A saída de Portugal foi bem atribulada.
Resumidamente, eu estava sozinha com os dois, a tentar dar conta das tarefas habituais e, ao mesmo tempo, a rever toda uma casa e a tentar perceber o que queria guardar, doar, deitar no lixo ou separar.
Tivemos tempos bem desafiantes, e as rotinas começaram a ser quebradas, uma e outra vez. Porque as tarefas eram mais do que muitas e o tempo parecia que voava a cada dia que passava.
Havia burocracia para resolver, entre elas a escola do Gabi, documentação de identificação pessoal, a venda do carro,... Tanta coisa.
A ideia era vir para perceber se conseguiríamos trabalho, ou pelo menos um de nós, para começar. Não havia previsão do dia de regresso a Portugal. Viemos sem data para voltar, mas com a certeza de que poderíamos não ficar. Por isso, não podíamos deixar a casa pronta para uma saída definitiva, mas era necessário que ficasse adiantada o suficiente para a eventualidade de demorarmos para regressar.
Quanto ao estado da casa, nem se fala da confusão que se instalou. Quanto mais se mexem em coisas guardadas, mais coisas se descobrem. Guardamos realmente muitas coisas ao longo do tempo. E por muito que façamos um esforço por não abrir todas as memórias guardadas, perdemos sempre muito tempo a separar cada uma delas.
Tenho poucas fotos destes tempos. É difícil registar momentos quando estamos tão envolvidos em todos eles.
Olho para trás e sei que ficou muito por fazer, mas sei que não tinha forma de ter conseguido fazer mais.
Este foi um dos momentos antes da nossa saída. Irei escrever sobre cada etapa, aos poucos. Aconteceram realmente tantas coisas, torna-se bem difícil descrever tudo de uma só vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário