De
bata vestida, fomos encaminhados para uma sala de observação. Uma sala cheia de
macas, separadas entre si por cortinas de correr. Imaginava um cenário mais
bonito para aguardar a chegada da Estrelinha, mas fui parar a uma sala cheia de
tantas outras grávidas.
Algumas
deambulavam pelo corredor, na esperança de ter um parto para breve. Teriam
passado pelo processo de indução e aguardavam há horas a chegada do bebé.
Eu
estava ali prestes a ser mãe pela segunda vez e, ao que tudo indicava, de forma
natural. Como me poderia queixar? Estava tão bem, tão feliz.
Deitada
na maca e de cintas colocadas para avaliar as contrações, fomos esperando
enquanto vinham as enfermeiras conversar connosco. Recordo-me das gargalhadas,
do entusiasmo e da boa disposição.
As
contrações aumentavam e eu tentava manter a respiração calma e profunda para
suportar cada uma delas.
Numa
das avaliações, disseram-nos que a dilatação tinha aumentado muito e que o
parto estaria para breve.
Estava
na hora de abandonar aquela sala e passar à sala de partos.
Acho
que é impossível descrever a emoção de perceber que o nascimento de um filho
está para breve. Por muito que se espere pelo momento é quase como no resultado
do teste de gravidez: há sempre um mix de mistério, ansiedade e surpresa.
Eu
estava muito feliz. A aguentar muito bem cada contração e convencida de que desta
vez iria suportar cada uma delas até chegar a hora da epidural…
Na
gravidez do Gabi senti que “fui traída” pelas contrações. Preparei-me para
sentir contrações, controlei a respiração o melhor que pude, mas percebi que as
contrações eram diferentes do que imaginava. A dor aumenta à medida que as
contrações surgiam. Não era apenas um aumento do número de contraçoes, mas a
intensidade da dor. Com o Gabi percebi isso mesmo, que o tempo entre contrações
e a dor é inversamente proporcional. Desta vez, tinha esse registo gravado para
suportar o aumento e a frequência dessa dor. Sentia-me totalmente preparada.
Mas…
Não há dois partos iguais…
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