domingo, novembro 28

Ter uma família é bom, mas viver e ser parte de uma família feliz é muito melhor!

 

Às vezes tenho a sensação de que romantizam-se as famílias. Claro que nenhuma gosta de transparecer os problemas que vivem. O que acontece dentro da família deve, tanto quanto possível, ficar dentro dela. A não ser que algo extrapole o limite do aceitável…

Ter uma família é difícil. Tem dias que é extremamente difícil. Manter uma família de pé, de forma decente e tranquila tem muito que se lhe diga. E, à medida que os filhos crescem, e a sua opinião ganha mais volume e posição, mais difícil se torna. São cada vez mais seres a precisarem de espaço e tempo, de valorização, aceitação e compreensão; e, por vezes, a debater ideias cada vez mais divergentes.

 

A minha experiência mostrou-me que, muito mais facilmente do que julgamos, as famílias podem entrar em saturação. Existem ciclos que, se não forem quebrados e trabalhados convenientemente, podem ganhar tanto peso que serão capazes de destruir a paz familiar e, por sua vez, acabar com a família.

Aprendi que, como pilares de uma família, devemos ajustar e reajustar constantemente todas as variáveis que vão surgindo. A família não é algo estável, que se constrói e permanece assim para sempre, ela está em constante mutação, tal como elementos que a constituem. Como tal, se nos desleixarmos poderemos entrar, facilmente, em decadência. Acredito e defendo que, enquanto pilar de uma família, devemos fazer todos os esforços possíveis para promover a ordem, o respeito e a paz dentro dela. Defendo que a família é importante e que é muito bom fazer parte de uma. Mas defendo, ao mesmo tempo que, a partir do momento que na família alguém deixa de ter espaço e lugar para existir também como ser individual, o conceito de família deve ser repensado. Defendo que ninguém deve impor a forma como o outro quer viver. Defendo que ninguém deve querer, de forma rígida, construir leis para os outros elementos viverem de uma forma que só faz sentido para essa pessoa. Defendo que a família é o local que melhor nos deve acolher e compreender. E defendo, ao mesmo tempo, que quando tudo isso se perde, então talvez a família não exista mais.

Criar e manter uma família unida, saudável e feliz tem muito que se lhe diga. Tem mais do que eu conheço até e, por isso, nem entrarei em detalhes. Nunca tive a família perfeita. E continuo a não ter. Nem a família perfeita, nem a ideal, nem a que irradia paz e felicidade a toda a hora. Nem tampouco sei se ela durará para sempre. Mas uma coisa eu sei: sei que tento de tudo para que, enquanto pilar, possa contribuir para a melhorar um bocadinho mais a cada dia. E se um dia ela acabar, irei olhar para trás e perceber que tentei dar o melhor que soube e fui capaz.

 

Que neste final de ano as famílias possam acolherem-se mais uns aos outros, aceitarem melhor as diferenças e apoiarem mais as “maluqueiras” uns dos outros (mesmo que não faça sentido algum para quem está ao lado, se fizer para a outra pessoa, o sentido virá pela presença, disponibilidade e carinho que se vive quando alguém se sente acolhido). Que neste final de ano, deixemos de olhar tão forçadamente para nós e passemos a escutar e admirar um bocadinho mais quem está connosco durante todo o ano, sejam eles parceiros, filhos, netos ou até mesmo os sogros (pois há famílias que vivem com membros da sua família alargada e se não forem acolhidos de igual forma, poderão contribuir para a destruição dessa família também). Que neste final de ano, cuidemos de quem cuida de nós, escutemos com mais atenção e encontremos magia e força nesta forma de união.

Ter uma família é bom, mas viver e ser parte de uma família feliz é muito melhor!




Nenhum comentário:

Postar um comentário