Se nos contassem tudo o que 2020 teria reservado para nós, talvez tivéssemos dado um passo atrás.
Mas, a vida é assim mesmo e, por muito que se façam planos eles nunca serão garantidos de verdade.
Também a nós, o COVID-19 trocou as voltas, como a toda a gente. Acabamos por ter que dar mais voltas do que esperamos necessitar.
Mas hoje é sobre eles que vos quero falar:
Longe das suas coisas, apenas com uma mala de brinquedos (e muito pouco mais que fomos comprando por aí): foi assim que eles passaram todo o período de quarentena.
Estar longe da sua casa, do seu espaço não seria suficientemente marcante. Foi necessário estar longe de tudo o que lhes pertencia para que todos estes meses fossem realmente marcantes.
De uma coisa tenho a certeza: se há pessoas que merecem a maior admiração, eles são umas dessas pessoas. Aguentaram-se muito melhor do que poderíamos esperar. Não lamentaram nem reclamaram como poderíamos imaginar. Apenas desfrutaram, do pouco que tinham e da sua capacidade para imaginar.
Brincaram como nunca um com o outro, brincaram e exploraram como nunca o faz de conta, brincaram às casinhas, à caça aos ovos, às partidas. Multiplicaram brincadeiras sem conta com os poucos brinquedos que tinham à sua disposição.
Claro que houve dias em que a saudade apertou, a vontade de ter isto ou aquilo apareceu, mas poucos foram os momentos em que se sentiram menos felizes por isso. Poucos foram os momentos em que se sentiram menos completos ou menos crianças.
Somos felizes com tão pouco. As crianças precisam realmente de pouco para serem felizes. E, se eu ainda tinha algum tipo de dúvida, foram completamente esclarecidas.
As crianças serão sempre as melhores protagonistas das suas histórias de encantar. E não precisam de nada mais do que a sua capacidade genuína para sonhar, criar e brincar!
Obrigada meus filhos, por serem seres tão mas tão especiais!
Agora, é hora de preparar novos voos. Vamos voar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário