terça-feira, fevereiro 28

Há dias e dias... o pós parto de uma mãe de 2a viagem

Há dias em que me sinto fraca, cansada, desanimada. Há dias em que receio não ser capaz de dar conta do recado. Há aqueles dias em que a energia não acorda comigo e tento arrastar o dia o mais que posso, com um desejo enorme que a noite chegue depressa.
Há dias em que olho para a casa e só me apetece fugir. E nos bocadinhos de sono da pequena, a vontade de fazer o que quer que seja para reverter a situação, não é nenhuma. E o caos, aos poucos, parece querer instalar-se.
E nesses dias, a vontade de chorar é imensa. Mas nem sempre choro. Com a pequena ao colo e um olho no mais velho, fico ali, parada e serena, como se nada se passasse. Mas há um reboliço de emoções dentro de mim, que só quem vive o mesmo sabe que sim.
Mas há os outros dias, e mesmo que depois de uma noite de choro, de insónias ou de tristeza, eu acordo disposta a vencer o mundo. Há estes dias em que me sinto capaz de assegurar tudo e de cumprir, para além de todas as tarefas, todos os meus sonhos. E por isso, tento mil vezes fazer algo mais produtivo que no dia anterior. E por isso, acredito que melhores dias virão. E por isso, acredito que apesar da azáfama e do trabalho intenso, conseguirei.

Nestes dias, em que acordo disposta a conquistar o mundo, e nos outros também, há algo que tento ter em mente: não perder o foco daquilo que me fez querer tudo o que tenho. E nunca o perdi. Há algo que tento nunca esquecer, que todas estas manifestações de humor, de adrenalina se devem a um conjunto de situações que fazem parte de qualquer pós parto. E por isso, sinto-me uma pessoa completamente normal e tento gozar cada um dos estados e sentimentos da melhor forma. E assim, sinto-me mais consciente de que é apenas uma fase, e que em breve a rotina ganhará uma forma mais estável (como se a estabilidade existisse quando se tem crianças pequenas) e tudo cá em casa ficará mais simples e mecanizado. É este o foco que me ajuda a suportar todos os medos e dúvidas. Mas no meio de tudo, sou feliz assim. Sou feliz por ter o coração cheio, os braços nunca vazios, o pensamento perdido entre fraldas e livros escolares. Sou feliz por poder utilizar o plural da palavra “filho”, e mais feliz ainda por presenciar a construção de uma ligação que se fortalece entre ele e ela.

Bom Carnaval


segunda-feira, fevereiro 20

Boa Semana

Por aqui, contamos mais de 5 semanas pós parto. A cada semana tentamos melhorar a rotina, e adaptar-mo-nos a todas as mudanças que ter mais um filho implica.

A vocês, desejo uma Ótima Semana!


quinta-feira, fevereiro 9

É hoje: A porta vai abrir!

E hoje as portas da SensiBeauty abrem-se para o Mundo!

Depois de meses de trabalho, a Su e a Dani estarão no espaço SensiBeauty para nos e vos receber.

Não é mais um sonho. É uma realidade. A realidade delas. Mas, uma realidade pensada para todas nós.

Obrigada pela confiança, força, dedicação e empenho que vocês colocaram neste projeto ao longo deste tempo. Será o espaço mais TUDO que Viana conhecerá.

BOA SORTE, MUITO SUCESSO é o que vos desejo, e sei que isso está à vossa espera!

Beijinho enorme*


segunda-feira, fevereiro 6

Uma carta aos avós: as visitas ao recém nascido.

Sou eu que a escrevo, mas poderia ser qualquer outra mãe…

Tinha que escrever só para os avós…
Os avós são aqueles seres maravilhosos, incansáveis, que dão tudo por tudo para fazer mais e mais pelos seus netos.
É de louvar toda a preocupação e vontade de estar perto.
No entanto, queridos avós, nesta fase de pós parto há algumas coisas que gostaria de vos dizer.
Espero que não me levem a mal, mas são coisas tão simples que podem ficar esquecidas. Não sou a única a achar isso, não sou a única grávida com este tipo de pensamentos. Somos a maioria. Talvez todas. Mas, poucas têm coragem de o dizer. Por receio de criar atritos, por receio de daí advirem chatices, a maior parte de nós, vem-se controlando há muito tempo.
Mas, hoje, hoje é o dia ideal para vos dizer algumas coisas. Antes de julgarem o que vos irei dizer, não se esqueçam que o faço por admirar imenso o vosso papel na vida dos meus filhos.

Começando pelo princípio…
- O bebé nasceu. O bebé não sabe quem é o avô ou a avó. Não sabe o que significa esta relação. O bebé conhece a mãe, o pai e o irmão. E é deles que ele precisa, antes de todo o mundo. O bebé vai reconhecendo o avô e a avó com o tempo. Não queiram apertá-lo ou beijá-lo como se fosse um boneco. É um ser sensível, que precisa de sentir-se confortável. Precisa do colo da mãe, precisa do seu cantinho na alcofa. Não precisa de ser embalado o tempo todo.

- Todos os avós têm histórias e experiências para contar. Mas, nós também. Lembrem-se que as coisas mudaram tanto, mas tanto, que o que fazia sentido no vosso tempo agora não faz. E sei que o que faz sentido agora não fará um dia quando eu for avó, também. Nós temos tantos medos, tantos desejos, tantas expetativas. Conhecer esta ou aquela história não nos acrescenta muito, a não ser que estejamos à procura dela.

- Os avós têm medos. Nós sabemos que sim. Têm medo da dificuldade, têm medo das quedas, têm medo dos vírus e até das outras visitas que possamos receber. Mas, avós tenham calma. Nós temos esses medos, também. Reforçarem esses nossos medos não nos irá ajudar, em nada. Aumentará ainda mais os nossos medos, as nossas dúvidas e pode provocar-nos um grande desequilíbrio. Porque, ao mesmo tempo que queremos resolver e diminuir as nossas preocupações, não queremos ouvir as preocupações de mais ninguém.

- Os avós são sensíveis. Sim, os avós ficam muito sensíveis com o nascimento de um bebé. Mas, não precisam, sabem? Temos uma vida pela frente para criar laços e afetos. Temos uma vida pela frente para criar memórias, para partilhar momentos. Esperem pela altura certa para o fazer. Se já temos a nossa rotina para nos encontrarmos, o bebé estará incluído. O bebé não ficará de fora e, à medida que for crescendo, irá perceber quem são os avós, e qual é o papel que exercem nas nossas vidas. Se vocês significam muito para nós, também significarão muito para os nossos filhos. Não queiram que o bebé fique apenas convosco, porque ele é “apenas” um neto. O bebé deve ficar com os pais. Sabem aqueles pais que não querem estar com os filhos e vocês são os primeiros a criticar? Porque acham mal? Pois… Nós não somos assim. Orgulhem-se por querermos os nossos filhos sempre perto de nós, orgulhem-se por darmos tudo por tudo para lidar com tudo e mesmo assim, estarmos presentes, para os melhores presentes da nossa vida!

- Avós, vocês são pessoas sensíveis, eu sei. Mas, acreditem que esta fase é muito mais sensível para nós. No primeiro filho, nós, casal, debatemos tanto sobre a educação, sobre o tempo a dois, sobre os passeios, sobre os convívios. São tantos os debates que existem. Mas, é uma fase muito mais sensível para nós, acreditem! No segundo filho, temos a experiência do primeiro. Temos consciência que será uma fase cansativa para ambos. E, temos o acréscimo de ter o filho mais velho, que precisa de nós. Continua a precisar da nossa atenção, das nossas conversas, das nossas brincadeiras, dos nossos passeios a três, que agora serão a quarto. A dificuldade é, por um lado, maior. Por outro, é facilitada por algumas estratégias que adquirimos da primeira vez. Mas, continua a ser uma fase sensível para ambos. Nós estamos sensíveis. Nós precisamos de nos reorganizar, novamente. Avós, vocês já viveram tanto, vocês já conheceram tantos casais que não resistiram a estas mudanças. Só vos pedimos um pouco de paciência. Permitam que a nossa sensibilidade exista, permitam-nos reorganizarmo-nos uma vez mais.

- Avós, vocês são tão importantes para nós. Se não o fossem, não teríamos o cuidado de vos dizer tudo isto. Se não o fossem, bastava um “Cheguem-se para lá” e estava tudo resolvido. Mas, não é isso que queremos para nós nem para os nossos filhos. E, acreditamos que não será isso que querem também…
Queridos avós, respeitem a nossa sensibilidade, dêem-nos espaço para nos reorganizarmos.

- Se não conseguirmos gerir tudo sozinhos, sabemos em quem confiar. E vocês serão sempre os primeiros a quem pediremos ajuda. Porque lá está, significam muito para nós. Podemos contar convosco?



Os meus príncipes

E com o coração cheio de amor, desejo-vos uma Excelente Semana!


quarta-feira, fevereiro 1

Bem Vindo Fevereiro


Apesar de ter tanta coisa para falar, vou apenas felicitar este mês pela sua chegada.
Bem Vindo, Fevereiro!

A pergunta da MORTE Súbita: O que é Fazer Sexo?!

Ok.. Nem sei bem como começar este relato/desabafo...

Estes dias, o Gabriel presenteou-nos com aquela pergunta (aliás, uma das perguntas) da morte súbita!
Estávamos a "acompanhar" um filme e, de repente, uma das personagens (uma menina, com uma idade semelhante à dele), comenta "Eu já aprendi na escola o que é fazer sexo".
Note-se que o filme era em inglês, mas o sacana do miúdo afinal já acompanha muito bem as legendas (eu julgava que ainda não).
Mal termina a frase, o Gabriel sai-se com esta "O que é fazer sexo?"
E foi neste preciso momento que o dicionário de SOS de uma mãe desesperada entrou em ação! Foi neste momento que desejei não ter luz em casa, que desejei não ter televisão, que desejei apenas que aquela pergunta não tivesse existido.
Afinal, estaria eu preparada para responder à questão?! ÓBVIO QUE NÃO!

E nisto, perdida entre mil pensamentos e a consciência de que este assunto fará parte do programa curricular no próximo ano letivo, não era ali, nem naquele momento que estaria disponível para relatar tudo da forma mais simples e descomplicada. 

Enquanto tentava encontrar a melhor resposta para lhe dar, e acho que só tive tempo de dizer algo como "São relações...."
Ele interrompeu, não sei se para ajudar ou facilitar a coisa e acrescentou "São relações homossexuais?"
E eu, ufa! É desta que me livro de pormenores. Aproveitei a deixa para simplificar aquilo que para mim já tinha dado um nó.
- "Mais ou menos", respondi. Ou algo do género, porque nestas alturas passa-nos uma branca pela cabeça.
- "Relações homossexuais são relações entre duas pessoas do mesmo sexo, dois homens ou duas mulheres. As outras são relações sexuais, podem ser relações entre um homem e uma mulher."

Ele ficou esclarecido? Sim, parece que sim.
Afinal, o termo relação pode significar muita coisa, não é verdade?
Existem as relações de amor, amizade, trabalho... Depois existem estas, as sexuais. Mas, acho que para esta primeira introdução ao tema, distinguir as sexuais das homossexuais não foi mau de todo. (para mim foi péssimo, porque as homo também são sexuais, mas vá, perdoa-se a gralha, perante tamanha ansiedade e nervosismo e pânico e tudo quanto possam imaginar.

Não foi a resposta perfeita, obviamente que não. Mas, ele ficou satisfeito com a resposta, e eu, olhem, e eu, TÃO ALIVIADA!!

Vocês não imaginam o cenário... Era eu a tentar concentrar-me para dar uma resposta, e o meu marido a rir-se como se não houvesse amanhã.
Mas, mantive firmeza e apesar da minha vontade ser espalhar-me ao comprido, consegui manter a calma e serenidade até ao fim (pelo menos aparentei)

UFA!
Mãe sofre.
Eles saem-se com cada uma.