quinta-feira, março 25

Cuida do teu jardim com todo o carinho com que o possas cuidar...

Cuida do teu jardim com todo o carinho com que o possas cuidar.

Tu que és pai, mãe ou cuidador(a) és o solo de onde irão brotar flores e frutos.

Assim como o solo, tu também és base e sustento para tudo o que vier.

Precisas de uma boa hidratação e não podes ser abandonado. Precisas de conhecer bem o teu terreno, e de perceber em que partes a terra está dura. Essas são as partes que precisarás de lavrar.

As tuas plantações (as tuas criações) serão cultivadas por cima desse solo. Quanto melhor o conheceres, quanto melhor o lavrares, mais hipóteses terão as tuas plantações de crescerem fortes e saudáveis.

Mas não fiques por aí. Uma vez plantadas, as sementes precisam de ser regadas, com carinho, tempo e amor.

Uma parte da semente irá crescer sobre o solo, e a outra ganhar raízes debaixo dele.

Tens que estar preparado suportar o peso e as brechas que as raízes provocarem.

Às vezes dói, às vezes é necessário voltar a olhar para o solo e adubar as partes marcadas.

As tuas sementes tornar-se-ão as tuas melhores plantações. A essas plantações chamarás de filhos. Eles irão crescer e tocar o céu. Tu ficarás onde estás, a vê-los ir e pronto para os receberes em cada mudança de estação. Tens que os deixar ir. Eles irão e regressarão, em ciclo, as vezes que forem necessárias. Não os tentes sequer guardar para sempre debaixo do solo porque precisam de desabrochar.

Como sustento, tens que continuar a cuidar das tuas sementes, independentemente do tamanho que alcançarão.

Tens que continuar a cuidar, para que possam ganhar caule, folhas, flor e fruto. E com o tempo nascerão novas sementes.

Como pais temos a principal função de suportar, de apoiar, de ser a base. De permitir que os nossos filhos vão. Mas continuar lá para os acolher sempre que precisarem de regressar.


Nesta Primavera renova-te. Torna-te no solo mais saudável e completo que conseguires ser.

Cuida de ti e deles. Só assim crescerão felizes para sempre.


Texto escrito por Luísa Felgueiras (25.03.2021)

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