Iniciaremos este texto com a nossa experiência pessoal. Sim, porque às quartas feiras é dia de parar e refletir sobre os avanços do meu filho mais velho... (tão estranho dizer isto, mas dizer filho único, nesta altura, ainda mais estranho seria...ahah)
Por cá, estamos (quase) em modo Natal (amanhã é o dia de montarmos a árvore de Natal e entrarmos no espírito natalício em força).
No entanto, como nos anos anteriores, vou questionando com mais tempo o Gabriel sobre os presentes que gostaria de receber no Natal.
Até ao último ano de Jardim, ele tinha sempre um presente ideal (muitas vezes por "imitação" dos colegas). O ano passado revelou o que queria, com a sua opinião e desejo. Nenhum colega pediu algo igual, apenas ele. E foi fiel a si próprio: manteve o seu desejo do inicio ao fim.
Isto é um sinal de evolução.
Este ano, voltei a questionar qual o presente ideal para receber do Pai Natal. Ah e tal, está na hora de escrevermos a carta ao Pai Natal...
Mas, este ano, não havia forma de ele decidir o que queria.
Em conversa com ele, fiquei tão feliz ao perceber que ele cresceu e que este ano sente dificuldade em encontrar o presente ideal porque, no fundo, não há nada que lhe faça falta.
No entanto, e para perceber se sente ter em exagero ou não, explorei com ele os diferentes tipos de brinquedos e jogos que ele tem. E depois, analisamos em conjunto que o Natal não é só "brinquedos". Na televisão são imensas as publicidades de brinquedos, mas existem tantas outras coisas igualmente importantes...
Fiquei muito feliz ao perceber que ele tem consciência disso. E, por isso, os seus desejos para este Natal são poucos: roupa, uns livros e um jogo de snooker. Mas, tudo na base do "pode ser..."
Para além do presente do Pai Natal e, para o Pai Natal ter alternativas, questiono outras hipóteses de presentes que ele gostasse de receber. Se o Pai Natal não precisar de um plano B, ficam sempre as sugestões para os avós, padrinhos, etc...
É tão bom quando eles crescem e percebem que têm de tudo. Podem não ter tudo, e ele não terá, certamente. Mas, perceber que tem um pouco de tudo e que é suficiente para ele é muito delicioso.
Estás mesmo a crescer, meu pequeno Gabriel...
Estas questões de consciência são muito importantes para as nossas crianças. Nós conversamos imenso com o Gabriel, para que ele entenda que, mesmo nos dias que nem tudo correu bem, é uma criança feliz e deve agradecer por cada coisinha que tem.
Agora, o próximo passo que queremos dar com ele é levá-lo a conhecer uma realidade diferente da sua... Quem sabe não o faremos ainda este Natal?
E por aí? Quantas crianças conscientes existem? ;)