segunda-feira, janeiro 31
A auto estima começa dentro de ti!
terça-feira, janeiro 25
Carta ao filho... Sobre a vida...
Meu
filho… desculpa se às vezes sou chata e falo mais do que devia sobre coisas aleatórias
da vida.
Só
quero que aprendas, meu amor, mais depressa do que muitas pessoas sobre o valor
da vida e o quão bonita ela pode ser. Só quero ensinar-te o pouco que ainda
sei, que se fores capaz de focar o olhar naquilo que é essencial tu conseguirás
reconhecer o que te faz feliz e ignorar o que te faz mal.
Quero
que tenhas interesse em aprender sobre o mundo, é realmente importante; mas quero
que reconheças que o conhecimento sobre a vida é ainda mais impactante.
Quero
que aprendas tudo o que precisas de aprender na escola, mas que saibas pegar em
cada matéria dada e aplica-la no mundo cá fora.
Quero
que sejas bom a geografia, mas que mais do que identificar todos os continentes
do mundo, que sejas capaz de identificar o que vives dentro do teu próprio mundo.
Quero
que reconheças e saibas enumerar todos os países e respetivas capitais, mas que
acima de tudo sejas capaz de reconhecer as emoções que sentes e distinguir, entre
todas, as que sentiste mais.
Quero
que aprendas muito sobre matemática, que possas fazer todas aquelas contas difíceis
com letras e equações, mas que saibas antes de mais, que a equação da vida só
será bem-sucedida se lhe somares coisas que amas fazer, lhe diminuíres as que
te fazem mal, se multiplicares as tuas paixões e dividires com pessoas que te
amam de verdade.
Quero
que aprendas várias línguas, mas que sejas capaz de compreender que a
comunicação não é feita apenas da linguagem, mas também pela capacidade de
interpretá-las.
Quero
que saibas correr, saltar, jogar basquetebol e até futebol, mas acima de tudo
que compreendas que o desporto faz bem, às vezes, o vício do jogo é que não.
Quero
que aprendas a programar, que sejas capaz de construir um qualquer programa
teu. Mas acima de tudo, quero ensinar-te que a maior programação que terás em
mãos será a de atualizares constantemente o cérebro que é só teu.
Meu
filho aprende sobre tudo, descobre o mundo, mas nunca levantes os pés a uma
altura que deixes de sentir o chão e nunca largues das mãos o que tens de melhor:
o toque com que tocas o mundo e que to permite descobrir com todas as
sensações.
Podes
saber um milhão de coisas e ao mesmo tempo não saberes nada. Porque não há
conhecimento maior do que aprender a viver da melhor forma esta que é a tua
jornada. Por isso, não te incomodes com este meu papel. Porque tu ficaste com a
melhor parte: A ti cabe-te apenas viver. A mim, cabe-me esta parte mais chata.
terça-feira, janeiro 18
A depressão pode matar!
Quando alguém sofre de depressão quase que se olha para a
pessoa com pena. Porque a pessoa passa a vida a chorar. Ora porque não consegue
ver nada de positivo. Ora porque está sempre a reclamar.
Sobretudo nos jovens, nos que ainda tinham toda uma vida
para viver, a depressão é considerada como uma doença "sem fundamento". Porque
até tinha tudo e mesmo assim está naquele estado. Ora porque só estuda, sabe lá
o que são preocupações. Ora porque lhe fazem as vontadinhas todas e mesmo assim
nunca está contente com nada.
A depressão pode matar! A depressão é uma doença, como
outra qualquer. E, como tal, existem causas que a podem provocar ou influenciar
o seu aparecimento.
Os adolescentes e jovens não passam pelos mesmos dilemas
que nós, adultos. Óbvio que não. Se nós, adultos, formos conscientes o
suficiente, olharemos para a nossa história como uma evolução. E foi ou não foi
dolorida em muitos momentos? Sofremos ou não sofremos por coisas que hoje em
dia nem queremos saber?
Pois é. Mas, naquela altura, eram ENORMES para nós!
Mas, não vamos nem aprofundar as várias causas possíveis
para a depressão. Hoje quero focar-me apenas numa. Na que está ao nosso
alcance. A nossa relação com o mundo e com os nossos.
Já pensaram que muitos jovens com depressão sofrem pelo
acumular de experiências negativas, grande parte delas, vividas dentro da
própria casa? Muitos são os adolescentes e jovens que travam lutas com os
próprios pais. Mas, insanamente, os pais e adultos daquela relação, não
conseguem perceber que o problema não é a reclamação do mais novo. Isso talvez
seja apenas uma chamada de atenção. O problema está neles. Na forma como se
comunicam, como se expressam, na forma como encaram a sua própria vida e na
forma como, incoerentemente, exigem que os outros a vivam. E, muitas vezes
também, na forma como encaram e aceitam a sua própria saúde mental. Como pode
alguém com falta de saúde mental criar um ser imaculado, perfeito aos olhos
dele mesmo e do outro? Haverá forma de isso acontecer?
Como pode um pai ou uma mãe esperar que o filho seja
feliz se não consegue sequer passar-lhe o mínimo de estabilidade? Logo naquela
altura, em que tudo é vivido ao rubro. Em que as certezas, ditas pela boca fora,
são muitas vezes, nada mais do que questões, apenas com uma outra entoação.
Claro que existem causas orgânicas e uma influência fora
da própria casa que pode contribuir. Claro que existem traumas que podem surgir
de fora. Mas sendo este um blog sobre maternidade não posso deixar de focar-me
naquilo que está ao nosso alcance: o nosso contexto familiar. Tudo influencia porque nada é linear: a forma como nos
aceitamos, como encaramos a vida, como encaramos as nossas dificuldades, a
forma como as exprimimos ao outro, a forma como aceitamos e acolhemos os nossos
filhos. É difícil escrever sobre isto. Porque, lá está, não há uma receita. E
todos estamos sujeitos a viver experiências como esta. Mas existe uma coisa que
está ao nosso alcance: cultivar quem somos, cultivar o que queremos doar de nós
aos nossos. E encarar as doenças mentais da mesma forma como encaramos todas as
outras: com a mesma vulnerabilidade, imprevisibilidade, cuidado e atenção. E aprender
mais e mais sobre como conseguir ser melhor a cada dia, como corrigir o que
ontem fizemos de mal. Pode não resolver, pode não mudar o rumo da história, mas
pelo menos teremos a certeza, no futuro, de que tentamos dar o nosso melhor.
Que Deus nos proteja a todos. Ou qualquer outra
identidade ou crença que transcenda o ser humano. Porque por muito grande que
seja o conhecimento humano, o que nos salva é muitas vezes, a fé.
Ia escrever sobre saúde mental...
Ia escrever um post sobre saúde mental. Mas sabem que mais? Não consigo. Porque, por mais, que esta área me diga muito, não tenho uma receita para partilhar convosco. Não tenho sequer uma dica que seja infalível. Não tenho uma regra que vos faça confiar que se a seguirem os vossos filhos irão escapar a uma doença mental.
Deve ser tão bom ser livre!
Deve ser tão bom ser livre e poder opinar. Não ter medo se o outro nos irá julgar.
Deve ser tão bom ser livre! E poder apenas ser. Sem ter medo se o outro prefira que vivamos com base no parecer.
Deve ser tão bom ser livre! E poder ser autêntico, sem medo de rir e chorar sempre que apetecer.
Deve ser tão bom ser livre! E ter a oportunidade de experimentar coisas novas e diferentes, sem receio se o outro irá ou não aprovar.
Deve ser tão bom ser livre! E poder falar. Sem ficar inibido porque a qualquer momento o outro o irá mandar calar.
Deve ser tão bom ser livre! E poder descobrir nessa liberdade quem és tu de verdade. Sem um pensamento extra sobre o que queres de verdade ou se julgas querer porque foi assim que te ensinaram a ser.
Deve ser tão bom ser livre!
E saber que mesmo que essa liberdade termine no outro, poder usufrir dela em toda a plenitude, com essa mesma liberdade!
Deve ser tão bom ser livre!
Deixemos os nossos filhos serem de verdade. Que lhes ensinemos sobre horários, regras, rotinas. Que lhes ensinemos sobre responsabilidade pessoal ou social. Que lhes ensinemos sobre os limites do mundo. Mas que nunca, em momento algum, lhes tiremos a liberdade para serem, para sentirem, para descobrirem com as suas próprias mãos o que o mundo tem para oferecer. Que lhes ensinemos que a liberdade não é infinita, mas que não sejamos nós a castrar a liberdade que é deles e que só a eles pertence.
terça-feira, janeiro 11
A gravidez não é só sobre doar o corpo...
A gravidez não é só sobre doar o corpo. É também sobre aprender
a doar tudo o resto. É aprender a doar o corpo e a mente.
É aprender que o corpo muda mediante diferentes fases de
vida e que a imagem de corpo perfeito não se prende a uma cintura bem definida.
É aprender que as marcas no corpo não são nada mais do
que isso: marcas. Marcas que representam partes da nossa história. Marcas que
descrevem memórias, boas ou menos boas, mas todas elas memórias. E nós não
somos muito mais do que isso: somos feitos de memórias que se intensificam na mesma medida
que as emoções.
Mas estar grávida não é só sobre o corpo. Estar grávida é aprender sobre o mundo ao redor. É deixar
de olhar para o próprio umbigo e aprender a relativizar.
Estar grávida é a primeira grande lição de vida. É
aprender a inverter papéis. É aprender a ser a principal e, muitas vezes, a “única”
responsável por alguém bem mais importante do que nós. É perder a importância e ficar feliz por isso. É passar a ser secundária, mesmo continuando a ter um papel principal.
É começar a aprender que nem tudo importa e que é bom
deixar o foco mudar.
É aprender sobre o tempo. É aprender que o tempo é volátil e que tudo é passageiro.
É aprender a contar em semanas e, é também aprender que o tempo voa mais
depressa do que o julgamos. E passa bem mais rápido quando já se tem pelo menos
um filho por perto.
Estar grávida é aprender sobre finanças e perceber que o
dinheiro se esgota. É aprender a fazer escolhas e aprender a simplificar.
Estar grávida é ter a oportunidade de redefinir amizades.
As mais fortes querem fazer parte da próxima fase.
Estar grávida é aprender sobre astronomia e começar a
contar as fases da lua.
Estar grávida é aprender que nem sempre somos capazes, é
aprender a lidar com limitações. Seja pelos sapatos que demoramos mais tempo a
calçar ou pelas meias que ficam difíceis de enfiar. Seja pelas noites em que
nos levantamos 10 vezes para fazer xixi, seja pelas noites em que não
conseguimos sequer dormir. Seja pela sesta que passa a ter valor, seja pelo peso
e cansaço que, às vezes, causa dor.
Estar grávida é um processo que requer dedicação.
É o primeiro grande processo durante o qual aprendemos a parar, a observar, a sentir e a contemplar.
É aprender sobre a vida e sobre a maior de todas as
formas de amar.
segunda-feira, janeiro 10
Tempo para refletir...
Os desabafos à segunda-feira tornaram-se quase obrigatórios por aqui. Este é o meu tempo. O tempo em que páro, escrevo e partilho convosco páginas abertas do meu diário. Quase sem edição e, por isso, muitas vezes, com gralhas e erros gramaticais. Mas sinceros. É um tempinho pequeno, mas que me faz tão bem. E é sobre ele que falaremos hoje.
Antes de colocar a minha perspectiva, começo por perguntar-vos:
Vocês tiram tempo para vocês? Para estarem a sós com quem vocês são? Para pensarem como gostariam de ser? E de que forma conseguem lá chegar?
O tempo que "perdemos" a pensar sobre nós não é tempo perdido. É tempo ganho, que pode ser refletido em consciência e discernimento sobre nós mesmos. É algo que nos permite mudar. A mudança interna é algo que acontece bem devagar, mas é extremamente importante que não nos mantenhamos no mesmo lugar. Não sei quanto a vocês, mas eu acho importante não estagnar.
Nem sempre tenho tempo, nem sempre sou capaz, mas todo o tempo que posso dedico a trabalhar em mim. Foco-me no que sou, no que quero ser, e penso nas mais diversas formas de o alcançar. Não é egoísmo, é apenas uma forma de compreender e lidar melhor comigo mesma e com o mundo ao redor.
Nos últimos tempos dediquei-me mais ao silêncio. Talvez alguns de vocês tenham percebido. Vocês, desse lado, têm acompanhado muito da minha jornada. E todos os desabafos, bem como todos os momentos de silêncio representam fases da minha vida. Muito raramente partilho sobre momentos atuais, sobretudo quando se tratam de reflexões para as quais ainda não tenho sequer uma resposta bem definida. Mas, felizmente, agora posso dizer que sinto-me bem. Sinto que, finalmente, encontrei algumas respostas. Alguns assuntos sobre os quais andei a trabalhar tiraram-me tempo de vida, causaram-me muitas vezes, frustração e desespero. Mas, este ano começo de forma diferente. De forma satisfatória, posso dizer que "internamente" atingi alguns dos objetivos que queria há muito, mas mesmo muito tempo. Quando digo muito, estou a falar em anos. Ai se eu tivesse lá chegado há 10 anos...
Mas... Mais vale tarde do que nunca. As lacunas que trazemos com a nossa história podem e devem ser trabalhadas. A sós ou com ajuda. Mas não devem ser colocadas no esquecimento, porque um dia, mais cedo ou mais tarde, podem assombrar-nos de novo.
Trabalhem nas vossas. Todos os dias um bocadinho mais. E não desistam até sentirem que encontraram a resposta!
Por agora, posso dizer que parte da minha experiência pode ser reescrita. Tudo o que vivi nos últimos tempos posso, finalmente, partilhar. E ao mesmo tempo, embarcarei em novas descobertas.
Ai medo, medo! Quanto esperei para que fosses embora.
Por isso, continuem desse lado porque a viagem vai começar!
quarta-feira, janeiro 5
Falta exatamente uma semana para os seus 5 anos [Diário da Estrela]
Falta exatamente 1 semana para a Estrela completar 5 anos.
Como preparar as crianças para o ano novo?
terça-feira, janeiro 4
Este ano quero ser...
segunda-feira, janeiro 3
Welcome, 2022
2022 chegou!
O ano pelo qual muitos esperaram. Um novo ano. Um ano novo. Um ano a mais. Mais um ano.
São muitas as formas de descrever o ano que se segue ou começa. Em cada uma delas, colocamos a nossa perpectiva. Em cada uma delas, atribuímos, ainda que inconscientemente, poder. E é esse poder que nos posiciona, antes de qualquer outra coisa, em relação ao que queremos, desejamos e esperamos para ele, para nós.
Já aqui partilhei várias vezes que gosto e acredito em recomeços, em começar de novo. Tudo o que nos faz virar a página, fechar o livro ou começar um novo capítulo, ajuda-nos a caminhar e a recuperar parte da esperança, motivação e força, que tantas vezes se vão desmorecendo com os desafios.
Começar um ano novo, diferente, que se deseja melhor, tem muito significado para mim. É recuperar a capacidade de acreditar de novo, de eliminar qualquer experiência que possa contribuir negativamente para estagnar o que sou ou no que me quero transformar.
O ano passado foi mais um ano poderosissímo. Nele desafiei muitas partes de mim, deparei-me de frente com as minhas maiores dúvidas. Questionei-me se seria capaz. E ainda questiono. Mas, neste início de ano, recupero a capacidade para acreditar que darei conta de tudo, que serei capaz de me superar. Uma vez mais. E assim, neste ciclo, tento encontrar e lutar por uma melhor versão de mim mesma. Uma melhor versão, não só para mim, mas muito para e pelos meus. Quero continuar a mostrar-lhes que somos os únicos responsáveis por mudar o Mundo, o nosso Mundo. Quero mostrar-lhes e ensinar-lhes a acreditarem em recomeços. Quero ensinar-lhes a olharem para as experiências como experiências que são e não como marcas que condicionarão todo o seu futuro. Quero mostrar-lhes que, a cada novo ano, ganhamos um novo poder, uma nova força, uma nova esperança e uma capacidade maior de fazer tudo acontecer. Dentro e fora de nós.
Acreditar em novos ciclos, mesmo sem sabermos como serão, ajuda-nos a renascer de alguma forma. Permite-nos priorizar novamente as nossas escolhas e lutar por aquilo que nos faz bem e que nos faz sentir melhor.
Para este ano, não desenho planos. Tenho apenas dois ou três objetivos e duas ou três coisas que gostaria de fazer. Mas, sem prazo, apenas em forma de lista. Daquelas que vamos riscando à medida que se completam. Mas, pelo contrário, sou exigente no que toca a cuidar de mim e dos meus. Quero estar à altura deles. Quero ser capaz de me doar, de lhes mostrar e ensinar o valor da vida. E esse valor, não está em nada mais, do que no saber viver.
E por aí, como são os inícios de ano? O que colocam nos vossos planos?
Que seja um 2022 muito FELIZ para todos! Que sejamos capazes de melhorar a história e de a fazer valer a pena, a cada dia que passa.
SEJAM FELIZES!