segunda-feira, janeiro 31

A auto estima começa dentro de ti!


Hoje trago um post sobre auto estima. Não um post científico ou baseado na literacia sobre o tema, mas um relato pessoal.

Comecemos de forma crua, direta e resumida. Sempre fui uma pessoa com baixa auto estima. Acreditava que todos eram melhores do que eu. Afinal, tantas vezes o disseram mesmo à minha frente. Eu sempre fui aquela que passava despercebida e que nunca se destacou em coisa alguma. Cresci a sentir-me inferior. E como qualquer jovem que se preze (brincadeira claro), o que via ao espelho não me agradava. A primeira coisa a detestar foram as pernas, os joelhos marcados de cicatrizes (escuzam de reparar), depois foram as ancas, que a meu ver cresciam mais do que deviam (nunca entendi muito bem as curvas das mulheres), depois as mamas, menos volumosas do que as das outras raparigas. Depois o rosto. Tinha a boca pequena, os dentes tortos, enfim. Toda eu era feia. Não que agora seja bonita. Mas a perspectiva mudou. E é sobre ela que vamos falar.

Na imagem apresento duas fotos. Tendencialmente, a sociedade faz-nos acreditar que a foto da direita corresponde a alguém feliz, mais confiante, com uma auto estima maior. E eu acreditava nisso, também. Acreditava que precisava estar sempre bem, parecer sempre "bonita", para que a minha auto estima pudesse aumentar. Quanta barbaridade!
Porque foi precisamente quando me passei a aceitar tal e qual estou na foto da esquerda que o meu trabalho com a minha auto estima começou.

Depois da Estrela nascer (não é novidade aqui, já o contei várias vezes) passei por muitos desafios. Estava na fase mais feliz da minha vida, mas a vida lá está, sabe o que faz (diz-nos a Catarina Beato e bem), e decidiu quis trazer-me algumas lições. Colocou-me dificuldades para que eu pudesse parar e trabalhar uma parte que estava a faltar.

Conseguia compreender e valorizar o mundo inteiro mas não era capaz de o fazer comigo. Queria mais, queria estar sempre bem. Queria parecer bem, talvez, mesmo que inconsientemente, porque fora assim que outrora a sociedade me ensinou. Tinha que ser tudo e mesmo assim estar impecável porque senão não seria ninguém e quem não se apruma não tem auto estima alguma (ainda dizem por aí).
Com os desafios fui aprendendo que não é uma roupa ou maquilhagem que me irão acrescentar valor. O que fazia ou faço com o que sou e sei, o que sou e faço para com os outros é que me fazem ter mais ou menos valor.

A auto estima começa aí. Começa no momento em que aprendemos a olhar para dentro e a perceber que temos valor para além do que a sociedade impõe como "mulher auto confiante". Perdi anos a aprender sobre maquilhagem, a tentar escolher o melhor outfit (e nunca cheguei a aprender de verdade) porque nada me satisfazia por completo. A auto estima e a confiança que nos faz gostar do que vemos ao espelho não está à venda... Está dentro de nós.

Dizem que os três pilares da auto estima são o auto conceito, o amor próprio e a auto confiança. Quando teremos os três presentes dentro de nós?
Quando nos maquilhamos? Quando nos vestimos bem? Quando usamos acessórios da moda? Ou quando somos capazes de olhar para o que somos ao invés do que aparentamos ser?

A sociedade tem ainda um longo caminho a percorrer neste sentido. A sociedade tirou, a tantas de nós, a auto estima necessária para seguir em frente. Porque foi a sociedade que nos induziu o conceito errado. A moda, a televisão e sim, também agora as redes sociais, lançaram ideias que ainda hoje se perpetuam. Julgamos uma pessoa com base na sua aparência e relacionamo-nos com ela a partir desse julgamento.
Mas existem tantas mulheres que quando lavam o rosto choram amargamente por falta de auto estima, de amor próprio, de confiança em si mesmas. E há outras tantas que não precisam de maquilhagem nenhuma para arrasar e chegarem onde querem chegar.

A auto estima não está no que eu e tu vemos. A auto estima pode até ser camuflada, mas quem não a trabalha sofre sozinha porque não tem coragem de assumir que tudo o que mostra é de fachada.

A auto estima trabalha-se. Como quase tudo na vida, é possível construí-la.
Não esperem que os outros julgem a vossa auto estima e o vosso valor com base no que está à vista. Aprendam a reconhecê-la no que ninguém vê. Porque quando o fizerem passarão a ser capazes de ignorar os julgamentos alheios e tudo ficará mais leve.

Eu ainda não sou a pessoa com uma auto estima solidificada, mas estou a trabalhar para isso como sempre o fiz. O primeiro passo é sair da zona de conforto e questionar PORQUÊ?

Porque eu quero sentir-me melhor. E vocês?
Sempre foram pessoas com uma grande auto estima ou também a estão a trabalhar para ela?



terça-feira, janeiro 25

Carta ao filho... Sobre a vida...

 

Meu filho… desculpa se às vezes sou chata e falo mais do que devia sobre coisas aleatórias da vida.

Só quero que aprendas, meu amor, mais depressa do que muitas pessoas sobre o valor da vida e o quão bonita ela pode ser. Só quero ensinar-te o pouco que ainda sei, que se fores capaz de focar o olhar naquilo que é essencial tu conseguirás reconhecer o que te faz feliz e ignorar o que te faz mal.

Quero que tenhas interesse em aprender sobre o mundo, é realmente importante; mas quero que reconheças que o conhecimento sobre a vida é ainda mais impactante.

Quero que aprendas tudo o que precisas de aprender na escola, mas que saibas pegar em cada matéria dada e aplica-la no mundo cá fora.

Quero que sejas bom a geografia, mas que mais do que identificar todos os continentes do mundo, que sejas capaz de identificar o que vives dentro do teu próprio mundo.

Quero que reconheças e saibas enumerar todos os países e respetivas capitais, mas que acima de tudo sejas capaz de reconhecer as emoções que sentes e distinguir, entre todas, as que sentiste mais.

Quero que aprendas muito sobre matemática, que possas fazer todas aquelas contas difíceis com letras e equações, mas que saibas antes de mais, que a equação da vida só será bem-sucedida se lhe somares coisas que amas fazer, lhe diminuíres as que te fazem mal, se multiplicares as tuas paixões e dividires com pessoas que te amam de verdade.

Quero que aprendas várias línguas, mas que sejas capaz de compreender que a comunicação não é feita apenas da linguagem, mas também pela capacidade de interpretá-las.

Quero que saibas correr, saltar, jogar basquetebol e até futebol, mas acima de tudo que compreendas que o desporto faz bem, às vezes, o vício do jogo é que não.

Quero que aprendas a programar, que sejas capaz de construir um qualquer programa teu. Mas acima de tudo, quero ensinar-te que a maior programação que terás em mãos será a de atualizares constantemente o cérebro que é só teu.

Meu filho aprende sobre tudo, descobre o mundo, mas nunca levantes os pés a uma altura que deixes de sentir o chão e nunca largues das mãos o que tens de melhor: o toque com que tocas o mundo e que to permite descobrir com todas as sensações.

Podes saber um milhão de coisas e ao mesmo tempo não saberes nada. Porque não há conhecimento maior do que aprender a viver da melhor forma esta que é a tua jornada. Por isso, não te incomodes com este meu papel. Porque tu ficaste com a melhor parte: A ti cabe-te apenas viver. A mim, cabe-me esta parte mais chata.




terça-feira, janeiro 18

A depressão pode matar!

 

Quando alguém sofre de depressão quase que se olha para a pessoa com pena. Porque a pessoa passa a vida a chorar. Ora porque não consegue ver nada de positivo. Ora porque está sempre a reclamar.

Sobretudo nos jovens, nos que ainda tinham toda uma vida para viver, a depressão é considerada como uma doença "sem fundamento". Porque até tinha tudo e mesmo assim está naquele estado. Ora porque só estuda, sabe lá o que são preocupações. Ora porque lhe fazem as vontadinhas todas e mesmo assim nunca está contente com nada.

A depressão pode matar! A depressão é uma doença, como outra qualquer. E, como tal, existem causas que a podem provocar ou influenciar o seu aparecimento.

Os adolescentes e jovens não passam pelos mesmos dilemas que nós, adultos. Óbvio que não. Se nós, adultos, formos conscientes o suficiente, olharemos para a nossa história como uma evolução. E foi ou não foi dolorida em muitos momentos? Sofremos ou não sofremos por coisas que hoje em dia nem queremos saber?

Pois é. Mas, naquela altura, eram ENORMES para nós!

Mas, não vamos nem aprofundar as várias causas possíveis para a depressão. Hoje quero focar-me apenas numa. Na que está ao nosso alcance. A nossa relação com o mundo e com os nossos.

Já pensaram que muitos jovens com depressão sofrem pelo acumular de experiências negativas, grande parte delas, vividas dentro da própria casa? Muitos são os adolescentes e jovens que travam lutas com os próprios pais. Mas, insanamente, os pais e adultos daquela relação, não conseguem perceber que o problema não é a reclamação do mais novo. Isso talvez seja apenas uma chamada de atenção. O problema está neles. Na forma como se comunicam, como se expressam, na forma como encaram a sua própria vida e na forma como, incoerentemente, exigem que os outros a vivam. E, muitas vezes também, na forma como encaram e aceitam a sua própria saúde mental. Como pode alguém com falta de saúde mental criar um ser imaculado, perfeito aos olhos dele mesmo e do outro? Haverá forma de isso acontecer?

Como pode um pai ou uma mãe esperar que o filho seja feliz se não consegue sequer passar-lhe o mínimo de estabilidade? Logo naquela altura, em que tudo é vivido ao rubro. Em que as certezas, ditas pela boca fora, são muitas vezes, nada mais do que questões, apenas com uma outra entoação.

Claro que existem causas orgânicas e uma influência fora da própria casa que pode contribuir. Claro que existem traumas que podem surgir de fora. Mas sendo este um blog sobre maternidade não posso deixar de focar-me naquilo que está ao nosso alcance: o nosso contexto familiar. Tudo influencia porque nada é linear: a forma como nos aceitamos, como encaramos a vida, como encaramos as nossas dificuldades, a forma como as exprimimos ao outro, a forma como aceitamos e acolhemos os nossos filhos. É difícil escrever sobre isto. Porque, lá está, não há uma receita. E todos estamos sujeitos a viver experiências como esta. Mas existe uma coisa que está ao nosso alcance: cultivar quem somos, cultivar o que queremos doar de nós aos nossos. E encarar as doenças mentais da mesma forma como encaramos todas as outras: com a mesma vulnerabilidade, imprevisibilidade, cuidado e atenção. E aprender mais e mais sobre como conseguir ser melhor a cada dia, como corrigir o que ontem fizemos de mal. Pode não resolver, pode não mudar o rumo da história, mas pelo menos teremos a certeza, no futuro, de que tentamos dar o nosso melhor.

Que Deus nos proteja a todos. Ou qualquer outra identidade ou crença que transcenda o ser humano. Porque por muito grande que seja o conhecimento humano, o que nos salva é muitas vezes, a fé.



Ia escrever sobre saúde mental...

 Ia escrever um post sobre saúde mental. Mas sabem que mais? Não consigo. Porque, por mais, que esta área me diga muito, não tenho uma receita para partilhar convosco. Não tenho sequer uma dica que seja infalível. Não tenho uma regra que vos faça confiar que se a seguirem os vossos filhos irão escapar a uma doença mental.

A probabilidade diz-nos que cada vez mais pessoas terão pelo menos uma experiência de doença mental ao longo da vida. Por isso, o melhor conselho que vos posso deixar é que nutram o vosso conhecimento e a vossa essência com coisas que vos façam bem, que vos dêem estabilidade. Todos precisaremos disso num futuro mais ou menos próximo. Muitos precisarão disso no momento atual. Não há uma fórmula mágica para resolver os dilemas relacionados com a mente, mas com esperança, sabedoria e abertura para a mudança o processo poderá tornar-se melhor. Nunca julguem que sabem tudo. Nem nunca julguem que quem está ao vosso lado está sempre bem. Às vezes não está.
A todos vocês, e a mim também, desejo uma vida cheia de paz.


Deve ser tão bom ser livre!


Deve ser tão bom ser livre e poder opinar. Não ter medo se o outro nos irá julgar.

Deve ser tão bom ser livre! E poder apenas ser. Sem ter medo se o outro prefira que vivamos com base no parecer.

Deve ser tão bom ser livre! E poder ser autêntico, sem medo de rir e chorar sempre que apetecer.

Deve ser tão bom ser livre! E ter a oportunidade de experimentar coisas novas e diferentes, sem receio se o outro irá ou não aprovar.

Deve ser tão bom ser livre! E poder falar. Sem ficar inibido porque a qualquer momento o outro o irá mandar calar.

Deve ser tão bom ser livre! E poder descobrir nessa liberdade quem és tu de verdade. Sem um pensamento extra sobre o que queres de verdade ou se julgas querer porque foi assim que te ensinaram a ser.

Deve ser tão bom ser livre!

E saber que mesmo que essa liberdade termine no outro, poder usufrir dela em toda a plenitude, com essa mesma liberdade!

Deve ser tão bom ser livre!



Deixemos os nossos filhos serem de verdade. Que lhes ensinemos sobre horários, regras, rotinas. Que lhes ensinemos sobre responsabilidade pessoal ou social. Que lhes ensinemos sobre os limites do mundo. Mas que nunca, em momento algum, lhes tiremos a liberdade para serem, para sentirem, para descobrirem com as suas próprias mãos o que o mundo tem para oferecer. Que lhes ensinemos que a liberdade não é infinita, mas que não sejamos nós a castrar a liberdade que é deles e que só a eles pertence.


terça-feira, janeiro 11

A gravidez não é só sobre doar o corpo...

 

A gravidez não é só sobre doar o corpo. É também sobre aprender a doar tudo o resto. É aprender a doar o corpo e a mente.

 

É aprender que o corpo muda mediante diferentes fases de vida e que a imagem de corpo perfeito não se prende a uma cintura bem definida.

É aprender que as marcas no corpo não são nada mais do que isso: marcas. Marcas que representam partes da nossa história. Marcas que descrevem memórias, boas ou menos boas, mas todas elas memórias. E nós não somos muito mais do que isso: somos feitos de memórias que se intensificam na mesma medida que as emoções.

 

Mas estar grávida não é só sobre o corpo. Estar grávida é aprender sobre o mundo ao redor. É deixar de olhar para o próprio umbigo e aprender a relativizar.

Estar grávida é a primeira grande lição de vida. É aprender a inverter papéis. É aprender a ser a principal e, muitas vezes, a “única” responsável por alguém bem mais importante do que nós. É perder a importância e ficar feliz por isso. É passar a ser secundária, mesmo continuando a ter um papel principal.

É começar a aprender que nem tudo importa e que é bom deixar o foco mudar.

É aprender sobre o tempo. É aprender que o tempo é volátil e que tudo é passageiro. É aprender a contar em semanas e, é também aprender que o tempo voa mais depressa do que o julgamos. E passa bem mais rápido quando já se tem pelo menos um filho por perto.

Estar grávida é aprender sobre finanças e perceber que o dinheiro se esgota. É aprender a fazer escolhas e aprender a simplificar.

Estar grávida é ter a oportunidade de redefinir amizades. As mais fortes querem fazer parte da próxima fase.

Estar grávida é aprender sobre astronomia e começar a contar as fases da lua.

Estar grávida é aprender que nem sempre somos capazes, é aprender a lidar com limitações. Seja pelos sapatos que demoramos mais tempo a calçar ou pelas meias que ficam difíceis de enfiar. Seja pelas noites em que nos levantamos 10 vezes para fazer xixi, seja pelas noites em que não conseguimos sequer dormir. Seja pela sesta que passa a ter valor, seja pelo peso e cansaço que, às vezes, causa dor.

 

Estar grávida é um processo que requer dedicação.

 

É o primeiro grande processo durante o qual aprendemos a parar, a observar, a sentir e a contemplar.

É aprender sobre a vida e sobre a maior de todas as formas de amar.

 

 


 

segunda-feira, janeiro 10

Tempo para refletir...

Os desabafos à segunda-feira tornaram-se quase obrigatórios por aqui. Este é o meu tempo. O tempo em que páro, escrevo e partilho convosco páginas abertas do meu diário. Quase sem edição e, por isso, muitas vezes, com gralhas e erros gramaticais. Mas sinceros. É um tempinho pequeno, mas que me faz tão bem. E é sobre ele que falaremos hoje.

Antes de colocar a minha perspectiva, começo por perguntar-vos:

Vocês tiram tempo para vocês? Para estarem a sós com quem vocês são? Para pensarem como gostariam de ser? E de que forma conseguem lá chegar?


O tempo que "perdemos" a pensar sobre nós não é tempo perdido. É tempo ganho, que pode ser refletido em consciência e discernimento sobre nós mesmos. É algo que nos permite mudar. A mudança interna é algo que acontece bem devagar, mas é extremamente importante que não nos mantenhamos no mesmo lugar. Não sei quanto a vocês, mas eu acho importante não estagnar.

Nem sempre tenho tempo, nem sempre sou capaz, mas todo o tempo que posso dedico a trabalhar em mim. Foco-me no que sou, no que quero ser, e penso nas mais diversas formas de o alcançar. Não é egoísmo, é apenas uma forma de compreender e lidar melhor comigo mesma e com o mundo ao redor.

Nos últimos tempos dediquei-me mais ao silêncio. Talvez alguns de vocês tenham percebido. Vocês, desse lado, têm acompanhado muito da minha jornada. E todos os desabafos, bem como todos os momentos de silêncio representam fases da minha vida. Muito raramente partilho sobre momentos atuais, sobretudo quando se tratam de reflexões para as quais ainda não tenho sequer uma resposta bem definida. Mas, felizmente, agora posso dizer que sinto-me bem. Sinto que, finalmente, encontrei algumas respostas. Alguns assuntos sobre os quais andei a trabalhar tiraram-me tempo de vida, causaram-me muitas vezes, frustração e desespero. Mas, este ano começo de forma diferente. De forma satisfatória, posso dizer que "internamente" atingi alguns dos objetivos que queria há muito, mas mesmo muito tempo. Quando digo muito, estou a falar em anos. Ai se eu tivesse lá chegado há 10 anos...

Mas... Mais vale tarde do que nunca. As lacunas que trazemos com a nossa história podem e devem ser trabalhadas. A sós ou com ajuda. Mas não devem ser colocadas no esquecimento, porque um dia, mais cedo ou mais tarde, podem assombrar-nos de novo.

Trabalhem nas vossas. Todos os dias um bocadinho mais. E não desistam até sentirem que encontraram a resposta!

Por agora, posso dizer que parte da minha experiência pode ser reescrita. Tudo o que vivi nos últimos tempos posso, finalmente, partilhar. E ao mesmo tempo, embarcarei em novas descobertas.

Ai medo, medo! Quanto esperei para que fosses embora.

Por isso, continuem desse lado porque a viagem vai começar!




quarta-feira, janeiro 5

Falta exatamente uma semana para os seus 5 anos [Diário da Estrela]

Falta exatamente 1 semana para a Estrela completar 5 anos.

Nem vou entrar em grandes esquemas mentais e perguntar-me como se passaram 5 anos porque estes anos foram bem poderosos por cá.

Ela é a minha Estrela Guia. Ela é uma força da natureza. A minha pequena relações públicas, que fala sem problemas mesmo sem saber a língua (e claro, muitas vezes, sem acertar uma).
Toda ela é criatividade e inteligência. Toda ela é especial.

Há 5 anos atrás pedi-a exatamente como é. Simples mas sofisticada. Princesinha, mas guerreira. Bem comportada, mas também brincalhona. Ela é tudo isso. E muito mais. E eu só a queria apertar tanto mas tanto, na tentativa de demonstrar o quanto gosto dela.

É quase o teu aniversário, minha princesinha. Está quase o countdown. 🤩❤



Como preparar as crianças para o ano novo?


Com coisas simples. Com otimismo. Com contemplação. Reforçando bons hábitos, retificando os que não se coadunam com a vossa fase de vida e implementando novos hábitos.

O valor das fases do ano são ensinadas às crianças desde cedo. Os hábitos e tradições que farão parte da sua vida adulta, aqueles que as marcarão pelo seu valor e poder, começam a construir-se antes de lá chegarem.

Por cá, desde o tempo em que o Gabi tinha a idade da Estrela, eu iniciei algumas rotinas. E todos os anos renovamos cada uma e adaptamos à forma que me parece funcionar melhor para a nossa fase de vida em que nos encontramos. Sendo eu a responsável por assegurar que essas rotinas se cumpram, adapto e ajusto mediante a capacidade e interesses deles, mas também mediante a minha capacidade (seja em termos de tempo ou finanças) para as assegurar.

À semelhança dos outros anos, há duas coisas que farão parte deste ano:

- A CALENDÁRIO MENSAL, no qual identificaremos os eventos. A Estrela desenha o que irá acontecer no dia respectivo. O Gabi usa o mesmo calendário que nós.

- A AGENDA ANUAL. Semanalmente revemos o que aconteceu e descrevemos alguns pontos, como se um diário se tratasse. Sei que esta parte é mais difícil de cumprir. Por vezes, sou eu que escrevo nas agendas deles. Outras não temos sequer oportunidade de o fazer. Mas todos os anos temos tentado manter o registo do que é possível. Acredito que um dia eles darão valor. E recordarão muitas histórias que pelo caminho ficarão esquecidas.
Isso inclui piadas, curiosidades, atualizações sobre quem eles eram naquela fase.

E por aí, o que costumam usar para marcar o novo ano com os mais novos? Para lhes ensinar sobre ciclos de vida? Contem-me tudo, pode ser que façam algo que eu também precise de adotar 😄 (Ainda vou a tempo de começar algo novo para este ano ☺)



terça-feira, janeiro 4

Este ano quero ser...

 


Este ano, quero ser mais leve. Ainda que seja difícil ser leve quando precisamos de orientar rotinas e ensinar sobre responsabilidades.

Este ano, quero ser mais tranquila. Ainda que seja difícil ficar tranquila depois de um dia de trabalho e com eles a gritar.

Este ano, quero ser mais permissiva. Ainda que seja difícil permitir-lhes tudo e tenhamos que ensinar-lhes sobre limites.

Este ano, quero ser mais compreensiva. Ainda que seja difícil quando estou sobrecarregada e me sinto, também eu, incompreendida.

Este ano, quero ser uma mãe melhor. Ainda que seja difícil assegurar o barco quando ele está quase a transbordar.

Este ano, quero sentir que falhei menos. Ainda que seja difícil separar o sentimento de culpa de uma mãe.

Este ano, quero ser mais eu. E sentir que estou no caminho certo, no que sempre acreditei.

Este ano, quero ser uma mãe melhor. Ainda que o seja difícil ser todo o tempo.

E tu, o que queres ser este ano?
Na tua relação com os teus? Na tua postura? O que queres melhorar? Ou alterar?

Eu acredito que o primeiro passo na relação entre pais e filhos é nosso. Não percam tempo e comecem já hoje a perceber o que querem melhorar. Por vocês. Mas também por eles. 😉💖💖



segunda-feira, janeiro 3

Welcome, 2022

 2022 chegou!

O ano pelo qual muitos esperaram. Um novo ano. Um ano novo. Um ano a mais. Mais um ano.

São muitas as formas de descrever o ano que se segue ou começa. Em cada uma delas, colocamos a nossa perpectiva. Em cada uma delas, atribuímos, ainda que inconscientemente, poder. E é esse poder que nos posiciona, antes de qualquer outra coisa, em relação ao que queremos, desejamos e esperamos para ele, para nós.

Já aqui partilhei várias vezes que gosto e acredito em recomeços, em começar de novo. Tudo o que nos faz virar a página, fechar o livro ou começar um novo capítulo, ajuda-nos a caminhar e a recuperar parte da esperança, motivação e força, que tantas vezes se vão desmorecendo com os desafios.

Começar um ano novo, diferente, que se deseja melhor, tem muito significado para mim. É recuperar a capacidade de acreditar de novo, de eliminar qualquer experiência que possa contribuir negativamente para estagnar o que sou ou no que me quero transformar.

O ano passado foi mais um ano poderosissímo. Nele desafiei muitas partes de mim, deparei-me de frente com as minhas maiores dúvidas. Questionei-me se seria capaz. E ainda questiono. Mas, neste início de ano, recupero a capacidade para acreditar que darei conta de tudo, que serei capaz de me superar. Uma vez mais. E assim, neste ciclo, tento encontrar e lutar por uma melhor versão de mim mesma. Uma melhor versão, não só para mim, mas muito para e pelos meus. Quero continuar a mostrar-lhes que somos os únicos responsáveis por mudar o Mundo, o nosso Mundo. Quero mostrar-lhes e ensinar-lhes a acreditarem em recomeços. Quero ensinar-lhes a olharem para as experiências como experiências que são e não como marcas que condicionarão todo o seu futuro. Quero mostrar-lhes que, a cada novo ano, ganhamos um novo poder, uma nova força, uma nova esperança e uma capacidade maior de fazer tudo acontecer. Dentro e fora de nós.

Acreditar em novos ciclos, mesmo sem sabermos como serão, ajuda-nos a renascer de alguma forma. Permite-nos priorizar novamente as nossas escolhas e lutar por aquilo que nos faz bem e que nos faz sentir melhor.


Para este ano, não desenho planos. Tenho apenas dois ou três objetivos e duas ou três coisas que gostaria de fazer. Mas, sem prazo, apenas em forma de lista. Daquelas que vamos riscando à medida que se completam. Mas, pelo contrário, sou exigente no que toca a cuidar de mim e dos meus. Quero estar à altura deles. Quero ser capaz de me doar, de lhes mostrar e ensinar o valor da vida. E esse valor, não está em nada mais, do que no saber viver.




E por aí, como são os inícios de ano? O que colocam nos vossos planos?


Que seja um 2022 muito FELIZ para todos! Que sejamos capazes de melhorar a história e de a fazer valer a pena, a cada dia que passa.

SEJAM FELIZES!