quinta-feira, maio 20

Desmamar: 5 dicas que poderão ajudar

 Amamentar é, muitas vezes, um sonho tornado realidade para muitas mães. E como tudo o que começa tem um fim, a amamentação também terá.
Acredito que, sendo um processo tão pessoal, cada uma de nós terá uma história diferente para guardar.
Algumas vezes o desmame é iniciado pelo bebé (ou criança), outras sugerido pelas mães. Como em qualquer outro processo que envolva as crianças eu defendo sempre que devemos ter em atenção a nossa realidade e decidir apenas por nós (salvo exceções motivadas por questões de saúde, por exemplo).
Por aqui, amamentei a Estrela até aos 3 anos. Parámos por minha sugestão.
No post anterior sobre este tema contei a história e o motivo. 
Hoje conto-vos as estratégias que utilizei.

A quem quer tentar um desmame só posso deixar os seguintes conselhos:

1 Decidam dentro de vocês mesmas que chegou o momento. É uma decisão extremamente importante na vida de cada um(a).

2  Analisem o vosso contexto atual: as vossas rotinas e tudo o que elas implicam, desde deslocações, saídas, etc.

3 Analisem a criança e a forma como ela tem sido ou não capaz de aguardar pela maminha (ou vão testando com ela se ela está capaz de esperar um bocadinho pela maminha quando a pede. Testar se a criança consegue esperar permite analisar de que forma isso é ou não crucial para ela nessa fase)

4 Quando tentarem o desmame, mantenham-se firmes na decisão (andar cá e lá só trará mais confusão e pode complicar o processo de desmame ou aceitação)

5 Acompanhem os dias seguintes e até os primeiros meses. Amamentar é um processo e desmamar também. A criança dará sinais e quererá recordar aquela história. Conversem com ela sobre os pontos positivos, foquem no que foi bom. Não foquem no facto de ter terminado, isso é algo natural (que teria que acontecer algures no tempo). Foquem nos momentos e no carinho, no leitinho. Mas encarem como natural o facto de ter terminado. Se vocês encararem tudo como natural, mais facilmente a criança compreenderá que afinal é mesmo normal. Se lamentarem “oh desculpa, tadinha, querias mais?” estão a concentrar toda a atenção no final. E o mais importante foi ter acontecido.
 
Espero que vos possa ajudar de alguma forma.
Se souberem de alguém que precisa destes conselhos, partilhem com essa pessoa. Ajudarmo-nos umas às outras, relativizar e dar o foco ao que é realmente importante é mais fácil quando somos capazes de nos escutarmos, de compreendermos o que podemos de facto aproveitar para a nossa história.
Acreditem em vocês e nos vossos bebés. Tudo o que começa acaba. E a amamentação também.
 
Só de ressalvar que tentativas anterior podem surgir como obstáculo a uma nova tentativa. Para quem já tentou o desamame, o conselho que deixo é “esqueçam o assunto por um bom tempo (1 a 2 meses pelo menos) e depois voltem a tentar. Mas tentem analisar todos os passos anteriores de forma a conseguirem antecipar, prevenir e garantir o sucesso do desmame.
 
(Este post não é um post para incentivar o desmame, nada disso, mas apenas para ajudar. Amamentar será sempre algo mágico, único e inexplicável na vida de uma mãe e do seu filho.)
Estou sempre disponível por mensagem privada, email ou comentário.
Boa Sorte!



terça-feira, maio 18

Como é que lhe vou explicar?

Como é que lhe vou continuar a explicar que o mais importante é o seu valor se ele vive num mundo em que as pessoas só valorizam o “exterior”?

Como é que lhe vou continuar a explicar que o mais importante é ser quando ele vive num mundo em que todos só querem ter?

Como é que vou continuar a explicar que o mais importante é adormecer de consciência tranquila se ele vive num mundo que o que importa é o que se mostra?

Como é que lhe vou explicar para não se deixar levar por desconhecidos se ele vê o mundo a chamar querido a quem nunca viu?

Como é que lhe vou continuar a explicar que é importante estudar, aprender, enriquecer o seu conhecimento se ele vê que a sociedade passa a vida a “trolar”?

Como é que lhe vou continuar a explicar que é importante comunicar se as pessoas nem um post sabem comentar?

Como é que lhe vou continuar a explicar?

Tentando da mesma forma. Pousando o telemóvel, não ficando todo o tempo no livre no telemóvel, comentando e apreciando o que vejo e o que ele vê, e explorando o sentido de tudo isso. Não podemos controlar o mundo, mas podemos tentar controlar a forma como olhamos para ele, o que absorvemos dele, o que deixamos nele. Eu não sou a pessoa bonita, das fotos bonitas, das frases imaculadas. Eu sou a pessoa que pensa, porque desde sempre o pensamento foi a minha melhor defesa. Não quero que o meu filho seja igual, mas quero que aprenda que pensar por ele não tem mal.

Não lhe quero dar uma resposta, nem tampouco um caminho, mas quero que ele possa ter a capacidade para pensar sozinho.

E se por um lado, vivemos todos mais cheios de informação, ao mesmo tempo damos valor a tudo o que não tem qualquer noção.

Passar de um extremo ao outro nos valores da sociedade não me parece a melhor forma de criar uma geração feliz e saudável. A vocês sim?



segunda-feira, maio 17

Ser mãe é ser raiz...

 

Ser mãe é ser a raiz.

Não é fácil ser raiz e carregar com os troncos, as folhas, as flores… Não é fácil ser raíz e ver os pássaros pousar e levantar voo vezes sem conta…

Não é fácil ser raiz e ter que alimentar a vida que surge a partir daí.

Mas se há algo que eu quero ser é uma raiz forte e segura, capaz de doar o seu melhor alimento, que possa ser o alicerce para a vida.

Ser raíz é fazer o trabalho em silêncio, trabalhar pela madrugada fora. É saber filtrar qual o melhor alimento e dosear a quantidade certa para cada estação. Ser raíz é ser algo que ninguém vê, que ninguém fala, ninguém aprecia. Não me importo de ser a raíz que se esconde, talvez um dia possa brotar da escuridão e apreciar todo o trabalho que fiz…

 

Mas eu sou apenas a raíz. A raíz onde a vida começa.