quarta-feira, setembro 8

Novo ano escolar: como os podemos preparar?

Vai e descobre o mundo. Vai e descobre o mundo por ti.

Ver um filho entrar para a escola primária é algo muito forte. Sentimos tanta coisa ao mesmo tempo que, muitas vezes, é difícil de exprimir.

Ver um filho entrar para uma escola num país que não é o seu é ainda mais "difícil" de exprimir.
O ano passado, o Gabi entrou para a escola aqui. Um local novo, uma cultura diferente, um método de ensino que ele desconhecia. Uma língua nova com tantas coisas para aprender.

Podemos, felizmente, dizer que correu tudo bem. Melhor do que o esperado.

Acredito que parte do sucesso deve-se à preparação.
Como assim, preparação?

Para cada uma das fases, o Gabi foi preparado da mesma forma:
Com a realidade. Não com a verdade, porque essa não conhecemos (nunca estivemos lá), não com a fantasia nem com o medo. Apenas com a realidade.
Em cada uma das fases, ele sabia que iria encontrar de tudo.

Isso inclui bons e maus professores, bons e maus alunos, bons e maus colegas,...
Ele foi preparado para experienciar bons e maus momentos e estava alertado para a dificuldade acrescida que podia enfrentar. As pessoas são diferentes, a forma de agir e pensar é diferente.
Nunca, em nenhuma situação lhe dissemos "Vai correr tudo bem". Nunca, em nenhuma situação, fantasiamos o que gostaríamos que ele experienciasse, dizendo que ele será capaz, porque nem tudo depende dele.

Preparamo-lo para desejar que corresse bem, mas prepara-mo-lo para dificuldade, para que as expetativas fossem mais fáceis de superar.
Não amedrontamos, dizendo que seria muito difícil, mas normalizamos tudo com a realidade: é assim em qualquer lugar.

A adaptação depende muito da criança, depende muito da sorte de encontrar um bom ou mau professor (infelizmente a sorte é necessária) e da coincidência de encontrar colegas mais semelhantes a si.
Não podemos prometer nada do que acontece em cada ano, mas podemos prepará-los para o que der e vier. Sem criar falsas expetativas, sem fantasiar, mas sem valorizar demasiado os medos, apenas normalizando.

Uma parte da adaptação deles também passa por nós, pela forma como os conseguimos, "mentalmente", preparar.

Como tem corrido por aí? De que forma prepararam os vossos?




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