É nostálgico parar para escrever neste dia. E mais ainda parar para o partilhar convosco.
Hoje encerro 38 anos de vida.
Não é apenas o fim de um ano. É o fechar de um capítulo inteiro. Um capítulo que guarda memórias de aprendizagens duras, conquistas silenciosas, força e fraqueza, energia e dor ao mais alto níveis. É o fim de um capítulo durante o qual me permiti ser livre, que permiti explorar o que conheço de mim, que permiti expor-me a promessas que fiz a mim mesma.
O 38 capítulo marca a transição entre alguém que quase foi destruído e alguém que se prometeu reconstruir.
Precisei de 38 anos para aprender a escutar-me.
Aprendi que preciso parar quando o corpo pede calma, a proteger o meu coração mesmo quando ele treme, e a escolher caminhos que me façam sentir segura, inteira e livre.
Aprendi também que precisei chegar ao fundo para ganhar claridade, para poder ganhar impulso e voltar ainda mais forte.
Este ano que termina foi um ano de recomeços, tentativas, correções, acertos, balanços, questões, e o início da tomada de decisões e acções que se alinham cada vez mais com a minha intuição.
Hoje, no último dia com 38 anos eu perdoo-me.
Perdoo-me por tudo o que suportei.
Perdoo-me por todas as vezes que calei.
Perdoo-me por todas as vezes que engoli em seco e sem ninguém saber, chorei.
Perdoo-me por todas as vezes que aceitei o que o meu sistema nervoso contrariava.
Perdoo-me por todas as vezes que acreditei mais nos outros, na lei, do que em mim.
Ao mesmo tempo que me perdoo, também agradeço. Sinto uma gratidão enorme e imensurável.
Sinto-me muito grata por quem permaneceu, por quem entrou, e por quem partiu.
E claro, por não ter desistido.
Hoje tenho mais clareza, mais entendimento, mais carinho por mim mesma e mais compreensão pelos outros.
Adeus 38. Obrigada por tudo.
Estou pronta para recomeçar um novo capítulo...



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