sexta-feira, janeiro 10

Divorciei-me, e agora?

Antes de começar a escrever, quero apenas partilhar que não é meu intuito fazer deste cantinho o meu diário. (Podia, porque tenho assuntos sem fim para partilhar.)
Tenho que confessar que há tantas coisas que mudaram, que sinto que vos preciso de atualizar.
Mas, adianto que para a semana retomaremos temas que, em tempos, foram habituais, diferentes destes em que venho aqui abrir o meu coração.

Divorciei-me, e agora?
É o tema para hoje.
De quase todas as pessoas escutei um "lamento imenso" quando partilhei que me tinha separado, como se com o divórcio eu tivesse perdido algo muito importante.
Claro que um divórcio coloca fim a um casamento. E com isso, a alguns planos. Mas, nem sempre o divórcio tem que ser encarado como uma perda. Às vezes, o divórcio é uma ou a solução.

Ainda vivemos numa sociedade em que terminar um casamento parece ser o fim do mundo, em que as pessoas têm que, obrigatoriamente, ficar tristes com isso.
Perpetuar que o divórcio é uma "trajédia" é perpetuar a ideia de que os casais devem permanecer juntos. E como sociedade não o deveríamos fazer.

Vamos desconstruir esta ideia por favor?
Nem sempre o divórcio é um problema. Às vezes é a solução! E está tudo bem. Está tudo bem que os casamentos terminem, que os casais não queiram ou não fiquem para sempre juntos. Estamos longe dos tempos em que os casais tinham que viver presos à ideia de que "só a morte os separa". Às vezes as pessoas morrem estando vivas. Às vezes, as pessoas estão separadas vivendo juntas. Às vezes as pessoas não sonham mais em conjunto. Às vezes as coisas não fazem mais sentido. Manter um casamento é uma ideia construída pela sociedade. E de nada nos adianta esperarmos que um casal mantenha algo que já está destruído.

Não lamentem quando alguém vos disser que o seu casamento chegou ao fim. Ao invés disso, questionem como essa pessoa se sente. Talvez esteja mais leve, mais feliz.

As pessoas mudam (ou não) e as coisas terminam.
E, felizmente, vivemos numa sociedade livre. Temos a liberdade de podermos terminar um casamento. Já imaginaram se vivéssemos numa sociedade em que não tivessemos escolha?
Numa sociedade que nos obrigasse a permanecer presos a algo que já não faz mais sentido, ou não nos faz bem, ou que deixou de ter significado? Deve ser difícil, parece-me muito mais pesado. Eu lamento por todos aqueles que estando presos a algo não se conseguem libertar. Eu lamento por todos aqueles que vivem acorrentados a uma espécie de sentença perpétua.

O divórcio nem sempre é um problema. Ou não deve ser.
Permanecer num relacionamento que não nos faz bem é um problema bem maior.

Faz sentido para vocês? O que acham sobre isto?

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