Por detrás de
uma pessoa há uma história. Ou várias. E não precisamos de partilhar cada uma
delas, de forma detalhada nas redes sociais, colocando em aberto tudo o que
somos ou vivemos. Sobretudo se o fizermos à procura de um like, um seguidor ou
de uma palmadinha no ego. Há coisas e histórias que ficarão para sempre na
nossa memória, que serão para sempre, apenas nossas. E que só devem ser
partilhadas se não infringirmos nem violarmos a privacidade de ninguém.
Aqui, no blog,
já partilhei muito sobre mim, sobre os meus, sobre o que acredito e defendo para
esta coisa a que chamamos de vida. Volta e meia revolto-me porque percebo
coisas que não queria, com as quais não concordo e outras que não sou capaz de
tolerar. E, talvez alguns notem a diferença em algumas coisas, não sou a mesma
nem partilho exatamente as mesmas coisas que partilhava. Nos últimos meses
estou muito mais sossegada, talvez mais calada em termos de opiniões e desabafos
pessoais. Eu sei que, de vez em quando, ficava bonito escrever um texto ou uma
história e ser idolatrada, ou então considerada como uma vítima da minha
própria caminhada. Talvez seja isso que dê a tal repercussão que tantos
procuram. Talvez seja isso que faça com que os que chegam até nós nunca se vão.
Mas não sou
assim. Aos poucos, afastei-me de muitas coisas que se vivem nas redes sociais.
Porque me fazem mal. Porque há pessoas invejosas, maldosas e interesseiras. E
com essas não sou, e talvez nunca seja, capaz de pactuar.
Regra geral,
prefiro ficar no meu canto, elogiando quem considero de valor em privado, longe
dos holofotes das redes sociais, que muito bem nos fazem, mas que deixam tantas
pessoas doentes. Mas não quer dizer que não apareçam por aí novas opiniões.
Isto de ter um
blog e tentar trazer para ele o nosso reflexo, sendo sinceros e fiéis a quem
nós somos, não é tão fácil assim. Porque ficamos entre o dilema de ignorar e
continuar e o de desistir e viver o que já vivemos. Porque, quer queiramos quer
não, sabemos que existirá aquela pessoa que interpretará mal. Porque sabemos ou
percebemos que existem outras que gostam mais de nós quando nos querem usar
como degrau.
Mas sabem uma
coisa? Há ciclos que precisam de ser fechados. Fechados para podermos avançar.
Fechados para sentirmos que dissemos tudo, que deixamos tudo no devido lugar. E
é por isso que misturo um bocadinho de tudo, do que sou, do que vivi e disto
que ando aqui a fazer pela internet.
Cada um que
defenda a sua verdade. Esta é a minha. E continuarei a caminhar no sentido de
manter-me fiel a tudo o que acredito, defendo e quero melhorar.
A (menos de) uma
semana do meu aniversário, eu olho para trás e orgulho-me do tanto de coisas
que aprendi. Nem tudo foi desafio, muitas coisas surgiram como o meu porto de
abrigo. Foram as pessoas que me fizeram sofrer as que mais ajudaram-me a
crescer. E foram todas as outras, os meus amigos e os anjos que surgiram pelo
caminho, que abraçaram as minhas dores e mostraram que deveria continuar e
enfrentar todos os dilemas que vieram comigo. Tenho um agradecimento enorme e
eterno por todas as pessoas que me estenderam e continuam a dar a mão.
Feliz ou infelizmente já
vivi muito, cresci talvez “cedo demais”. Mas, se tiver saúde para continuar, a
minha história ainda agora está a começar. Estou pronta e motivada para uma
nova vida, numa nova fase. Cada vez mais próxima de mim mesma.