teremos memórias associadas às festividades do advento, a peças de teatro, a músicas, filmes, locais especiais ou eventos que só se realizam nesta altura do ano. Muitos de nós teremos ainda memórias de cheiros, cores, sabores que se intensificam todas as vezes que nos aproximamos de algo semelhante. Muitos de nós teremos ainda memórias associadas a pessoas, normalmente às que vivem mais distantes e que, de alguma forma, se aproximam, física ou emocionalmente nesta época do ano.

Recordaremos ainda os últimos testes de escola, as atividades de final de ano, as apresentações no último dia antes das férias de Natal e ainda as feirinhas e concursos de Natal. Cabem tantas memórias nestes dias que antecedem o Natal, e quanto mais as explorarmos mais memórias surgirão. O Natal não é comemorado em um único dia, é envolto numa enorme preparação.

Quando nascem os filhos, o Natal começa em girar em torno deles. Mas nós continuamos a alimentar uma parte do que somos, passando para a nova geração uma parte das nossas tradições. Quantas memórias tentam passar aos vossos? Talvez todas as memórias que vos marcaram positivamente…

O Natal ganha um novo encanto quando os filhos nascem, passamos a querer investir o nosso tempo e a dedicar os dias a criar novas memórias, para que eles, um dia, também possam recordar este tempo com carinho.

Tentamos ser a geração que faz mais coisas com os filhos, que os levam a mais eventos, a geração que não para e que mostra ao mundo como é bom ser parte dessa família. Que este Natal foquemos a nossa atenção também no parar, no abrandar o ritmo, no abraçar, no proporcionar momentos de partilha e ligação com os nossos que memória alguma seja capaz de esquecer.

Que este Natal sejamos capazes de ser mais transparentes connosco mesmos e com os nossos maiores aliados, as nossas crianças. Que possamos durante o próximo mês viver em conjunto e alimentar em conjunto este carinho pelo Natal.




quarta-feira, novembro 24

Falta 1 mês para o Natal!

 

Por esta altura, as lojas já estão decoradas a rigor. Existem decorações tão lindas que dá vontade de trazer tudo para casa.

Nas ruas começam a ser visíveis as primeiras luzes de Natal e o espírito natalício começa a propagar-se por todo o lado. Fica difícil ficar indiferente.

Nos supermercados, as prateleiras principais encheram-se de doces e brinquedos, que fazem a delícia dos mais novos e deixam os pais de cabelo em pé a cada ida “rápida” às compras. Calma papás, tanto pedimos atividades estimulantes que elas chegaram (não é o local perfeito, mas as primeiras experiências podem ser completamente grátis. Não tentem é passar por lá muitas vezes, porque as desculpas para não levarem nada começam a esgotar-se.)

Em nossas casas, as árvores começam a ganhar forma. As que ainda não saíram da caixa estão mais perto do que nunca de ganhar forma e ficarem de pé para mais um ano mágico. De que cor decoramos a árvore este ano? Uns variam, para não cansar, outros mantêm as mesmas decorações por anos, porque é tradição (e confessemos, sai muito caro).

A casa vêm parar os maravilhosos e intermináveis catálogos de brinquedos, deixando assim a escolha mais difícil para aqueles que se contentam com qualquer coisa (ou vá, com tudo). É a oportunidade ideal para explorarmos as prendas de Natal com os nossos filhos. É que eles até podem pedir no silêncio do quarto e terem sorte na noite de natal, mas se pudermos interceder por eles junto do Pai Natal garantimos que ele não se engana na porta (ou na chaminé, quem as tiver). Por falar nisso, por onde entra o Pai Natal nas casas onde as chaminés não existem? Pesquisem a resposta, porque provavelmente precisarão de uma em breve.

As avós começam a questionar sobre os presentes. E sim, não adianta dizer para não comprarem nada. Elas compram o que sugerirmos e mais 2 ou 3 coisas que vinham em promoção (ou não, mas elas ficam felizes por isso e sejamos sinceros, se podemos abusar nos doces porque não podemos abusar nos presentes de Natal?) (não é opinião, sei que este assunto é, em muitas famílias, delicado).

Os pais começam a pensar na garrafeira. O que beber este Natal? E certificam-se apenas que participam no jantar de Natal da empresa (será que existe este ano?). Farão algo mais que tenha esquecido? (Desculpem os outros, que se dedicam afincadamente a preparar o Natal e até cozinham e tudo. O meu só come e já é bom. Não podem sobrar restos porque uma semana depois repetimos a dose para a passagem de ano).

Os pedidos para as caridades replicam-se. Em cada entrada encontramos espaço para deixar uma moedinha. Este ano, em particular, é altura para repensar 4 vezes se não podemos de facto ajudar um bocadinho mais…

As mães, as que normalmente agilizam mais coisas, começam a fazer listas intermináveis de coisas para fazer, para comprar, de pessoas a quem ligar, de roupas para comprar, de tudo e mais alguma coisa. São tantas as coisas e tão pouco o tempo que, muitas vezes, o único momento durante o qual são capazes de parar é no dia 24 porque a sogra veio ajudar a preparar o jantar. E nesse momento percorrem as memórias do mês anterior e prometem nunca mais andar a correr e em azáfama para a noite de Natal.

Mães, é hoje! É hoje o dia de o prometerem e de tentarmos fazer diferente, pelo menos uma vez. Tentamos juntas?

Falta um mês. Vamos com calma, com organização e teremos tempo para aproveitar este mês com carinho, calma e descontração.

Que seja um mês feliz.

Viva o espírito natalício! Viva a magia do Natal!




terça-feira, novembro 23

MATERNIDADE REAL

 MATERNIDADE REAL

Ontem falávamos levemente sobre paciência nos stories. A maioria de nós vive no limite de a perder. Ora por sobrecarga, ora por cansaço acumulado, ora por dificuldade em compreender as emoções, ora por tantas outras razões.

Vivemos sobrelotados de tantos recursos, mas a paciência para os aproveitar não é assim tanta. Vivemos numa era de liberdade e independência tal, mas somos reféns de nós mesmos.

Vivemos numa era onde todos tentamos criar relações bonitas uns com os outros mas depois falta a paciência para cuidar de quem está mais perto de nós?

Porquê?

A resposta não é simples nem unidireccional. A resposta reside numa teia de factores, alguns hereditários, outros culturais, outros pessoais, contextuais, relacionais,... O mundo onde nos envolvemos afeta a nossa resistência e a nossa capacidade para ter mais ou menos paciência. Mas a forma como a perdemos depende de nós. Depende de nós entender e tentar parar antes de chegarmos ao limite onde ela não existe mais. Depende de nós procurar soluções ou estratégias para manter a paz em situações dolorosas e difíceis.

Ninguém é perfeito. Até o ser mais paciente do mundo, em situações continuadas de stress, com limitações ao seu descanso, terá tendência a perder a sua paciência.

Esse ser podia ser uma mãe.

As mães vivem isto. Nós, mães, vivemos sobrecarregadas de tarefas e responsabilidades que ninguém vê. Muitos não entendem. Cultural, social ou pessoalmente somos incumbidas de as desempenhar?

Abdicamos do nosso sono profundo para dormir de olho aberto na esperança de acudir cada barulhinho no silêncio da noite?

Abdicamos do que gostamos para dar oportunidades aos nossos de fazerem e envolverem-se em coisas que eles também possam gostar?

Colocamos em espera projetos e objetivos profissionais para estarmos mais presentes numa fase em que eles mais precisam de nós, a infância?

Elevamos os auto cuidados a um extra e uma forma de quase "recompensação"? E os amigos ficam no mesmo lugar porque se forem de verdade, podem nem ajudar, mas estarão lá sempre que nos apetecer chorar? O casamento ou a nossa relação amorosa nem se coloca em questão? Estamos no mesmo barco, quer queiramos ou não?

➡️Apesar das oportunidades para aprender como gerir emoções serem maiores hoje em dia. Apesar de as oportunidades para integrar um qualquer grupo serem quase universais. Apesar de se defenderem os direitos e deveres do ser humano como algo que deveria ser mais tranversal. A verdade é que as mães continuam sobrecarregadas. E não é um cansaço que se resolva com uma noite bem dormida, uma ida ao spa ou um fim de semana prolongado. É um desgaste mais enraizado. Mais difícil de resolver. E claro, a paciência pode sim estar diretamente relacionada. O que vos aconselho a fazer? A escutarem-se e a colocarem mais limites, antes de chegarem ao vosso limite. Mas limites não só no que aceitam dos outros, mas limites no que também exigem de vocês. Somos mães. Não somos robôs. Quando perdermos a paciência, olhemos ao redor e tentemos encontrar onde podemos intervir da próxima vez para evitar esse estado. Não é fácil. Mas podemos sempre tentar até conseguirmos chegar a um lugar mais calmo e em paz... força mamãs.