quarta-feira, novembro 11

Vamos falar sobre birras?

Já pararam para pensar que o problema das birras não são as crianças, mas somos nós?

Pois bem… Eu passo a explicar. As crianças manifestam-se através de gestos, de vocalizações, de tentativas de expressões…

Por muito que lhes tentemos ensinar sobre emoções, a gestão de cada uma delas virá com o tempo e o amadurecimento. Pensem em vocês mesmos: são capazes de parar e identificar todas as emoções que estão a sentir? E são capazes ainda de as verbalizar ou exteriorizar no mesmo momento sempre da melhor forma? Pois... Talvez não. Talvez guardemos muitas emoções para nós, talvez algumas nem saibamos ao certo como as demonstrar. As crianças não são muito diferentes de nós. Elas exteriorizam aquilo que sentem. Mas não esperam o momento ideal para partilhar aquela emoção: elas transmitem cada uma delas na hora.

E sabem o que é mais curioso? É que grande parte das vezes manifestam-se em espelho do que estão a receber. Eu sei que muitos pais não aceitam isto de forma assim tão simples.

Não há dúvidas de que uma criança que absorve stress, medo, frustração, raiva do meio… E irá transmitir cada uma das suas emoções de forma mais ou menos descontrolada, de forma mais ou menos controlada, de acordo com o que vê.







Sempre defendi que a melhor regra de todas para evitar uma birra, é evitá-la. Ou seja, dar à criança a atenção e o suporte que ela necessita antes mesmo de estar perdida no meio de tudo o que está a sentir. Com o Gabi foi muito fácil evitar as birras. Com a Estrela houve vários momentos em que a birra descambou. E dei por mim a pensar o porquê. Mas dei por mim, ao mesmo tempo, a olhar para mim, a refletir sobre as minhas atitudes e a retomar, aos poucos, a minha forma de ser. O cansaço acumulado de noites mal dormidas, o peso da responsabilidade por todas as tarefas que nos são exigidas e aquele sentimento chato de mãe que se sente constantemente a falhar com algum dos filhos tornaram-se, por algum tempo, os meus piores inimigos. E precisei de parar. E foi aí que todas as teorias que defendi no tempo do Gabi se tornaram ainda mais reais.

Educar uma criança sem birras é muito mais fácil do que julgais.

Basta 3 coisas essenciais: paciência, tempo e compreensão. Mas, antes de exigirem dos mais pequenos cada uma destas coisas, obriguem-se a cumprir cada uma delas, sobretudo na sua presença.

Ao longo dos anos, foram várias vezes que troquei mensagens com outras mães para lhes dar força, para lhes mostrar que as birras podem ser facilmente geridas e grande parte delas, eliminada. E o feedback que fui recebendo deixou-me sempre muito feliz.

Grande parte das vezes, o problema somos nós. Nós que entramos em modo automático, que depositamos culpa nas crianças e esquecemos de respirar fundo e recomeçar uma nova história, sem birras.

 Se vocês estão a passar por um momento de birra, façam o teste:

A partir de amanhã, sempre que a criança fizer birra, ao invés de tentar afirmar coisas como “lá está novamente a fazer birra, já nem sei o que lhe faça; é sempre a mesma coisa; passa a vida nisto…” ou outras coisas do género… Parem, aproximem-se dela, questionem-na de forma subtil e doce: estás triste? Chateada? Queres ajuda? Queres um abracinho? Eu sei que estás triste, por isto ou aquilo… Mas a mamã vai ajudar… E não precisam de dar tudo o que ela quer. Mas precisam de lhe dar toda a atenção que ela está a pedir.

Tentem respirar fundo, falar com ela, e antes dos acontecimentos surgirem, tentem explorar o que irá acontecer de forma leve, positiva e feliz. Porque mesmo os momentos chatos são bons por algum motivo. Quanto mais não seja porque são necessários. Por exemplo: limpar é uma coisa chata. Mas é tão bom quando tudo fica a brilhar.

Tentar ver o lado bom das coisas e mostrar às crianças que tudo pode ter um lado melhor, fá-las desfocar do que as entristece, mesmo que tenham o direito de permanecer felizes até encontrar um novo motivo que as faça sorrir.

Por isso… Como controlar uma birra? Com calma, muita calma elas irão ser cada vez mais fáceis de lidar.

Se não acreditam, podemos apostar?


2 comentários:

  1. Eu não aposto que sei que é verdade! Olharmos para as frases ditas que não dissem nada, tipo: Não mexas!, mas não mexo porquê? É um exercicio do caraças faze-lo mais rápido que a boca! Eh!Eh!Eh!

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    1. eheh Mesmo! Há fases bem desafiantes, mas o treino deve ser sempre, em primeiro lugar, nosso. :)
      Beijinhos*

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