"Nunca mais disseste nada."
"E tu, disseste?"
Tantas e tantas vezes culpamos os outros por deixarem de comunicar. Os amigos que deixam de dar notícias são os que mais custam aceitar. Mas os familiares que desaparecem sem deixar rasto, também.
Custa aceitar a distância, sobretudo em alturas como esta, do Natal, durante a qual, de alguma forma, todos os que "foram nossos" ou "continuam a ser" são lembrados.
Este ano, troquemos aquele típico comentário do "nunca mais disseste nada" pelo "estou a dizer-te algo porque tenho saudades tuas".
Acusamos os outros de irem à sua vida e virarem costas sem sequer nos darmos ao trabalho de saber o que se passa com eles, se estão bem ou se, em algum momento, precisaram de nós. Ah e tal, porque "eu precisei e não estiveste lá". "Mas então e eu?" Como podes induzir que não precisei também?
Tendemos a culpabilizar os outros, porque é mais fácil atribuir culpas do que dividir responsabilidade. Mas nisto das relações, a culpa não morre sozinha. Mas a saudade pode matar.
Por isso, este ano, coloquem o ego de lado e comuniquem o que tem faltado. Liguem, escrevam uma carta ou um postal a quem faz parte de vocês de alguma forma e com o qual não têm falado. Não esperem a iniciativa por quem está do outro lado.
"As relações sobrevivem à distância, as pessoas é que não".
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