sexta-feira, setembro 22

Tenho uma irmã, e agora?! #2

Da saga "Tenho uma irmã, e agora?!"

Agora, olha, aguenta-te firme!

Bem.. firme aguentaria o Gabriel se a mana fosse mais fácil de adormecer. Firme, aguentaria o Gabriel, se a escola não começasse tão cedo, todos os dias...
Firme, aguentaria o Gabriel, se fosse despachado a jantar...

Estes dias, instalou-se o caos: choro de uma, falta de apetite de outro. Uma mãe, a ficar com os cabelos em pé. Um pai em trabalho. A mãe, na sua eterna boa vontade pensou "vou só ali adormecer a mais nova e já volto para fazer companhia ao mais velho". Pensar a gente pensa bem, porque pensar não custa. Às vezes dói, mas não custa nada pensar em duas ou três coisas. Um dia a gente acerta. Mas, não foi desta que a coisa correu como pensado.
A mais nova é pior que a mãe para adormecer. Aliás, qualquer pessoa é, neste momento, pior que a mãe para adormecer. Porque, coitada da mãe, adormece em qualquer cantinho, a qualquer hora. zzzzzzzz Ooops, desculpem, mas aproveitei e já fiz um cochilo mesmo aqui :)
Continuando... O cenário manteve-se por uma boa meia hora (ou mais, porque no meio de um cochilo e outro perdi a conta ao tempo). A mais nova adormece, finalmente! Vou ter com o mais velho, na esperança de ainda o acompanhar à cama. Chego à sala de jantar e nada de Gabriel.
Vou ao quarto e nada de Gabriel. Vou ao wc e nada de Gabriel.
Aí lembro-me que, por azar, nesse dia não tranquei a porta de entrada! Entro em desespero, começo a chamar (não gritar, para não acordar a mais nova) "Gabi, Gabi, onde estás? Onde estás?..." E, continuo à procura pelo resto das divisões. Neste momento, o meu coração já estava meio cá fora com a adrenalina, meio parado, lá está, para manter a calma e acreditar que nada passaria de uma brincadeira parva!!
Entretanto, no meio da procura, tento descobrir qualquer parte do corpo escondido e qual não é a minha felicidade quando o descubro escondido na mesa de jantar. Uffa! Pensei eu, ele escondeu-se. Mas, ele continuava ali, sem se mexer. Aproximo-me, e descubro uma sopa mal comida e um rapaz deitado todo torto, sobre duas cadeiras.
Bonito serviço, menino Gabriel.
Lá o ajudei a chegar à cama, naquele estado embriagado de sono.
E, claro, ficou avisado que mais vale não comer a sopa (porque na verdade já não a come) e deitar-se, se este cenário voltar a repetir-se.
É claro que nos dias seguintes nunca fui deitar a mais nova sem assegurar que o mais velho já estaria confortavelmente deitado na cama. A sorte é que em tempo de escola, ele adormece mais rápido e por isso, ainda estou a começar a dar a mama e já o oiço a ressonar...

Vida de mãe não é fácil, mas sejamos sinceros, vida de irmão também tem que se lhe diga...


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