Continuamos a
explorar pedacinhos da minha jornada. Sim, esta semana ando a dedicar-me a
refazer toda a história. Sabem aquela sensação de liberdade quando, finalmente,
conseguem falar sobre algo? É isso que eu sinto. Foram 13 anos a batalhar para
abrir as portas do meu coração. E sempre, por medo, parei.
Para mim, faz
todo o sentido partilhar sobre este processo aqui. Afinal de contas, este blog
surgiu quando me tornei mãe pela primeira vez. Talvez tivesse criado outro, se
não tivesse engravidado. Talvez... Mas não seria o mesmo. Nem eu seria igual.
Por isso,
fiquem desse lado se quiserem ler mais um pedacinho.
Hoje quero
falar-vos sobre amizades. Em tantos anos, esta é a primeira foto que partilho
publicamente com amigos próximos (partilhei uma ou outra pelos stories do
instagram, nada mais. O facebook não conta porque só tem acesso quem eu aceito
para fazer parte). Não gosto de expor os meus. Não sinto que o deva fazer.
Afinal de contas, dou a cara por tantos temas diferentes que não lhes quero
trazer nenhum tipo de associação ou dificuldade. Não critiquem, chama-se
privacidade. Porque eu escolhi estar aqui e expor-me, mas eles não.
Mas,
introduções aparte, vamos continuar…
Se, por um
lado, às vezes a família nos falha, por outro temos os amigos que podem ser o
nosso porto de abrigo. Comigo foi (é) assim.
Aqui, gravidíssima
do Gabi e com uma das minhas melhores amigas da vida!
Quando nos
falta a família, quando nos falta aquele porto de abrigo que todos nós
precisamos, aquele lugar para onde vamos quando nos sentimos perdidos, é nos
amigos que encontramos esse amparo.
Os meus amigos
foram e são o meu porto de abrigo, o meu refúgio, o meu lado mais seguro. É a eles
que confio a minha própria vida.
Foram muitas
as vezes que chorei no seu abraço, foram muitas as vezes que desesperei à sua
frente. Mas foram tantas as vezes que eles tentaram trazer o melhor de mim. Se
nunca caí, se ainda hoje me mantenho de pé é também, e muito, graças a eles.
Quando me
senti perdida, sem norte, sem noção do que era a minha nova realidade (e na
verdade, eles também não), foram eles que me recordaram quem eu era afinal.
Foram eles (e ainda são) os que mais acreditam em mim, na minha força, no meu
potencial. São eles que, conhecendo os meus defeitos, me impulsionam a focar
nas minhas qualidades. Tantas e tantas vezes senti-me fraca. E tantas e tantas
vezes, com eles, me fortaleci.
Fui a primeira
dos meus amigos a ser mãe e mesmo assim eles nunca me abandonaram. Eles sempre puxaram
por mim, para que eu continuasse a viver coisas “normais” para a minha idade e,
muitas vezes, eu fugi. Fugi porque eram muitas as mudanças, as adaptações, as
dúvidas e a culpa que carregava enquanto mãe. Mas mesmo assim, eles nunca me
abandonaram. Sempre aceitaram a pessoa em quem eu estava a tornar-me. E sempre que
lhes foi possível tentaram adaptar-se da melhor forma possível à nossa nova
realidade.
Não posso
negar que senti várias vezes falta de ter uma família, não uma em particular,
mas alguém que me conhecesse desde sempre, alguém em quem eu pudesse confiar.
Por muito que os meus amigos estejam sempre ali para mim, há momentos em que
distancio-me para me equilibrar. Já suportaram tantas e tantas vezes as minhas dúvidas,
incertezas, medos, interrogações, que eu fui tentando poupá-los de vários
dilemas. Mas eu sei que, no dia em que me faltar o chão, é a eles que irei
recorrer para me reencontrar.
Ter uma família
é importante. Mas olhem que ter amigos é muito mais especial!
E eu sou
realmente uma pessoa muito afortunada. (E estou cheia de saudades deles. Estou
tão ansiosa para os voltar a abraçar! Um por um. E todos juntos! Gosto tanto de
vocês.)
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