segunda-feira, julho 29

sexta-feira, julho 12

ESTRELA: UM EPISÓDIO DE SINOVITE TRANSITÓRIA DA ANCA


Um dia, algures cá por casa, achei que a Estrela estava a mancar. Dois ou três dias depois, volto a notar a mesma coisa e partilho com o meu marido a minha opinião. Como sou bastante picuinhas e observadora, ele desvalorizou. Podia ser só “da minha cabeça”. Mas passamos a ficar os dois atentos nos dias seguintes. Começou a dar-nos a sensação de que realmente aquela marcha não andava igual ao habitual. Esperamos uns dias para ver a evolução. Um dia, vou busca-la à creche e ela vem até mim a mancar mais do que até então. Questiono se teria acontecido alguma coisa, alguma queda ou exercício diferente que pudesse causar aquilo. Nada. Não tinha acontecido nada. No dia seguinte, a mesma coisa. Esperamos mais uns dias para perceber se teria sido algum “mau jeito”. Mas não havia forma de passar. Alguns dias apresentava uma marcha mais “normal”, noutros notava-se bastante uma alteração. Decidimos ir ao médico para ver o que se passava. Um dia, já depois do jantar, fomos às urgências do hospital. Refletindo, a verdade é que ela andava a pedir mais colo do que o habitual. Julguei ser algo articular. Apenas. Mas não notava nenhuma alteração ao toque nem durante a mobilização dos membros inferiores (nós, terapeutas ocupacionais, também aprendemos sobre reabilitação física, e normalmente “dou um jeito” cá em casa quando o problema é neste âmbito). Mas não parecia existir alterações.

Na urgência, partimos logo para a ecografia, por suspeita do enfermeiro depois de toda a explicação da história. Podia não ser articular, podia ser alguma inflamação da articulação. E era. A Estrela estava com líquido na anca. As duas articulações estavam inflamadas e, por esse motivo, ela mancava. Pedia colo porque lhe doía. E nós nunca imaginamos uma coisa destas. A médica prescreveu brufen durante 5 dias, 3 vezes ao dia. Caso não passasse, teríamos que recorrer à urgência para nova avaliação uma semana depois. Não completamos todas as tomas de brufen porque a Estrela começou a evidenciar alterações gastrointestinais. Durante esse tempo, tentamos não estimular a marcha e esperamos duas semanas antes de voltar à urgência. Estávamos convencidos que passaria. Mas não passou. Mais duas semanas e nada. Continuava igual.

Voltamos à urgência. Nova ecografia. Os resultados anteriores mantinham-se iguais. Fez análises e verificaram-se alterações morfológicas em algumas células. Aqui o alerta disparou! Como assim alterações nas células? Mas que tipo de alteração? Em que células? O que isso implica? Bem… Não tive resposta. Parecia algo transitório mas nem tudo estava de acordo com um diagnóstico “mais leve”, digamos assim. A médica que nos atendeu descartou infeções para poder dar alta à Estrela nesse dia.
Por opinião da médica, caso não houvesse conclusão sobre o diagnóstico teria que ficar internada para realizar uma ressonância de urgência. Nesse dia, esperamos horas e horas pelos resultados das análises e regressamos a casa com indicação para voltar na semana seguinte, para que pudesse ser vista por uma especialista de ortopedia.

Assim fizemos. Preparei a mochila com brinquedos, comidas e mudas de roupa. Queria estar preparada para qualquer eventualidade. Em casa, as coisas ficaram organizadas para os dias seguintes, porque havia a hipótese de internamento. Mas não aconteceu. Mas, ainda bem que fui de malas e bagagens, porque estivemos 10 horas no hospital. Felizmente, foi muito pacífico. Ir preparada e com a expetativa de que poderia ser demorado ajudou. Estávamos lá para tentar descobrir o que se passava. A Estrela fartou-se de brincar, de fazer atividades diferentes (desde pintura, leitura, jogos,…), dormiu a sesta, comeu,… Fez tudo o que faria num dia “normal”, mas num local diferente.
Repetiu os exames: nova ecografia e novas análises. Novamente os mesmos resultados. A médica contactou o laboratório de análises para perceber em que consistiam as alterações manifestadas nas análises. Mas nada de anormal, segundo ela. Despistou diagnósticos de osteomielite, artrite reumatoide e sem uma conclusão 100% baseada na evidência, recomendou que a Estrela ficasse em casa durante 5 dias, sendo encaminhada para consulta externa após esse tempo. Assim foi. O objetivo seria perceber se a alteração da marcha se mantinha ou desaparecia, estando longe de possíveis fontes víricas. 5 dias depois estávamos em consulta para reavaliação. A marcha continuava alterada. Aparentemente, melhor. Mas ainda assim continuava com alteração. Na dúvida, a médica prescreveu uma ressonância magnética para o mês seguinte.
E durante o tempo de espera a Estrela foi melhorando aos poucos. Tentamos manter o descanso, sempre que possível. E aos poucos começou a andar “normal”. Mas, a dúvida resistia: será que a inflamação desapareceu? Será que ainda tem vestígios de líquido na articulação? Será que a inflamação provocou alguma alteração? Eu não estava preparada para a ressonância. Ela não sabia o que a aguardava. Sendo tão pequena, teria que levar anestesia geral. Que MEDO! Mas, para confirmar este episódio era recomendado que a fizesse.
Chegou o dia da ressonância. Um dia daqueles. Oh meu DEUS! Tenho que escrever sobre ele aparte. Fez a ressonância e dois dias depois regressamos à consulta externa para saber o resultado. Análise ao resultado: sem alterações! UFA! Nem imaginam o alívio. Que bom! Que bom! Está tudo bem. Agora sim, temos a certeza de que foi algo passageiro. Algo que demorou mais tempo do que o habitual para este tipo de situação, mas mesmo assim, passageiro.
Não há dúvidas. A Estrela teve uma sinovite transitória da anca. Uma alteração bastante frequente em crianças pequenas, sobretudo após um quadro vírico. Resolvi escrever sobre isto para alertar outros pais que, tal como nós, desconheciam este quadro. Li uma partilha sobre uma criança que passou pelo mesmo, mas não durou tanto tempo como no caso da Estrela. Se virem os vossos filhos a mancar, lembrem-se, nem tudo é articular.
No caso da Estrela (ou de outra criança que já o teve) não significa que não possa voltar a ter. Ter uma vez não altera a probabilidade de um novo episódio. Mas, uma coisa é certa. Se houver próxima vez, já saberemos como agir. Dar brufen 3 ou 4 dias e se não passar, correr para as urgências! E pronto. Muito miminho para ela e para nós, que estes sustos tiram-nos o fôlego.

Espero que este relato possa elucidar ou ajudar outras famílias.

segunda-feira, julho 8

A vida paralela das redes sociais


Ontem partilhei no instagram que, na minha opinião, as redes sociais devem ser o prolongamento da nossa realidade e não representar uma vida paralela, perfeita, idealista, inspiradora.
Descobri a internet numa altura em que a genuinidade era o maior alicerce de quem criava conteúdo. E foi aí que me apaixonei por este meio.
Desde então, as coisas têm mudado bastante. Apesar de sentir que não posso ser completamente alheia ao que esta “nova realidade” adquiriu, há coisas das quais não abdico nunca: de viver de forma apaixonada pela minha vida. E por isso, há momentos que guardarei sempre para mim, que viverei de forma o mais completa possível. E, por isso, há momentos em que preciso desconectar-me, para poder estar mais próxima da minha realidade.
Não vou sequer explorar os motivos que a tornaram diferente, nem o modo de atuação atual de quem utiliza ou abusa destes meios.
Apenas expor que não acredito que sejamos capazes de viver algo na sua plenitude se estivermos constantemente de telemóvel na mão a partilhar o que está a ser realizado naquele preciso momento. Pelo menos, eu só consigo falar do que vivi de forma consciente depois de ter saído da situação.
É por esse motivo que não tinha partilhado nada sobre a Estrela antes de termos uma conclusão.
Não sou ninguém para dar conselhos, mas experimentem viver um bocadinho de mãos livres e digam se não sentem uma liberdade muito maior e uma paixão, entrega e dedicação muito maior?
Sou uma total obcecada nisto das redes. Das que se partilham pela internet. Mas também das outras, das que nos alimentam no dia-a-dia. Das que se lembram de nós só porque somos a X ou Y.
E para hoje é só. Tinha outras coisas para partilhar convosco hoje, mas foram vários os feedbacks positivos que recebi sobre este “desabafo” que resolvi deixar esta opinião registada.
Só para vos agradecer o feedback e para explicar que este também é um motivo válido para umas paragens. ;)



Atividade do dia: Balão anti-stress

Um balão e um bocadinho de gel.
Basta isso para que tenhamos uma atividade sensorial muito relaxante.
Só precisam de um balão bastante resistente e daquele gel das plantas (ou gel do cabelo).



Boa Semana!

Acredito que também há vida na internet. Mas, de vez em quando, convém viver longe dela. ;)
BOA SEMANA!
Fonte

sexta-feira, julho 5

Hoje voltei a respirar...

Hoje voltei a respirar. De alívio. De sorte. De alegria. Quem conhece estas riscas sabe que pertencem a um hospital. Hoje voltamos lá. Para saber o resultado final. E sim, foi mesmo o resultado final. Podia não ser. Mas felizmente este filme terminou. Esta aventura durou cerca de 3 meses. Por muito que a esperança existisse, havia um bocadinho de medo, posso confessar. Mas hoje, tivemos a certeza de que está tudo bem. E agora já posso falar sobre isso abertamente, sem aquele peso que nos perturba baixinho. Ufffa! Obrigada vida! Está tudo bem.🙏🍀❤️❤️❤️❤️



terça-feira, julho 2

Jogo para crianças mais velhas: FÁBRICA DA ESCRITA

Uma das coisas que considero muito importantes para o desenvolvimento infantil são os jogos infantis. O Gabi tem imensos. Podia falar sobre vários, mas vou deixar aqui um que é perfeito para as férias escolares. Sabemos que nas férias os miúdos não querem saber de TPCs nem de tarefas que estejam relacionadas com as aulas. Por isso, nada melhor do que estimular alguns conhecimentos com atividades lúdicas. Este é um jogo muito completo e com uma qualidade excelente.

Este jogo ensina sobre classificação de frases, nomeadamente sobre adjetivos, nomes comuns, verbos, entre outros. É um bocadinho complexo, mas poderá ser introduzido no 2º ano de escolaridade (dependendo do programa que cada turma completou). Mas será algo importante durante todo o ensino do português. 

O Gabi já o tem há 3 anos. Foi presente de aniversário. Entretanto, estive a procurar na internet se ainda se encontraria à venda e encontrei disponível na Bertrand. Deixo o link para o caso de quererem dar uma olhadela :)
(No site da FNAC aparece como indisponível. Não sei se pela procura ou por falta de stock.)


segunda-feira, julho 1

Sobre o que escrever? Porquê partilhar?


Hoje seria dia de partilhar convosco um bocadinho sobre a vida (a minha ou reflexões sobre ela). Em tempos, costumava partilhar desabafos sobre a vida à segunda-feira. Mas, neste momento, não sei ao certo o que quero fazer. Tenho mais de 50 textos que nunca partilhei (tirando os outros que nunca partilharei). Mas hoje não me apetece partilhar nenhum. Mas, ao mesmo tempo, apetece-me sentar e escrever. Escrever faz tão bem. Dizem que quem escreve pensa duas vezes. E eu acredito que sim. Já terminei parte das tarefas, mas precisava de 5 minutos para escrever. Então sentei-me, antes de continuar.
Penso sobre tantas coisas, mas às vezes não consigo exprimir nenhuma. A falta de tempo ofusca-me. Não sei se acontece convosco, mas comigo é frequente. Parece que quando paro 5 minutos para refletir ou agir, fico naquele impasse de não saber ao certo por onde começar. Ao mesmo tempo, sinto que estou a perder algo, porque tenho tantas outras coisas para fazer, para além de escrever. Mas preciso disto. Preciso parar. Talvez necessite de reaprender a retirar 5 minutos a cada dia para mim. Não para me olhar ao espelho, mas para traduzir em palavras o que sinto.
Este cantinho não é um diário, mas ao mesmo tempo é, também, uma espécie de um. E, enquanto tiver capacidade para refletir, ou simplesmente deixar fluir cada pensamento, partilharei convosco tudo aquilo que achar que devo. Seja com o intuito de me desafiar, ou com o intuito de deixar algum tipo de revolta enfraquecer. Sim, gosto de escrever e partilhar com diferentes objetivos: com o objetivo de me desafiar, com o objetivo de partilhar opiniões e trocar ideias. Estas nem sempre são maravilhosas ou sobre coisas espetaculares. Não escrevo para inspirar. Às vezes só quero escrever algo com o qual não concordo porque há discussões e pessoas que não valem o nosso tempo. Quando assim é, quando me revolto com algo prefiro escrever do que discutir. Há coisas e pessoas que nunca irão mudar. Ao escrever sobre essas coisas, acabam por perder força e importância para mim. E, por esse motivo, gosto de escrever sobre isso também. Gosto ainda de escrever sobre os meus filhos. O Gabi adora que o faça. Sei que fica feliz. Sente-se importante. Afinal de contas, como ele próprio diz “este cantinho nasceu por causa dele”. Gosto de escrever por escrever, mas apenas quando sinto o que escrevo. Não gosto de reler. Aliás, detesto reler o que escrevi. Gosto de escrever à primeira, como se estivesse a falar. Se não corrigimos constantemente o nosso discurso, para quê corrigir o que escrevemos?
Quero voltar a escrever sobre a vida e tudo o que ela implica, e partilhar convosco textos e histórias, chatas, lamechas e verídicas. Não traçarei um plano, nem farei disso um propósito, mas sempre que possível, poderão reler alguns desabafos ou generalizações algures por aí.
Espero contar com a vossa opinião, seja para concordar ou discordar. Todos temos uma opinião. Todas são verdade, cada uma à sua maneira. E por isso, trocar ideias é tão bom.
Vemo-nos por aí, algures. Tanto quanto possível à segunda-feira ;)
(Se existisse, este seria o plano, mas se não for segunda será um dia qualquer).



Olá, Julho: preparar para novas mudanças

Olá, Julho!

Todos os meses, a cada início, eu paro para pensar (bem, na verdade às vezes não paro, mas tento pensar na mesma, ahah).
Gosto de fragmentar cada etapa em fases mais pequenas, e fazer um balanço de tudo o que significa para mim.
Gosto de ponderar o que já é previsto acontecer, de gerir expetativas e traçar alguns objetivos.
Este mês de Julho marcará novas mudanças. O início e o fim de algumas coisas. De coisas concretas, mas também de coisas abstratas. Todos nós deveríamos fazer um esforço para mudar o que não está bem, para valorizar o que já está no ponto certo. Eu gosto de o fazer.
Apesar dos imprevistos que poderão surgir (todos os dias temos essa margem de imprevisibilidade na vida), este mês será de transição. E isso é bom. É bom porque a cada fim deverá acontecer um novo início. E, com ele, as esperanças renovam e os objetivos tornam-se mais próximos de acontecerem.
Este mês é ainda especial porque teremos acontecimentos de vida importantes, de pessoas especiais. E isso é de valorizar. As pessoas que nos fazem bem são e sempre serão parte do nosso alicerce e segurança.
Não tenho grandes expetativas para este mês, tenho algum receio até. Mas, vamos lá que o tempo não para.
Que seja um mês cheio de paz, compreensão e amor. Que a saúde não nos falte e que consigamos ser felizes, com as mais pequenas coisas.
Sejam felizes. ;)